Maria Montessori

“Um país que nega cuidar de suas crianças é um país que nega seu futuro”. Até parece que esta frase é proveniente de uma professora ou professor falando de educação no Brasil atual. Mas foi dita por Maria Montessori (1870/1952).

Sua metodologia é uma filosofia da educação. Ela vivia numa Itália superlativamente preconceituosa e machista. Apesar de ter sido a primeira mulher a fazer medicina na Itália foi proibida de exercer a profissão porque o Conselho Nacional de Medicina não admitia a hipótese de uma mulher a examinar o corpo de um homem.

Ela então começou a observar crianças com necessidades especiais, mantidas em bolsões de pobreza, com necessidades especiais, comportamentos difíceis, em quartos lotados sem brinquedos, nem o que fazer. Em 1899 fez uma palestra sobre essas crianças deficientes numa conferência de professores. Causou muita impressão. Começou então a dar aulas na Universidade de Roma. Que maneiras seriam as mais adequadas para fazer com que elas pudessem levar uma vida normal?

Seus alunos aprendiam a ler e a escrever como se fossem crianças comuns. Após a palestra buscou intensamente mostrar que as crianças eram suas verdadeiras professoras. Com elas aprendia a trilhar o caminho da cura para suas deficiências. Sua pedagogia ganhou o mundo por seus resultados surpreendentes.

Maria Montessori graduou-se médica em 1896. Filiou-se à Clínica Psiquiátrica Universitária de Roma. Estudou Antropologia e obteve um doutorado em Filosofia. Contemporânea de Freud, desenvolveu uma classificação pessoal das enfermidades mentais.

Viveu um romance com Giuseppe Montesano, seu professor de psiquiatria. Deste romance nasceu seu filho Mario. Afiliou-se ao movimento feminista o qual representou em escala nacional e internacional. Herdeira da luta feminista da ateniense Lisístrata, que na peça teatral de Aristófanes, liderou uma greve do sexo até que seus maridos e amantes parassem as hostilidades bélicas entre Atenas e Esparta (Guerra do Poloponeso: 431 a 404 a.C.).

Maria Montessori representou a Itália no Congresso do Movimento Feminista em Berlin (1896) e em Londres (1899). Pensamento e inteligência independentes, apesar de ganhar títulos de distinção no regime fascista de Mussolini, acusou o fascismo de “formar uma juventude segundo modelos brutais” convertendo-a não em jovens homens livres, mas em “pequenos soldados”.

Por suas opiniões anti-fascistas, Maria Montessori teve de exilar-se em Barcelona (1933) passando daí para a Holanda com seu marido e filho. Voltou à Itália em 1947 para ajudar na reorganização das escolas e da Universidade de Roma.

Fundou a “Casa das Crianças” e desenvolveu nesta o método Montessori de ensino. As crianças possuíam autonomia para tornar suas resoluções aplicáveis. Por sua própria conta. Partia da premissa de que as “crianças são seus próprios Mestres” e que, para aprender necessitavam de liberdade e de multiplicidade de opiniões sobre as quais discorrer. Estas convicções inspiraram Maria Montessori a travar suas batalhas para reformar a metodología e a psicología da educação.

Estabeleceu-se definitivamente em Amsterdam em 1949 qundo publicou seu livro “The Absorbent Mind”. No qual explicou os procesos mentais de absorção de conhecimento pela mente infantil que se compara a uma esponja a absorver conhecimento como se fosse um líquido sobre ela distribuído.

Nomeada doutora “honoris causa” pela Universidade de Amsterdam em 1950, faleceu na Holanda em 1952 aos 82 anos. Seu pensamento e método educacional permanecem vivos em instituições educativas por todo o planeta.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 01/04/2012
Reeditado em 18/12/2012
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