Notas (publicado originalmente em 25/9/2012)
Em tempo 1 – O Ministério da Cultura escolheu ‘O Palhaço’ (2012) a tentar uma das cinco vagas da categoria ‘melhor filme em língua estrangeira’ do Oscar de 2013. Deus salve o Minc. Depois de três anos frustrantes, com longas-metragens exaltantes da violência, favela e mortes, finalmente o pessoal entendido apontou uma história que vale a pena. A obra-prima de Selton Mello foi o achado deste ano, sem dúvida. Aguardemos agora o dia 10 de janeiro, quando a Academia de Artes dos EUA anunciará finalistas. A cerimônia de entrega dos Oscars será em Los Angeles no dia 24 de fevereiro.
Em tempo 2 – O jornal Folha de São Paulo começou domingo (23/9) uma coleção de fazer babar o mais fanático e lunático fã de cinema. Simplesmente todo o trabalho profissional de Charles Chaplin em dvds especiais, com livros recheados de extras e informações privilegiadas. Estão nestes finais de semana 100% dos curtas, mais os longas, inclusive o único em cores, o derradeiro do ícone, ‘A Condessa de Hong Kong’ (1967), com Marlon Brando e Sophia Loren. Prato cheio pra gente, hein? Aliás, bancas de jornal estão cada vez mais rarefeitas em Jacareí. Antes eram tantas... Qual é a razão?
Em tempo 3 – Se estivesse vivo, Christopher Reeve completaria hoje, dia 25, 60 anos. Dono do papel de Superman no quarteto de fitas (1978 a 1987), o ator morreu em 10 de outubro de 2004, depois de nove anos de luta contra a paralisia do pescoço para baixo, fruto de uma queda de cavalo durante uma competição. Atualmente eu vejo a notícia da nova produção de outro Superman. Já não bastou 2006, com Brandon Routh, a falácia se repetirá. Pena. Mas nunca se desmanchará a imagem de C. Reeve e seu Clark Kent desengonçado, todo ele baseado nos personagens tortos de Cary Grant.
Em tempo 4 – Ainda não vi ‘Mercenários 2’ (2012), com Chuck Norris, o mito. Creio ser de igual teor do primeiro, mas vou ver. O caso é que para o terceiro querem não apenas a atuação, mas a direção de Clint Eastwood, o mito, parte 2. Já pensou, reunidos numa mesma película, os brucutus e Eastwood? A turma do funil, liderados por Sylvester Stallone, ficaria num patamar altíssimo. Tomara que o diretor de ‘Os Imperdoáveis’ (1992) aceite. E nem será um desafio. A ela, será um bom prazer.
Em tempo 5 – Rubens Ewald Filho, 67 anos, se recuperou do problema de saúde (até agora misterioso) e voltou à ativa. O melhor crítico de cinema do Brasil retornou ao seu blog e sem tempo de perder tempo deu a lambada nos organizadores do Oscar. ‘Eles estão com alucinações’, escreveu, acerca da mudança de data para a divulgação dos finalistas da premiação: 10 de janeiro (vide tópico 1 desta coluna), ao invés do fim do mesmo mês, como de costume. Há eras os membros da Academia fazem caca quando o assunto é a estatueta dourada. Pra mim, a maior delas foi ter retirado do evento a homenagem aos Oscars pelo conjunto da obra, honorários. De uns anos pra cá, a entrega resume-se a outra festa, a técnica, e é depois apresentado um trecho no dia da cerimônia principal. Lastimável.
Em tempo 6 – Ventilou-se alguns dias atrás sobre a filmagem de ‘Antes da Meia-Noite’, que é a continuação dos excelentes ‘Antes do Amanhecer’ (95) e ‘Antes do Pôr-do-Sol’ (04, foto ao lado). Ethan Hawke e Julie Delpy, o casal protagonista Jesse e Celine, confirmou a notícia, para felicidade dos fãs do romance. Trata-se de um marco da sétima arte, pois fazer um filme com somente dois atores, o restante figurantes, e ainda assim prender o público com bom roteiro, é para poucos. Uma curiosidade é o intervalo entre os lançamentos das fitas: nove anos exatamente – 1995, 2004 e 2013.
Richard Linklater, diretor dos dois primeiros, também comanda o terceiro, com E.Hawke e J. Delpy como parceiros no script, sem qualquer informação até este momento. Porém, deve ser fácil especular: se no ‘Amanhecer’ a dupla era jovem, recém-saída da adolescência, amor sacana e jovial, e no ‘Pôr-do-Sol’ eles estavam maduros, trintões, mas pouco resolvidos, na ‘Meia-Noite’ Jesse e Celine estão com 40 e poucos anos e com filhos, claro, cada um divorciado do parceiro (a). Vamos esperar.