Ondine e Ponte para Terabítia: o imaginário auxiliando a realidade.
Dois filmes diferentes com a mesma temática, “Ondine” e “Pontes para Terabítia”, onde o imaginário é utilizado como auxílio para encarar a realidade nem sempre promissora.
Ondine – filme de 2009 - conta a história de um homem solitário, Syracuse, um pescador irlandês, pai de uma filha de 11 anos que depende de uma cadeira de rodas para se locomover em razão de problemas renais. Certo dia, em sua rede de pesca, aparece uma mulher, que se diz chamar Ondine, "a que veio do mar". Ela não quer ser vista por outras pessoas e Syracuse a leva para uma casa vazia, onde antes morava sua mãe, já falecida.
Enquanto sua filha faz diálise, ele lhe conta a história de um pescador que pesca uma mulher misteriosa. Sua filha logo faz ligação com a lenda das selkies, seres marinhos, focas que se transformam em humanos, ao trocar de pele.
Syracuse, de pescador sem sorte, ao levar Ondine em seu barco, passa a recolher lagostas e salmões, em um período em que eles são raros.
Sua filha acaba conhecendo Ondine questionando-a sobre sua origem marinha. Ela não contradiz a menina. Os três acabam alimentando a versão da Selkie resgatada do mar, pois isso fortalece o relacionamento entre eles, seja real ou não.
Em Ponte para Terabítia (2007), conhecemos Jess, um garoto solitário, único irmão em uma família de irmãs, sempre deixado de lado pela mãe e pelo pai, e tratado como um estranho na escola. Até o dia em que surge Leslie, uma garota extrovertida e com uma imaginação fértil. São vizinhos e logo se tornam amigos. Encontram um espaço no bosque próximo a casa deles, onde vivem aventuras em um mundo de fadas, ogros, um povo que aguardava por seus salvadores (os dois) e um vilão e sua horda do mal. Batizam esse reino de Terabítia. Através desse mundo imaginário, os dois se fortalecem para encarar a realidade do dia a dia, confrontando seus medos.
Ondine tem uma interpretação sensível e contida de Colin Farrell, sob a direção de Neil Jordan e nos mostra a vida em uma pequena cidade portuária da Irlanda. Tem uma coloração escura e às vezes melancólica.
Ponte para Terabítia não traz nenhum ator famoso, e a direção consegue transmitir a inocência da infância e a importância que devemos dar à fantasia. É mais colorido e alegre em suas imagens.
Ambos os filmes trazem a mesma mensagem: a fantasia é importante para nos ajudar a transpor as dificuldades da nossa rotina e superar as tragédias que podem acontecer.
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Fichas técnicas:
1) Ponte para Terabítia:
Ano de produção: 2007
Diretor: Gabor Csupo
Roteiro: Jeff Stockwell e David Paterson
Atores: Josh Hutcherson e AnnaSophia Robb
Disponível em DVD e Blu Ray
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2) Ondine
Ano de produção: 2009
Diretor: Neil Jordan
Roteiro: Neil Jordan
Atores: Colin Farrell e Alicja Bachleda
Em cartaz nos cinemas