Cinema para se ouvir

(texto publicado na coluna de cinema do site socolunistas.com)

“Silêncio... Já começou!” Esta frase é muito comum na hora de assistir a um filme, pois nada a melhor e mais fascinante película se não existir o áudio pra compreendermos o filme. Só lembrando rapidamente que esta época já existiu: no começo do cinema, ele era mudo, o que exigia muito mai da expressão e jogo corporal dos atores. No entanto, não é a toa que atualmente investimos também na qualidade de som na hora de vermos um filme.

Descobrimos de uns tempos pra cá que o som; cada detalhe, cada nuance da música, cada efeito também nos faz “sentir” mais a situação vivida em cena... Então Home Theaters com muitas caixas espalhadas pelo ambiente pra que ouçamos desde que quando o avião decola lá longe e passa sobre nossas cabeças, se distanciando lá atrás sejam sentidos uniformemente... O som passa a sensação de forma mais real!

Mas ainda não é sobre esta questão do som que quero falar, é sobre a música, ou melhor, sobre musicais!

Em gera e primeiro a fator a comentar é um gênero polêmico, pois tem gente que ama, e tem gente que odeia.

Eu particularmente amo. Amo todo e qualquer musical? Claro que não, seletividade é importante em todas as horas, e nesta também, e assim como em qualquer outro gênero, também existem muitos musicais ruins, a diferença é que um musical ruim é muito ruim, porque a música é uma questão que todos convivemos e que ninguém esquece seja ruim ou boa.

O que a maioria das pessoas que não gostam, acham ridículo, é o fato de os atores estarem vivendo determinada situação, e de repente, como se fosse a coisa mais normal do mundo, eles começam a cantar... Se eles tirassem meleca do nariz e comessem na frente da câmera não seria tão chocante e assustador quanto cantar “do nada”. Em partes entendo este sentimento de repulsa, mas o que acontece é que nos acostumamos com um desenrolar linear da história e de repente vem a quebra: a mocinha que saltita sobre o banco da praça, roda seu vestido, mas ninguém vê sua calcinha e canta maravilhosamente com um fôlego incrível! No mesmo ato, sua inimiga também solta a voz em loucos passos e as pessoas ao redor, começam a cantar também, e pior: a dançar! É claro que surge aquela pergunta: “Como é que todos sabiam a coreografia e letra da música”? São situações que simplesmente não se explicam, e que fazem parte da maioria dos musicais.

A verdade é: a música faz a história ser muito mais interessante, e exige muito mais do ator. Cada canção tem um porquê e auxilia a explicar a história no seu desenrolar. Outra verdade é que bons musicais (mais uma vez se utilizando daquela regrinha dos ruins), são musicais de muito sucesso.

Outro fator que repele determinado publico de ver musicais é o seguinte: as pessoas querem se identificar com os filmes, ver história que estão presente no seu dia a dia, mas o fato de todos cantarem, dançarem e terminarem isso como se nada tivesse acontecido, não faz parte do seu cotidiano, ou seja, eles não se identificam.

A estes eu digo o seguinte: de real, certinho, e cheio de regras, já basta a vida que vivemos todos os dias. Cinema é entretenimento, arte, é pra esquecer da realidade, viajar: ver o que não faz parte do seu cotidiano, poder relaxar e sonhar. Nós mesmos, enquanto seres humanos “normais” cantamos no chuveiro, fazendo nossas tarefas, nos reunimos com instrumentos para cantar em grupo, passamos o tempo cantarolando porque gostamos disso. No filme não é diferente, só que claro, muito melhor produzido e ensaiado!

Pra finalizar deixo algumas sugestões de musicais excelentes: Noviça Rebelde, O Pianista, Cantando na chuva, Moulin Rouge, 20- Grease - Nos Tempos da Brilhantina, Hairspray, O Fantasma da Ópera, Fama, Dreamgirls, Evita, Cinema Paradiso, Chicago, Jesus Cristo Popstar, La Traviatta, Ray, Monty Python - O Sentido da Vida, Os Homens Preferem as Louras, Across the Universe, Piaf - Um Hino ao Amor, e meu favorito de todos os tempos: Mamma Mia!

“Experimentem” alguns... Bom filme e boa música!