Sobre um mito: racionalidade e matemática
Para se tornar ou ser mais racional, é necessário ser excelente em matemática??
Não exatamente, se a capacidade racional é, primeiro de tudo, sobre a percepção objetiva e imparcial de fatos e que, consequentemente, tende a contribuir para fazer julgamentos mais justos.
Mas, então, de onde vem esse mito??
Provavelmente da confusão muito comum que se faz entre pensamento lógico-racional e matemática, em que se acredita que o primeiro é especial ou especificamente útil na resolução de problemas matemáticos e de lógica. E é até interessante de concluir que o primeiro e grande equívoco dessa confusão está justamente na suposição de que a racionalidade é uma capacidade puramente cognitiva e mais complexa do que realmente é: uma qualidade tanto psicológica quanto cognitiva e mais simples, por se tratar do básico ato de reconhecer um fato sem tentar agradar a si próprio, crenças ou sentimentos pessoais. Básico, mas também difícil, se se trata de estar sempre lutando contra a própria subjetividade, contra esse impulso muito básico e forte de querer adulterar mentalmente a realidade pela própria auto projeção de sentidos, instintos, até de crenças, desejos... almejando uma melhor compreensão de mundo.