1- Resumindo o filme Havana, podemos dizer que um jogador de pôquei americano, durante uma viagem para Cuba, conhece uma ativista política casada com um revolucionário cubano.
O filme é excelente, porém pretendo destacar o que mais me fascina no seu enredo.
O personagem Jack Weil, interpretado por Robert Redford, não termina com a linda Bobby Duran, interpretada por Lena Olin.
Nas cenas decisivas do filme, ele resolve facultar a libertação do marido dela, que todos imaginavam morto, simulando ser um agente secreto, negociando a libertação do prisioneiro e pagando a quantia estabelecida vendendo o diamante o qual tinha costurado no seu braço direito.
O que desejo destacar é a expressão perfeita que tal personagem ressalta sobre o verdadeiro gostar.
Para mim o verdadeiro gostar valoriza mais a felicidade da outra pessoa do que a nossa.
Não é gostar mais dela do que de si próprio.
Isso é bobagem.
É gostar dela, mas aceitar não estar com a pessoa caso ela o rejeite ou as circunstâncias impeçam a união.
É querer principalmente a felicidade dela, estando com ele ou não estando com ele.
No filme ela fica sabendo que o marido está vivo através dele, depois que ele, conforme falei acima, conseguiu a liberdade do esposo.
Ela, apesar de estar envolvida emocionalmente com ele, volta a conviver com o marido, pois só o deixou imaginando que tinha ficado viúva.
Quem fez a grande renúncia foi ele, pois poderia simplesmente não contar nada e fugir, aproveitando que o marido estava preso e que os dois tinham uma viagem já programada para fora do país.
Seria fácil, não?
Mas não foi o que o personagem fez.
Ele liberta o marido, conta a ela, enfim, renuncia viver um romance construído sob "falsos alicerces".
Depois disso, ela vai procurá-la e, entre outras coisas, num diálogo de despedida, ele diz “a amar”.
Eram desnecessárias as palavras, pois sua atitude provou o verdadeiro amor.
2- Algumas pessoas refutarão que ele abdicou da felicidade, que ele merecia ser feliz ao lado dela.
Vale entender que isso somente aconteceria através da força de uma mentira.
Ele foi informado que o marido dela estava vivo.
Caso nada fizesse, ele seria morto.
Então, viveria com ela, mesmo que nunca a contasse, sabendo que nada fez, que o marido morreu e que escondeu a verdade para sua amada.
Não seria nobre nem digno.
Na vida real, o mais comum seria o sentimento de posse, ou seja, ele só ter a preocupação de ficar com ela.
No cotidiano os egoístas não ligam se ela gosta de outrem nem se ela está infeliz.
Nada interessa.
Interessa apenas a satisfação egoística do possuidor.
3- Dirão alguns que o legal é amar e ser correspondido.
Que isso tudo é nostálgico demais, é triste, não é bacana.
Ninguém discorda disso, mas o que pretendo enfatizar aqui é a capacidade de ceder para fazer o certo (como o filme mostra), é a capacidade de gostar sem reter, é a possibilidade de renunciar mesmo gostando.
Esse me parece o verdadeiro gostar.
O outro sentimento é posse, egoísmo, doença, maltrata.
Não é legal!
O comum é o querer que não respeita os limites, as impossibilidades ou barreiras, pois a pessoa deseja ter o seu ego satisfeito de qualquer forma.
Mas existe o pensamento diferente, tão bem exposto no filme citado, o qual consegue me emocionar e ratificar minha opinião sobre o gostar verdadeiro.
Funciona assim:
Deus dá a semente, o homem pode aproveitá-la ou não.
A pessoa gosta de alguém, recebe a semente do gostar, vai cuidar bem desse presente divino ou não.
Cuidar bem dessa semente nada tem a ver necessariamente com estar com a pessoa.
Podemos receber essa semente e desprezá-la sendo correspondidos ou desprezados pela mulher amada.
Aproveita bem aquele que respeita a pessoa amada, desejando obviamente estar ao lado dela, mas querendo, antes de tudo, ver tal pessoa feliz.
Essa pessoa, vivenciando esse amor ou não, ao partir da Terra, devolve tranquilamente a semente ao Criador.
4- Eu recebi tal semente, não estou com a pessoa, mas me sinto em condições de devolvê-la a Deus bem feliz por ter cumprido minha tarefa.
A tarefa ou missão é gostar com intensidade, sem a idéia de posse, sem apego, sem desequilíbrio.
Isso apenas dependeu de mim.
Eu cumpri bem.
Estar com a pessoa depende dela e de outros fatores, mas não depende de mim.
Sendo assim,
... cumprir a nossa parte nada tem a ver com estar com a pessoa amada.
É uma vinculação com o próprio Deus.
No meu caso, amigos, é importante confessar que hoje não pretendo mais ficar com a pessoa ainda que ela quisesse ficar comigo.
