4º CAPÍTULO DO LIVRO “ CONSAGRAÇÃO”
A mina
Nas terras do Senhor Jacob existia uma mina , que às vezes os mineiros encontravam algumas pepitas de ouro e sempre surgiam outros minérios, como quartzo, cristal, o que fazia com que os olhares ambiciosos se voltassem pra aquela região. Sempre os mineiros empregados ali arrumavam confusão. Geralmente quem mais inspecionava a mina era Robson Haullin. Este era arrogante, tratava mal os mineiros, tratando-os mais como que escravos. Todos os dias ele fazia a inspeção da mina , apenas quando viajava a negócios para o pai que não ia lá incomodar os mineiros. Apesar que muitos já estavam criando uma rebelião pelos maus tratos recebidos. O chefe deles acabara de descobrir um filete de ouro na mina. Chamou os que eram da sua confiança, mostrou o local pedindo segredo. Eles preparariam uma retirada do ouro e fugiriam com o produto. Ninguém desconfiava de nada. A mina era localizada uns três km perto de onde houve o acontecimento inexplicável do círculo na vegetação ,encontrado pelo Senhor Jacob e seus capangas.Desde aquele episódio havia se passado seis meses e nada acontecera novamente. Dali a duas semanas Elizabeth faria 18 anos . A festa dançante era esperada em toda a redondeza. Mas ela não mostrava interesse nenhum, pois tinha consciência que o pai apenas a queria exibi-la para os melhores partidos da cidade. Até já se cogitava um senhor de uns 45 anos, de caráter duvidoso, como seu pai, que ficara viúvo um ano antes. Era o banqueiro Will Parkins, que tão logo viu a moça acompanhando sua mãe no povoado se interessou. Bete tinha asco por aquele senhor já meio velho e fedendo a tabaco.Mas Bete tinha um temperamento firme e não iria aceitar ordens impostas por seu pai. Ela só esperava o dia para dispensar aquele banqueiro idiota. Quem ele pensava que era para por os olhos nela? Mas Bete ainda não conhecia o verdadeiro furor do Senhor Jacob. A Senhora Sara Haullins andava preocupada com o que poderia acontecer com sua filha. Sabia dos planos do seu marido e não podia impedi-lo e conhecendo a filha como ela, já intuía o que poderia acontecer. Os preparativos da festa já começaram. Dali a três dias seria o aniversário de Elizabete. Ela sentia o corpo tremer de desespero. A tarde caía lentamente em todo estado do Colorado. Os últimos raios de sol, rubros como sangue, desciam languidamente sobre as montanhas, onde se viam cadeias de montanhas aglomeradas em todo Estado. As mesmas eram impressionantes. Um misto de mistério e magia.Como já estava acabando os meses de inverno à noite ainda se viam algumas precipitações de neve e um resquício de frio. O nome do Estado do Colorado origina-se da palavra espanhola Colorado, que tem o mesmo significado ou também "cor vermelha", daí o nome concedido ao rio que cortava aquelas vertentes onde foram derramadas muito sangue.Bete observava essa paisagem belíssima e sinistra ao mesmo tempo. Com um frio passando pelo seu corpo ainda frágil, fechou as janelas, cerrou as cortinas creme e , já agasalhada recolheu-se à sua cama , como de costume, quando se preocupava com o que aconteceria na sua vida daquele dia em diante.
Autora: Margareth Rafael