Origens do cinema
Podemos dizer que o cinema não teve uma única origem ou criador, sendo que o mesmo teve diversas formas culturais no qual se espelhar. As diversas técnicas e avanços científicos que possibilitaram o advento do cinema tinham outros objetivos, que não desenvolver uma forma de entretenimento nos moldes cinematográficos.
Entre essas expressões da sétima arte encontramos o teatro de rua, a lanterna mágica e a representação visual pictórica.
As primeiras exibições de filmes ocorreram no ano de 1895 através do inventor Thomas A. Edison que registrou sua nova invenção, o quinestocópio. O Feiticeiro de Menlo Park (The Wizard of Menlo Park), como era chamado, ficou conhecido por sua célebre frase: “O gênio consiste em um por cento de inspiração e noventa e nove por cento de transpiração.” Ao longo da sua vida, Edison registrou mais de 1000 patentes.
Enquanto isso na França, os irmãos Lumière fizeram uma famosa apresentação pública do seu cinematógrafo. O cinematógrafo era uma máquina de filmar e projetor de cinema, invento que lhes tem sido atribuído, mas que na verdade foi inventado por Léon Bouly, em 1892, que terá perdido a patente, de novo registrada pelos Lumière a 13 de Fevereiro de 1895. Curiosidade a parte, Louis, um dos irmãos, tinha profunda admiração por Mussolini, a quem enviou uma fotografia sua com uma dedicatória em que referia «a expressão da minha mais profunda admiração».
Porém os Lumière nem sequer foram os primeiros a fazer tal exibição. Os irmãos Marx e Emil fizeram uma exibição de 15 minutos no bioscópio.
O Grand Café em Paris era o local onde se passavam os filmes. Sua versão norte-americana foram os cafés conhecidos como vaudevilles.
Com o tempo outros cinematógrafos surgiram como concorrentes, entre eles o mágico ilusionista George Mélies , considerado por muitos como o pai do cinema de fantasia. Utilizando de efeitos especiais, Mèlies utilizou o cinema como uma forma de extensão do seu trabalho.
Noel Bursch, crítico e teórico de cinema estadunidense, afirmava que essa primeira fase do cinema era primitiva devido a não centralização dos planos, falta de linealidade, plano estático, entre outros motivos. Porém, muitos historiadores discordam desse ponto de vista, dizendo que o cinema inicial tinha sua maneira de expressão original, tendo como objetivo maior chamar a atenção do público.
Essa primeira fase ficou conhecida como cinema de atração. Nesse período, há uma mistura de cenários naturais com outros totalmente artificiais. A produtora Biograph, por exemplo, gravava seus filmes no telhado de um edifício em Nova York.
Os filmes em sua maioria tinham o caráter documental mostrando cenas do cotidiano, como pessoas saindo do trabalho, entrando no trem (adoravam fazer filmes sobre ferrovias), sobre guerras e outras situações históricas.
Na segunda fase (1903 a 1907), surgem os filmes de ficção. São criadas as narrativas simples (apenas através de imagens). Os filmes passam a ser exibidos em Nickelodeons (grandes depósitos ou armazéns adaptados e se eu não me engano hoje é o nome de um canal que passa um monte de desenho chato na TV a cabo).
A partir de então, as companhias começam a ganhar força, organizando-se industrialmente. Com isso o número de produções cresce consideravelmente.
Nos EUA os produtores começam a aprimorar a narrativa para atrair mais público (em especial a classe média). As exibições de filmes começam a acontecer em luxuosos palácios do cinema.
O melodrama passa a ser o gênero dominante e o cinema timidamente começa a sofrer grandes transformações, trazendo consigo muitas inovações tecnologicas e novas formas de narração.
Fonte: Fernando Mascarello – História do cinema mundial