Por quê?
Porque não vale a pena, porque a razão me diz que ela não saberia retribuir esse gostar, porque acredito que ela deve seguir outra estrada...
Eu percebo também que a pessoa talvez só exista naquilo que eu idealizei.
A mulher é diferente daquela que o meu sentimento desenvolveu ou imaginou existir.
Deus teria se enganado?
Ele me ofereceu a semente errada?
Eu me enganei?
Nada disso!
Essa semente poderá ser utilizada numa nova relação num novo relacionamento com uma nova mulher, que corresponda exatamente ao que eu sinto.
Isso é loucura?
Penso que não, mas imagino estar sendo lido por pessoas que nem sequer acreditam na Divindade ou, caso acreditem, não confiam tanto Nele ou leitores os quais não estão interessados em renunciar a um grande amor.
5- Devo esclarecer que acredito em Deus, que confio Nele, que acredito no porvir (a vida para mim continua), que acredito plenamente que as sementes divinas terminam vencendo.
Infelizes são aqueles que se desesperam se não tiverem todos os seus caprichos ou supostos amores correspondidos.
Isso é criancice. Já passei dessa fase.
Aliás, vale dizer que muito insisti em estar com a mulher que ainda faz o meu coração vibrar.
Mas ela não quis, me desprezou, teve outros planos.
O que fazer?
Me matar, matá-la, odiá-la, me desesperar, sofrer, ficar triste?
Quanta bobagem!
Como falei acima, o que eu sinto só depende de mim.
O que eu faço com o que eu sinto é apenas dependente de minhas escolhas.
Isso eu aproveitei bem!
Precisamos também aceitar as perdas da vida, os nãos que a existência nos oferece, enfim, saber viver também com frustrações, desilusões e tristezas.
A vida está recheada de ambas as coisas: tristeza e alegria, dor contrastando com agradáveis emoções etc.
Viver somente esperando belas flores é tolice e certamente fonte de frustrações.
6- Eis a impressão que o filme Havana me suscitou a qual quis dividir com os senhores.
Viva o gostar verdadeiro!
Palmas para Havana!
Saudações ao ator Robert Redford!
Para compreender bem esse lance de “semente divina” comparada com “o gostar o qual Deus nos dá” recomendo a leitura do meu primeiro texto aqui publicado.
O texto é real.
Um dia eu o enviei a ela.
Esse texto tudo tem a ver comigo e com o filme Havana.
É um texto bem otimista.
Tomara que vocês gostem!
Eis o link:
http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdesaudade/3409406
Um abraço!
O filme é excelente, porém pretendo destacar o que mais me fascina no seu enredo.
O personagem Jack Weil, interpretado por Robert Redford, não termina com a linda Bobby Duran, interpretada por Lena Olin.
Nas cenas decisivas do filme, ele resolve facultar a libertação do marido dela, que todos imaginavam morto, simulando ser um agente secreto, negociando a libertação do prisioneiro e pagando a quantia estabelecida vendendo o diamante o qual tinha costurado no seu braço direito.
O que desejo destacar é a expressão perfeita que tal personagem ressalta sobre o verdadeiro gostar.
Para mim o verdadeiro gostar valoriza mais a felicidade da outra pessoa do que a nossa.
Não é gostar mais dela do que de si próprio.
Isso é bobagem.
É gostar dela, mas aceitar não estar com a pessoa caso ela o rejeite ou as circunstâncias impeçam a união.
É querer principalmente a felicidade dela, estando com ele ou não estando com ele.
No filme ela fica sabendo que o marido está vivo através dele, depois que ele, conforme falei acima, conseguiu a liberdade do esposo.
Ela, apesar de estar envolvida emocionalmente com ele, volta a conviver com o marido, pois só o deixou imaginando que tinha ficado viúva.
Quem fez a grande renúncia foi ele, pois poderia simplesmente não contar nada e fugir, aproveitando que o marido estava preso e que os dois tinham uma viagem já programada para fora do país.
Seria fácil, não?
Mas não foi o que o personagem fez.
Ele liberta o marido, conta a ela, enfim, renuncia viver um romance construído sob "falsos alicerces".
Depois disso, ela vai procurá-la e, entre outras coisas, num diálogo de despedida, ele diz “a amar”.
Eram desnecessárias as palavras, pois sua atitude provou o verdadeiro amor.
2- Algumas pessoas refutarão que ele abdicou da felicidade, que ele merecia ser feliz ao lado dela.
Vale entender que isso somente aconteceria através da força de uma mentira.
Ele foi informado que o marido dela estava vivo.
Caso nada fizesse, ele seria morto.
Então, viveria com ela, mesmo que nunca a contasse, sabendo que nada fez, que o marido morreu e que escondeu a verdade para sua amada.
Não seria nobre nem digno.
Na vida real, o mais comum seria o sentimento de posse, ou seja, ele só ter a preocupação de ficar com ela.
