O dia que Chita morreu

Cheetah, Chita para nós, morreu hoje, aos 80 anos de idade, de insuficiência renal. Segundo li na internet, ela interpretava o papel de amiguinha do Tarzan desde a década de 30, vamos ser claros: 1930, porque 2030 já está batendo na porta.

Chita era uma macaca careteira, engraçada bem treinada, que vivia a pular no colo de Tarzan. A bem da verdade, a relação de Tarzan com Chita era bem mais animada e carinhosa do que com Jane.

A carinhosa macaquinha deve ter enterrado uma porção de Tarzans, inclusive Johnny Weismuller (é assim que se escreve?) o mais famoso de todos, que foram morrendo pela vida afora, enquanto a bichinha continuava serelepe, fazendo seus filminhos.

Conheci a Chita, no cinema, of course, nas matinês do Cine Teatro Glória, na década de 50, ainda em filmes preto e branco, e ela era, sem dúvida, a “mocinha” do filme, roubando cenas e ofuscando uma Jane que sempre parecia estar meio fora do contexto. Sem dúvida a macaca foi uma das heroínas da minha infância.

Pois hoje ao ler a matéria sobre sua morte, tomei conhecimento de que se tratava de um macaco, isto mesmo, um macaco, macho! To estarrecido. Nunca vi ninguém se referir à macaquinha como o Chita. Esta revelação é lamentável. Soubesse eu que era um macaco e teria achado que era um puxa saco de Tarzan, com seus carinhos e caretas, um verdadeiro boiola (olha que macaco gosta). Tenho certeza que a garotada da época, conservadora, machista, não teria pela Chita a mesma adoração se soubesse que se tratava de um macho.

Assim sendo, renego esta informação tardia: Descanse em paz Chita, para minha geração você será sempre uma macaquinha querida. “Me Tarzan, you Chita”.