História bem contada (publicado originalmente em 28/5/2016)

O desenlace primoroso arquitetou a formação do grupo de jovens rappers Niggaz Wit Attitudes (N. W. A.) nos anos 1980. Pra dar vida às denúncias, reclamações e aventuras, cinco adolescentes usaram as poucas experiências pessoais e deram vida a músicas honestas, contestadoras, rebeldes.

O filme ‘Straight Outta Compton: A História do N. W. A.’ mostra o caminho pedregoso pelo qual todos os componentes passaram. E, a variar, passou em branco nos cinemas brasileiros em 2015. Estreou em outubro e logo saiu dos cartazes. Dirigido por F. Gary Gray (estará à frente do oitavo ‘Velozes e Furiosos’, em 2017), a trama põe na telona ícones do rapp como Ice Cube (interpretado com talento pelo filho dele, O’Shea Jackson Jr.), Dr. Dre (Corey Hawkins), Eazy-E (Jason Mitchell) e Suge Knight (R. Marcos Taylor) às voltas com brigas de ego, ciúmes tolos, trapaças sobre direitos autorais e afins.

O fio da história é a infância pobre e desprovida de amor, mas com muitas amizades fiéis e sem todos os abalos. Quem dá o impulso ao sucesso deles é o empresário charlatão Jerry Heller (Paul Giamatti, sempre à beira dos bons trabalhos). Então, desfilam à nossa frente shows e mais shows com músicas de ataques à polícia por exemplo.

Num, os ‘tiras’ os proíbem de cantarem aquela determinada canção e show prossegue. Claro, a pancadaria come solta. No mundo do hip hop, na cidade de Compton, os novos integrantes da ribalta têm de lidar com os perigos da Aids (Eazy-E morre em decorrência dela em 1995, os demais quatro fundadores estão vivos, perto de fazerem 50 anos). Separados em 91, o N. W. A. retoma as parcerias onze anos depois.

A união por um ideal faz os fãs deste estilo musical (não é o meu caso) se emocionarem com o conteúdo do longa. É claro: há os instantes cômicos e o público passa por eles incólume. O importante é desafiar corações e mentes em busca de uma resposta: hoje um movimento deste teria vez, lugar, no universo musical? Se você achou a pergunta tola, se ligue na trilha sonora... A vantagem é revisitar melodias consagradas do grupo. Há músicas inéditas de Snoop Dogg, Marsha Ambrosius etc.

Rodrigo Romero
Enviado por Rodrigo Romero em 30/05/2016
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