TODO O MUNDO ODEIA A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

E são várias as razões para esse “ódio”. De tanto se falar nela, o assunto já encheu o “saco”. Pudera, só se fala nisso! Além do mais, a IA nos faz lembrar de tantos desgostos: fake news, golpes financeiros e aquela chatice de o teclado querer adivinhar os nossos pensamentos, autocompletando cada palavra que tentamos escrever com termos que não têm nada a ver. Pior é quando perguntamos uma coisa e ela responde outra, se fazendo e nos fazendo de bestas com suas baboseiras vagas e sem sentido.

Além do mais, vem o medo. Medo de conviver com máquinas mais inteligentes do que nós, medo de perder o nosso emprego para um robô... Assim, não é de se estranhar a afirmação: “Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe...”

Mas... A questão não é tão simples assim. Já houve um tempo em que as pessoas tinham medo da máquina fotográfica: pensavam que a fotografia ia lhes roubar a alma. Aos que esconjuram a Inteligência Artificial, pode-se até perguntar: “Você detesta também o seu smarphone, quem sabe a sua geladeira ou até o automóvel? Nem pensa em entrar num Uber?”

Coisas do progresso, da modernidade, ou melhor, da pós-modernidade, para as quais todo o “ódio” é inócuo. Porque o mundo real vai mesmo caminhar para lá, para os domínios da IA: o mundo financeiro, o mundo empresarial (incluindo o agronegócio), o científico (incluindo a medicina), o artístico, a organização social, enfim. Talvez que os “rabeiras” sejam mesmo o mundo político e a educação. Cada qual pode escolher o ritmo de seu passo.

Mas é preciso dizer que o seu emprego será “roubado” não pela IA, em si, mas por um humano que saiba lidar com ela. A necessidade já tomou a dianteira e vai nos arrastar com ela, gostemos ou não. Aos humanos, cabe agora tão somente o domínio do mundo emocional e o do espiritual. Toda a dimensão material da vida está correndo atrás da eficácia, da produtividade, da automação.

E o “saber” lidar com a IA já tem trazido algumas implicações (melhor dizer, complicações) óbvias. A primeira delas, imagino que seja o “modo certo” de “conversar” com (vale dizer “perguntar à) IA. Se você é um “novato”, ela naturalmente que não o “conhece” ainda. Então seria como falar com um estranho: é preciso explicar direitinho o que você quer. Há um termo técnico, com o qual convém já ir se familiarizando: o “prompt”, ou seja, as instruções descritivas que devem ser dadas a ela para um bom entendimento. Traga o “seu” contexto para a IA, você não vai se arrepender! Também, não se iluda... Você precisa mesmo mostrar inteligência pessoal para lidar com a artificial. Aliás, ela vai obrigá-lo a isso.

Outro detalhe é a questão da ferramenta certa. Existem milhares delas e cada qual tem o seu melhor desempenho num setor. Quer trabalhar com textos? Experimente o JASPER. O seu interesse é imagens? Com certeza, a escolha certa é o MIDJOURNEY. Ou seria a composição musical? Então, vai de AIVA ou de MUBERT. Não tenha preguiça de testar.

Quando conhecer melhor a IA, talvez você não vá “odiá-la” tanto. Só se ama (ou se odeia) aquilo que se conhece...

Ribeirão Preto, 10 de julho de 2024