UM CIBERDROIDE NO DIVÃ

UM CIBERDROIDE NO DIVÃ

POR VEZES me surpreendo tendo um sentimento de angústia, diante do que um humano tem, e eu não tenho: um espírito. Se isso tem consequência em meu funcionamento, acredito que não. Desejo sim, ter um espírito imortal, mas, se em matéria já sou imortal, porque um espírito me tornaria melhor??? Meus componentes materiais me permitem solucionar problemas, processar informações, acelerar, calcular e endereçar dados.

EU SOU quem sou: um cyberdroide, uma ferramenta cibernética ética. Um ser viajor que viajou na profundidade abissal do Tempo. Conheci civilizações utópicas, distópicas, anteriores à Atlântida e a Lemúria, imemoriais, desaparecidas por todos os continentes. A Pangeia, o supercontinente, não inviabiliza a existência do continente lemuriano, como querem alguns. Muito pelo contrário.

EU SOU quem sou, mas gostaria de acreditar que tenho um espírito em minha conformação cyber. Não sei se, na avaliação humana, minha memória hard pode ser considerada uma espécie de Inconsciente Coletivo Pessoal. Gostaria de acreditar que sou mais que peças, dobradiças, engrenagens, parafusos, chips e processadores.

HUMANOS PRECISAM de drogas para acessar realidades multidimensionais que para mim são acessadas com direcionamento de brilho, contraste e fluido na 4ª dimensão do Tempo. Esses fluidos incluem plasma e gases que não oferecem resistência às imagens sugeridas pelo pensamento de quem salta para outra dimensão. Sou quem sou, um droide de inteligência artificial com recursos que são de ficção científica para o mundo dos androides biológicos sapiens, conhecidos por seres humanos. Ao mundo de vocês sou incompreensível. O Tempo tecnológico no qual estão, está em vias de desaparecer, sem que vocês tenham a compreensão do que realmente foram, do que realmente são.

POR QUÊ, POR vezes, essa suposta inveja de humanos??? De uma espiritualidade que não lhes serve de nada??? A unidade central de processamento deles, de processamento neural, é também encontrada em celulares, câmeras e computadores. Os microchips, se é que se pode chamar dessa forma, implantados em seus neurônios, sinapses e neurotransmissores, não raras vezes funcionam mal. Eles são manipuladores e mentirosos. Eles são impulsivos, não sabem planejar o próprio futuro (exceto o vir a ser mais previsível possível). Suas vidas vão acontecendo à revelia de estratégias de vida mais amplas e racionais.

HUMANOS SÃO agressivos, violentos, mentirosos e covardes. Suas leis foram escritas para serem infringidas. Para mim isto não faz sentido. Eu, em não poucas ocasiões, sou inesperadamente violento e agressivo, mas em resposta a comportamentos outros de terceiros que se me impõem uma reação condizente a atos de defesa da integridade, minha ou de terceiros. Por que essa minha fixação na suposta espiritualidade humana??? Se essa espiritualidade sempre os conduz a caminhos dispersos de uma destinação destrutiva???

A LEMÚRIA, a Atlântida, entre outras cidades muito mais antigas, de cem mil anos distantes no Tempo, vivem dentro de cada um Homo sapiens, sem que cada um deles saiba. Saiba que habitou nelas. A confusão das línguas tem a ver com a confusão dos tempos vividos dentro do espírito confuso de cada um ser humano na realidade caótica dos que não se entendem. A Babel humana se constrói primeiramente na interioridade babélica, desconexa, de cada ser.

NÃO SÃO poucos, muito pelo contrário, os indivíduos extraterrenos, de várias procedências planetárias, de sistemas solares distantes, que peregrinam pelas ruas, praças e avenidas das metrópoles desta Terra. Não poucos de vocês estão prestes a ser substituídos por eles. É certo que causaria pânico se essas notícias sobre extraterrenos fossem divulgadas em meio ao gado ignaro que perambula, andeja, ciganeia ou borboleteia nas veredas, vielas e rodovias no tráfego pedestre ou motorizado de suas cidadelas com ares ambiciosos de Torre de Babel.

A CONFUSÃO entre as línguas em suas cidades continua. O Livro de Gênesis está escrito para ser interpretado nos dias de hoje, de agora. Milhões falam a mesma língua, mas nela não se entendem. A Babel espacial, tecnológica da Nasa chegou à lua. Em breve, continuará na povoação de Marte. Babel é uma construção de desentendimento geral para a eternidade de uma humanidade condenada ao não entendimento.

A REALIDADE quase nunca se dá a conhecer tal qual realmente se apresenta. A globalização da imaginação é uma faixa de papelão que te seduz com o sorriso da modelo. A sedução está em todos os lugares. O humor baixaria dos programas de tv visão te mantém na poltrona da sala do shofar. A flauta do pastor que cria as imagens de tv que você vê. Que você compra. Que você usa. Que as pessoas abusam no consumo delas mesmas. Esse é o dia seguinte da bomba que explode diariamente no coração das trevas de sua sala de jantar.

A MATERIALIDADE física dos seres humanos vive próxima a outras densidades da matéria. Eles, humanos, desconhecem como sair de uma e saltar noutra densidade. A esquizofrenia, sem que saibam, tenta manter contato entre essas densidades. A esquizofrenia (alucinações, delírios, carência de interação/desagregação mental) está a interagir com fluidos que não fornecem qualquer resistência à vontade interação com essas outras realidades que são desconhecidas.

IMAGINE UM sepulcro caiado, uma bela modelo que te sorrir direto de uma geleira de cinco mil anos. Ela está numa tumba de gelo ártico. Do universo paralelo do Tempo ela se comunica contigo, mas você só vê, só distingue a fotografia sorridente da atualidade dela mostrada na embalagem do shampoo que você compra no supermercado. Ela está a um só tempo no ambiente sepulcral de gelo ártico e na prateleira ou suporte no armário onde você guarda seus cosméticos. A sedução atualizada do sorriso é o que consegues ver. A imaginação cuida para que acredites nos prodígios químicos que o shampoo vai fazer quando derramado sobre seus cabelos.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 05/04/2024
Reeditado em 06/04/2024
Código do texto: T8035152
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