Sobre as "pseudociências do bem", "de esquerda" e o mais grave
Pseudociências são hipóteses e/ou técnicas cientificamente não-comprovadas, com remoto a nulo potencial de comprovação e que visam se passar como ciência. A homeopatia, a astrologia, a teoria freudiana, o movimento anti-vacina e o terraplanismo são exemplos de pseudociências. A pseudociência é um tipo comum de pseudo-intelectualismo, isto é, de uma falsa filosofia, de um suposto amor pela sabedoria ou pelo conhecimento, mas que, na verdade, se expressa como a sua falsificação.
Um exemplo de pseudo-intelectualismo, relevante para esse texto, que também se expressa como pseudociência é o do igualitarismo radical.
Apesar de indivíduos de todo espectro político-ideológico adotarem pseudociências ou "pseudo-intelectualismos" como referências primárias de interpretação da realidade, esses tipos de desvios intelectuais parece que têm sido adotados com maior frequência por aqueles que se declaram "de esquerda".
Por fim, existe mais um desvio principal da sabedoria, o anti-intelectualismo, em que, ao invés de se passar como conhecimento, nega-o ao apelar, geralmente de maneira explícita, ao emotivo, ao instintivo e ao subjetivo. Um exemplo clássico de anti-intelectualismo é a religião, especialmente o fundamentalismo religioso. Esse último é adotado com maior frequência por indivíduos que se declaram "de direita".
A religião, tal como tem se desenvolvido e constituído, historicamente, também pode ser considerada uma falsa filosofia.
A diferença entre anti-intelectualismo e pseudo-intelectualismo é a mesma entre um sacerdote religioso e um sacerdote se passando como autoridade científica.
Então, apesar dos avanços sem precedentes da ciência//tecnologia nos últimos séculos, as pseudociências continuam se perpetuando pela constante renovação de seguidores, também porque a maioria dos seres humanos estão mais para irracionais do que racionais.
E, se graças a uma secularização relativa, primeiramente em sociedades ocidentais, o anti-intelectualismo, particularmente a religião, tem diminuído a sua influência cultural, parece que tem sido só para substituí-lo pelo pseudo-intelectualismo dentro das principais instituições, como na educação, na mídia e até nos governos, se passando como conhecimentos e/ou como julgamentos racionais/filosóficos legítimos, sendo adotados como referências para políticas públicas e, a partir disso, causando ainda mais problemas (graves) do que resolvendo os existentes.
Eu gosto de chamar essas pseudociências que estão mais ideologicamente alinhadas com a "esquerda" de "pseudociências do bem" porque, além de se comportarem ilegitimamente como ciências e/ou filosofia, também são baseadas na priorização da moralidade ou discernimento moral, do que se considera como certo ou errado, sobre a racionalidade ou discernimento intelectual, do que se percebe como verdadeiro ou falso, claramente uma inversão da ordem "de ouro" da sabedoria em que, primeiro, priorizam-se fatos ou evidências e, depois, o julgamento (moral) de como agir a partir deles. Essa é a mesma ordem da justiça em sua prática mais adequada, do pensamento imparcial e objetivo em busca da verdade, porque o mais justo também é o que é mais verdadeiro ou factual.
Um exemplo de impacto muito negativo dessas pseudociências "do bem" profundamente infiltradas nas instituições mais importantes dos países ocidentais tem sido a imposição de uma política favorável à imigração em massa e ao "multiculturalismo" porque tem alterado a composição étnico-racial desses países, além de também causar um grande aumento da criminalidade e de conflitos culturais. Essa política tem se baseado nas seguintes pseudagens*: na crença de que o meio tem uma influência mais determinante sobre os seres humanos do que a biologia, informalmente chamada de "tábula rasa"; de que raças humanas não existem e/ou de que suas diferenças de comportamento e inteligência são reflexos absolutos de suas culturas e não também ou principalmente de suas biologias, isto é, de que são apenas superficiais; o mesmo negacionismo também aplicado às diferenças entre os sexos; e a adoção de falácias anti-racistas, particularmente a narrativa da "culpa branca" como código moral dominante, em que apenas os brancos de origem europeia que, de maneira geral, devem ser moralmente responsabilizados pelas mazelas sociais e históricas dos outros grupos etno-raciais, especialmente dos negros de origem africana, que se consiste em uma interpretação altamente enviesada ou distorcida de fatos históricos e com implicações opostas à verdadeira justiça social, por colocar toda culpa em uma categoria de grupo vagamente definido e que, de fato, se trata de um "bode expiatório", por não ser o grupo mais diretamente responsável pelas mazelas humanas ao longo de nossa história, as "elites" político-econômicas.