Homenagem a Mario Monicelli
Nesse dia 29 de novembro (segunda-feira) o cinema perdeu um de seus maiores diretores. Com 95 anos, o italiano Mario Monicelli, quatro vezes indicado para o Oscar, internado para tratamento de um câncer terminal, num hospital em Roma, partiu...
Acredito como Guimarães Rosa que as pessoas se tornam encantadas. Mario Monicelli será um dos encantados, seus filmes como diretor e roteirista, nos divertiram, fizeram nos sonhar.
Muitos dos seus filmes no Brasil tornaram referência, as comédias italianas com Totó, A Incrível Armada Brancaleone, Bocaccio ´70, Os companheiros, Casanova ´70, Meus Caros Amigos, Parente é Serpente, O Pequeno Burguês e muitos outros.
Nomes dos seu filmes, eram ditos como frases comuns e usuais.
Sinto-me até hoje um formador de “Armada Brancaleone”, filme medieval onde Vittorio Gassman, reunia um grupo de perdedores para tomar posse de um feudo. Uma sátira medieval um Dom Quixote liderando um bando de maltrapilhos.
Confesso que o filme que mais me marcou, foi Os Companheiros no original “I compagni” de 1963 com Marcello Mastroianni. Vi apenas uma vez creio que em 1995 ou 96, logo a censura da Ditadura retirou do circuito de cinemas.
Mario Monicelli trabalhou com atores que nos fizeram sonhar: Totó, Sophia Loren, Marcello Mastroianni, Vittorio Gassman, Ugo Tognazzi, Anna Magnani, Alberto Sordi, Monica Vitti, Gian Maria Volonté e muito e muito mais...
No final da década de 60, início de 70 faziam-se filas enormes, para os cinemas do centro de São Paulo. Conhecia-se não só os artistas mas discutia-se o iluminador, roteirista, montagem, e o DIRETOR.
Este era o dono do espetáculo, era quem orquestrava tudo.
Víamos filmes franceses, espanhóis, suecos, britânicos e até americanos. Mas o que calava fundo em nossa alma eram os filmes italianos.
Nos anos de chumbo da ditadura sonhávamos...
Nos importantes jornais italianos La Stampa e Corriere della Sera:
“Nos seus últimos meses de vida protestou contra os cortes no orçamento da cultura, incentivou os jovens a revoltarem-se por um futuro melhor, lamentou que o cinema atual não possa retratar Itália tal como ela é, mas não conseguiu vislumbrar um futuro para si próprio”, escreve La Stampa. Num país onde a eutanásia ainda é tabu, a sua morte é uma proclamação final de liberdade numa vida anárquica. “Quis decidir tudo por si próprio até ao fim, tal como nos seus filmes”, disse o crítico Paolo Mereghetti.”
O cientista social Darcy Ribeiro, fugiu do hospital para se tratar, e terminou de revisar o exelente livro “O Povo Brasileiro”.
Acredito que Mario Monicelli quis fugir também do hospital, só que errou o caminho e saiu pela janela. Infelizmente era no quinto andar.
Nesse dia 29 de novembro (segunda-feira) o cinema perdeu um de seus maiores diretores. Com 95 anos, o italiano Mario Monicelli, quatro vezes indicado para o Oscar, internado para tratamento de um câncer terminal, num hospital em Roma, partiu...
Acredito como Guimarães Rosa que as pessoas se tornam encantadas. Mario Monicelli será um dos encantados, seus filmes como diretor e roteirista, nos divertiram, fizeram nos sonhar.
Muitos dos seus filmes no Brasil tornaram referência, as comédias italianas com Totó, A Incrível Armada Brancaleone, Bocaccio ´70, Os companheiros, Casanova ´70, Meus Caros Amigos, Parente é Serpente, O Pequeno Burguês e muitos outros.
Nomes dos seu filmes, eram ditos como frases comuns e usuais.
Sinto-me até hoje um formador de “Armada Brancaleone”, filme medieval onde Vittorio Gassman, reunia um grupo de perdedores para tomar posse de um feudo. Uma sátira medieval um Dom Quixote liderando um bando de maltrapilhos.
Confesso que o filme que mais me marcou, foi Os Companheiros no original “I compagni” de 1963 com Marcello Mastroianni. Vi apenas uma vez creio que em 1995 ou 96, logo a censura da Ditadura retirou do circuito de cinemas.
Mario Monicelli trabalhou com atores que nos fizeram sonhar: Totó, Sophia Loren, Marcello Mastroianni, Vittorio Gassman, Ugo Tognazzi, Anna Magnani, Alberto Sordi, Monica Vitti, Gian Maria Volonté e muito e muito mais...
No final da década de 60, início de 70 faziam-se filas enormes, para os cinemas do centro de São Paulo. Conhecia-se não só os artistas mas discutia-se o iluminador, roteirista, montagem, e o DIRETOR.
Este era o dono do espetáculo, era quem orquestrava tudo.
Víamos filmes franceses, espanhóis, suecos, britânicos e até americanos. Mas o que calava fundo em nossa alma eram os filmes italianos.
Nos anos de chumbo da ditadura sonhávamos...
Nos importantes jornais italianos La Stampa e Corriere della Sera:
“Nos seus últimos meses de vida protestou contra os cortes no orçamento da cultura, incentivou os jovens a revoltarem-se por um futuro melhor, lamentou que o cinema atual não possa retratar Itália tal como ela é, mas não conseguiu vislumbrar um futuro para si próprio”, escreve La Stampa. Num país onde a eutanásia ainda é tabu, a sua morte é uma proclamação final de liberdade numa vida anárquica. “Quis decidir tudo por si próprio até ao fim, tal como nos seus filmes”, disse o crítico Paolo Mereghetti.”
O cientista social Darcy Ribeiro, fugiu do hospital para se tratar, e terminou de revisar o exelente livro “O Povo Brasileiro”.
Acredito que Mario Monicelli quis fugir também do hospital, só que errou o caminho e saiu pela janela. Infelizmente era no quinto andar.