No cotidiano os egoístas não ligam se ela gosta de outrem nem se ela está infeliz.
Nada interessa.
Interessa apenas a satisfação egoística do possuidor.
3- Dirão alguns que o legal é amar e ser correspondido.
Que isso tudo é nostálgico demais, é triste, não é bacana.
Ninguém discorda disso, mas o que pretendo enfatizar aqui é a capacidade de ceder para fazer o certo (como o filme mostra), é a capacidade de gostar sem reter, é a possibilidade de renunciar mesmo gostando.
Esse me parece o verdadeiro gostar.
O outro sentimento é posse, egoísmo, doença, maltrata.
Não é legal!
O comum é o querer que não respeita os limites, as impossibilidades ou barreiras, pois a pessoa deseja ter o seu ego satisfeito de qualquer forma.
Mas existe o pensamento diferente, tão bem exposto no filme citado, o qual consegue me emocionar e ratificar minha opinião sobre o gostar verdadeiro.
Funciona assim:
Deus dá a semente, o homem pode aproveitá-la ou não.
A pessoa gosta de alguém, recebe a semente do gostar, vai cuidar bem desse presente divino ou não.
Cuidar bem dessa semente nada tem a ver necessariamente com estar com a pessoa.
Podemos receber essa semente e desprezá-la sendo correspondidos ou desprezados pela mulher amada.
Aproveita bem aquele que respeita a pessoa amada, desejando obviamente estar ao lado dela, mas querendo, antes de tudo, ver tal pessoa feliz.
Essa pessoa, vivenciando esse amor ou não, ao partir da Terra, devolve tranquilamente a semente ao Criador.
4- Eu recebi tal semente, não estou com a pessoa, mas me sinto em condições de devolvê-la a Deus bem feliz por ter cumprido minha tarefa.
A tarefa ou missão é gostar com intensidade, sem a idéia de posse, sem apego, sem desequilíbrio.
Isso apenas dependeu de mim.
Eu cumpri bem.
Estar com a pessoa depende dela e de outros fatores, mas não depende de mim.
Sendo assim,
... cumprir a nossa parte nada tem a ver com estar com a pessoa amada.
É uma vinculação com o próprio Deus.
No meu caso, amigos, é importante confessar que hoje não pretendo mais ficar com a pessoa ainda que ela quisesse ficar comigo.
Por quê?
Porque não vale a pena, porque a razão me diz que ela não saberia retribuir esse gostar, porque acredito que ela deve seguir outra estrada...
Eu percebo também que a pessoa talvez só exista naquilo que eu idealizei.
A mulher é diferente daquela que o meu sentimento desenvolveu ou imaginou existir.
Deus teria se enganado?
Ele me ofereceu a semente errada?
Eu me enganei?
Nada disso!
Essa semente poderá ser utilizada numa nova relação num novo relacionamento com uma nova mulher, que corresponda exatamente ao que eu sinto.
Isso é loucura?
Penso que não, mas imagino estar sendo lido por pessoas que nem sequer acreditam na Divindade ou, caso acreditem, não confiam tanto Nele ou leitores os quais não estão interessados em renunciar a um grande amor.
5- Devo esclarecer que acredito em Deus, que confio Nele, que acredito no porvir (a vida para mim continua), que acredito plenamente que as sementes divinas terminam vencendo.
Infelizes são aqueles que se desesperam se não tiverem todos os seus caprichos ou supostos amores correspondidos.
Isso é criancice. Já passei dessa fase.
Aliás, vale dizer que muito insisti em estar com a mulher que ainda faz o meu coração vibrar.
Mas ela não quis, me desprezou, teve outros planos.
O que fazer?
Me matar, matá-la, odiá-la, me desesperar, sofrer, ficar triste?
Quanta bobagem!
Como falei acima, o que eu sinto só depende de mim.
O que eu faço com o que eu sinto é apenas dependente de minhas escolhas.
Isso eu aproveitei bem!
Precisamos também aceitar as perdas da vida, os nãos que a existência nos oferece, enfim, saber viver também com frustrações, desilusões e tristezas.
A vida está recheada de ambas as coisas: tristeza e alegria, dor contrastando com agradáveis emoções etc.
Viver somente esperando belas flores é tolice e certamente fonte de frustrações.
6- Eis a impressão que o filme Havana me suscitou a qual quis dividir com os senhores.
Viva o gostar verdadeiro!
Palmas para Havana!
Saudações ao ator Robert Redford!
Para compreender bem esse lance de “semente divina” comparada com “o gostar o qual Deus nos dá” recomendo a leitura do meu primeiro texto aqui publicado.
O texto é real.
Um dia eu o enviei a ela.
Esse texto tudo tem a ver comigo e com o filme Havana.
É um texto bem otimista.
Tomara que vocês gostem!
Eis o link:
http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdesaudade/3409406
Um abraço!