A mente está para o cérebro assim como o gênero está para o sexo

Assim como a mente é a expressão do cérebro ou do sistema nervoso central e do sistema nervoso periférico em interação com o meio, o gênero é a expressão do sexo ou da sexualidade em interação com o(s) meio(s) (intrapessoal e cultural). Portanto, ambos são produtos abstratos e, ao mesmo tempo, químicos ou reativos de suas respectivas fontes "físicas' ou biológicas. Em outras palavras, não estão inteiramente separados, pois um é o efeito do outro. Pois, separá-los, tratando-os justamente como se fossem entidades paralelas, é uma falácia, mais especificamente um caso de semanticalismo, de dar uma importância excessiva à palavra do que ao elemento que simboliza, se esquecendo que, para ratificar sua existência como um elemento ou fenômeno do mundo real e não apenas como parte do mundo abstrato ou simbólico da linguagem humana, é redundante e estritamente necessário que corresponda a um elemento que existe na realidade. Nesse caso, a mente seria um estado do cérebro em interação constante com o meio, assim como o gênero também seria um estado da sexualidade. Ainda assim, para ambos, são nada mais do que extensões de suas fontes e não como realidades auto suficientes. E como repercussão desse pensamento sobre o gênero e uma "teoria' que o tem determinado como paralelo ao sexo, sua pluralidade identitária ou expressiva não ratificaria essa crença, mas a realidade relativamente plural da própria sexualidade, do seu espectro. Então, quanto à transexualidade, a realidade de que o gênero é a expressão ou o estado da sexualidade implica na negação da ideia inversa, central para os ativismos queer e trans, de que é o gênero que determina a identidade sexual de uma pessoa, validando essa condição como um transtorno psiquiátrico de identidade, a própria disforia, e não como uma condição não-patológica que só pode ser resolvida com cirurgias e outros procedimentos invasivos (e de eficácia muito duvidosa) que visam uma aproximação ao sexo de identificação.