A PROCURA DA VINGANÇA - filme
A PROCURA DA VINGANÇA – 2008 – FAROESTE
Acabei de ver o filme “A procura da vingança”, de 2008, com Liam Neesom e Pierce Brosnam, do Diretor estreante que veio da TV David Von Ancken (The Shield, CSI: NY).
É interessante notar como criticaram tão fortemente esse filme à época, os idos de 2008, quando estreou mundialmente nos cinemas.
Parece-me que a pior critica é que o filme é um faroeste à antiga, ou um bang-bang daqueles onde o mocinho é mocinho e o bandido é bandido. Nos filmes de faroeste, que gosto muito, os herói é inequivocamente o herói, o bom da história. Esse gênero de cinema antigo é preto no branco. Mas a história em si tem alguns pontos cinzas, para atualizar esse gênero que tanto fez lucrar os EUA no passado.
Descobrimos que o mocinho não é tão mocinho assim e que o bandido também não é tão bandido assim.
Eu particularmente fiquei esperançoso quando do anuncio do filme à época. Esperava um grande filme e - surpresa! - é um enorme filme. Quando o assisti, de uma cópia pirata, o filme foi bem até quase o final, onde iniciando uma cena no deserto, que imaginei que era importante, a minha cópia pirata, comprada numa banquinha de rua, simplesmente travou, para o meu total desespero.
Nunca me esqueci do filme no qual fiquei sete anos - SETE ANOS - até que consegui baixa-lo essa semana e acabei de assisti-lo; e posso dizer uma coisa, era bom na época e continua bom, aliás, imagino que a cada dia que passa e vou envelhecendo, vou conseguindo discernir melhor o mundo, consigo ler o mundo melhor hoje do que no passado.
A HISTÓRIA
O filme começa grandiosamente nas montanhas com neve e segue em seguida pelas pradarias, finalizando nos deserto. Dá até a impressão que a paisagem é um personagem.
Um homem, Gideon (lembra Gideão, não é? da Bíblia) (papel de Pierce Brosnam) é perseguido implacavelmente por cinco homens, liderados por Carter (papel de Liam Neesom). Esses homens vão morrendo durante o filme, restando apenas Gideon e Carter.
Durante o filme vamos descobrindo que o capitão confederado Gideon foi mandado, com uma tropa, para prender, já no final da Guerra Civil Americana, o coronel Carter, que agora estava aposentado, morando numa fazenda, com sua esposa e seus dois filhs, um de uns sete anos e uma outra criança recém nascida. Durante a busca pelo coronel Carter, acabaram tacando fogo no celeiro que acaba pegando na casa, onde o bebe estava só; a mãe do ebe então corre para dentro da casa pegando fogo, junto com o menino, enquanto Carter está seguro por vários homens. A casa pega fogo e a mãe e os dois meninos morrem. Carter jura vingança contra o capitão Gideon, que desce do cavalo e tira a farda, indo-se embora, desertando, naquele momento. Vamos descobrir tudo isso no meio de flashes que vão pipocando aqui e ali.
Este é um tremendo filme de ação e vingança e honra, além de um drama impressionante, pois os dois homens não dormem a noite, um tendo pesadelos pelo que fez e o outro pelo que aconteceu.
A CENA DO DESERTO E A BÍBLIA
Durante muitos anos tenho procurado esse filme e só agora consegui vê-lo, parece que tinha um motivo pra isso: a cena do deserto. Nesse filme, os dois homens são cristãos, portanto fazem algumas coisas e falam outras tantas, dirigidos pela Bíblia. O filme todo nos leva a meditar sobre o mal que pode se abater, até num cristão. Foi uma fatalidade o fogo pegar na casa e morrer a família do coronel Carter, e os dois sofrem o tempo todo devido a isso.
Mas a cena do deserto, ou o final do filme é impressionante – é lógico que eu não vou falar quem morre no fim, pois vamos optando em gostar de um dos dois durante o filme, senão nos dois. Gideon quase sempre é o perseguido, pois anteriormente no meio das arvores foi ele que perseguiu aqueles que queriam mata-lo. Enquanto estava seguindo em frente no deserto, de repente aparece uma vendedora de bugigangas querendo comercializar qualquer coisa. A mulher tem uma conversa mole que só, a sua aparição, além de inusitada é até estranha, pois enquanto Gideon está fugindo de Carter, num deserto que dá para se ver ao longe até uns dois quilômetros, ou mais, a carroça da mulher está na sua frente. Ele pergunta, surpreso a nossa pergunta: de onde você veio, ela diz que ele estava tão preocupado em olhar para trás que nem a viu chegando, e como ele estava mesmo olhando para trás, Carter se aproximando, a gente engole meio a seco essa história. O papel da vendedora, maravilhoso, é feito pela Angélica Huston, que compra o cavalo de um, em troca de uma bala, deixando Gideon com um revolver e uma bala, e consegue comprar de Carter, um cantil com um pouquinho de água, em troca de um revolver com uma bala. Os dois homens ficam então a pé no deserto, cada um com um revolver com uma bala.
A FRASE
É interessantíssimo que a vendedora vendeu uma bala para Gideon e esse pergunta, só uma bala e ela responde: você vai precisar mais que uma? Ele responde que não. Quando ela se encontra com Carter e lhe vende a arma ele diz: mas só tem uma bala e ela responde: você vai precisar mais do que uma? Ele então responde, pensando bem acho que uma é suficiente.
A vendedora me deu a impressão que era o Diabo, vendendo a morte para os dois homens que estavam num calvário dramático de ódio e culpa.
O diabo vendeu uma arma para cada, com uma bala em cada pistola.
...
Enfim, gente, esse, eu recomendo.
by
Paulo Sergio Larios