Sobre o filme “A Dama de Ferro”
Ontem tive o prazer de assistir o filme pelo qual Meryl Streep concorre ao Oscar de melhor atriz. A atuação é indubitavelmente uma das melhores de sua carreira e uma luz em nossos olhos em quase duas horas de filme.
Ela interpreta o ícone político Margaret Thatcher incrivelmente bem do começo ao fim do filme, expressando todas as características da mulher que inspirou a tantas pessoas, especialmente as mulheres pro causa de sua coragem e força de enfrentar um Parlamento masculino e machista.
Streep interpreta com força e obstinação, usando os mesmos olhares, mesma boca e mesmos gestos que Thatcher.
A fotografia do filme também não desaponta; no geral as cores não são vibrantes e o tom azul combina perfeitamente com a oposição homem e mulher que além de ser muito discutido durante o filme, era uma das lutas da Primeira Ministra.
Não obstante o filme seria ruim se não fosse pela atuação da protagonista. A intercalação de passado e futuro trouxe uma marca de insegurança ao filme, querendo retratar um período mais atual da idosa e desde sua adolescência até seus dias de Primeira Ministra. E foi um pouco exagerado o número de cenas dela idosa, quanto menos seria melhor. Ao menos algumas dessas cenas dão um tom humorístico ao filme.
As falas de seu marido eram muito interessantes, principalmente duas que evidenciam dois lados de Margaret, que na verdade se resumem em um: o egoísta. Essas falas poderiam ter sido alongadas em cenas maiores que demonstrassem esse lado dela, criando um conflito psicológico maior. O uso dos espaços nas cenas também poderia ter sido mais elaborado nesse sentido, já que infelizmente o foco da câmera era apenas a protagonista.
Quando se compara a direção com a performance de Meryl Streep, percebe-se um distanciamento de beleza e encantamento. Não é a toa que o diretor não foi indicado a nenhum prêmio e ela foi indicada a muitos prêmios, já ganhou sete e torço para ganhar o maior.