A filosofia, idealmente, moraliza a ciência
Porque, sem a moralização da filosofia, isto é, sem a construção de uma consciência crítica, diga-se, da única e verdadeira filosofia, que é a sabedoria, a ciência inevitavelmente se torna antiética, se servindo como um meio para fins escusos (como tem acontecido, historicamente), mas mesmo se se expressasse como um mero passatempo de curiosidade, já que acabaria justificando a crueldade como necessária ou inevitável para a investigação científica.
Portanto, a filosofia atuaria como a base teórica e ideológica da ciência, mas também como um complemento necessário de direção ideal.
Pois se a ciência se especializa ou se divide em muitas áreas de investigação e expansão do conhecimento, a filosofia, idealmente, atua como um farol de sanidade máxima que sempre busca pelo julgamento mais sensato e que, em complemento à ciência, é vital para que não se perca do caminho da sabedoria (como tem feito, historicamente). E o pensamento ou julgamento mais sensato de todos é o de sempre apontar para as verdades mais importantes, que são as mais derradeiras, como a finitude e a igualdade essencial da vida e a ausência de um sentido que explique a existência de maneira que satisfaça as expectativas humanas; sempre lembrando à ciência que tudo o que se faz, no final, nada mais é do que "enxugar gelo".