A uma semana da estréia, hoje rememorava!
Nosso Lar, livro psicografado, primorosa narração de autoria do espírito André Luiz na psicografia de nosso querido Chico Xavier, foi a primeira obra espírita que li nos idos já distanciados dos meus dezesseis anos. Espontaneamente. Sem nenhuma sugestão ou imposição, embora seja minha família Kardecista. E, embora esta circunstância, ao contrário, minha mãe mostrou-se antes preocupada, quando me viu de livro em punho, folheando-o, após selecioná-lo dentre os de sua ainda modesta biblioteca espiritualista, porque a seu ver era cedo para que me dedicasse àquele gênero de conhecimentos acerca do que aguarda a todos, assim rompendo e suavizando, maravilhosamente, o secular tabu da morte física.
- Está cedo! - ainda me recordo de suas palavras, tisnadas do zelo materno habitual - Sei que gosta do assunto e das conversas a respeito, mas deixe para ler mais tarde. Vá achar algo com que se divertir!...
- Divertir?! Era brincadeira! - Dizia de mim para mim mesma, diante do fascínio poderoso exercido, logo no conteúdo das primeiras páginas, em meu espírito, mais que tudo desarmado ante o que, no que ia desvendando a cada linha, estranhamente me comparecia, mesmo naquela idade incipiente, como algo simplesmente e não mais que familiar, e naturalíssimo!
De fato, ia desbravando as minúcias daquela narrativa como se o que relatava o clarificado espírito do antigo médico terreno se assemelhasse a envolvente diálogo entre amigos, durante o qual suas descrições das circunstâncias do momento de seu desencarne, das aflições do umbral, da chegada iluminada do Instrutor Clarêncio em seu socorro, e da entrada na magnífica cidade no espaço etéreo do Rio de Janeiro me evocassem com realismo e nitidez inegáveis todos os contornos, cores, sombras e luzes, enfim, as imagens bem delineadas do que, em toda a sua verdade, é a portentosa colônia espiritual. E nada daquilo me causou, em momento algum, qualquer estranheza!
Nenhum dos detalhes que a tantos causa, às vezes, grande estranheza e impacto: a presença de natureza exuberante (pois que se trata tão só e unicamente de manifestação energética a níveis frequenciais diferentes, naquilo que percebemos como matéria); reencontros emocionantes com os que já se foram; lições imorredouras dos veneráveis instrutores da encantadora cidade espiritual; a descrição do aerobus, o inimaginável transporte volitante comum ao deslocamento na cidade. A própria capacidade de volição humana, à medida que vamos nos adaptando e sutilizando nosso espectro frequencial grosseiro e perfil vibratório espiritual. Os ministérios, hospitais e residências; veneráveis autoridades da cidade e relatos de minúcias cotidianas e fenômenos sublimes, como os comuns aos horários de preces da populosa cidade das dimensões invisíveis da vida - nada daquilo, em absoluto, me surpreendia, assustava ou evocava qualquer choque ou repulsa de ordem psicológica ou emocional, como minha mãe temia! Ao contrário, a identificação com contexto e linguagem se dava espontânea, autêntica e inegável. E tudo o que aconteceu, em contínuo, foi o deslumbramento e leitura entusiasta, deste livro inesquecível e marcante, em primeiro lugar. Depois, sequentes, todos os demais da série do respeitável médico das paragens espirituais. Mais à frente, como consequência que hoje reputo natural e mais do que esperada, embora ainda muito jovem, o afloramento dos primeiros indícios da mediunidade que prenunciava nossos próprios compromissos com equipes assistentes outras do invisível, que nos assessoram particularmente e que, hoje resta comprovado, haviam alinhavado o trabalho conjunto de contribuição para a vasta literatura espírita hoje disponível nas prateleiras de nossas melhores livrarias, trazendo um sem fim de informes necessários a que a humanidade se inteire das maravilhas que nos aguardam na continuidade perene da Vida para além dos cenários fugazes da materialidade!
Tudo isto, havido naquelas décadas já recuadas, agora toma feição de sonho - conforme era também sonho inimaginável, então, sequer se conceber que um dia aqueles cenários, tão fortemente delineados em nossas retinas espirituais através da descrição primorosa de Nosso Lar, nas linhas transmitidas pela fidedigna psicografia do nosso Chico Xavier, se materializariam ante as platéias dos cinemas, extasiadas da perfeição espantosa da cinematografia do século XXI!
Trata-se, sem margem a dúvidas, como que de milagre inacreditável materializado pelas mãos de equipes reencarnadas e desencarnadas empenhadas numa causa comum, qual a da transmissão de Mensagens de elevada estatura Cósmica ao mundo material ainda tão mergulhado em enganos de interpretação dos propósitos maiores da Vida, por intermédio de trabalhos artísticos de ponta e desta magnitude, certamente inspirados e assessorados por falantes igualmente incontáveis de técnicos, profissionais e por recursos avançadíssimos a partir do lado invisível da Vida.
Deliciemo-nos com o resultado: o presente inigualável, histórico e de implicações monumentais para o necessário salto consciencial aos que já se vejam suficientemente prontos para o novo mundo de regeneração já iminente, oferecido neste ano inesquecível do centenário do nosso querido Chico - Nosso Lar!