O Universo, Segundo Jocax

O Universo, Segundo Jocax

João Carlos Holland de Barcellos

Universidade de São Paulo

Resumo: Abordaremos algumas das principais questões a cerca do nosso Universo como: Teorias sobre suas origens, tipos de Universos ( Universo Virtual, Universos Paralelos ) e questões sobre sua Finitude , Propósitos, Eternidade e seu Fim.

Palavras Chaves: Universo, Multiverso, Origem do Universo, Universo Virtual, Universo Paralelo, Universo Bolha, Big Bang, Definição de Tempo, Nada Jocaxiano.

1-Introdução

O Universo, embora seja um conceito antigo e primitivo, nem sempre é muito bem entendido.

Em sua forma mais rigorosa e conhecida ele é definido como o conjunto de tudo o que existe [17].

Com esta definição podemos concluir que os chamados “Universos Paralelos” (que abordaremos mais detalhadamente adiante) , se existirem, também deveriam fazer parte do nosso Universo.

Contudo, a força do uso e do costume deve prevalecer e, assim, quando estivermos falando em Universos paralelos, chamaremos de Multiverso que seria o verdadeiro Universo – o conjunto de tudo o que existe- incluindo os hipotéticos universos paralelos e, denominaremos de Universo o nosso próprio Cosmo. Fora desse contexto, o termo “Universo” continuará sendo o conjunto de tudo o que existe, incluindo os “Universos Bolhas”.

Em nosso estudo precisaremos entender alguns conceitos que são extremamente importantes para fazemos uma boa análise das diversas teorias existentes. Vamos a eles.

2-Conceitos Básicos

2.1-Existência e Realidade

Sendo o Universo o conjunto de tudo o que existe, faz-se presente a pergunta :

O que é “existência”?

Se considerarmos, por exemplo, que “Papai Noel”, “Chapéuzinho Vermelho” , “Fada do Dente” e outros objetos de nossa imaginação, de fato , não existme na realidade, ou seja , o que é fruto apenas de nossa imaginação, de nosso processamento cerebral , não necessariamente tenha existência física mas apenas em nossas mentes, nos inspira a uma definição mais precisa de Existência: “Algo existe quando as propriedades que o definem são satisfeitas pela realidade. “

Assi, o problema do que é existir passa a ser agora sobre o que é real ou não:

O que é a “realidade”?

Para distinguir o imaginário do real podemos definir a realidade como:

Realidade é o conjunto de todos os fatos e eventos que ocorrem ou ocorreram, independentemente de algum tipo de processamento ( cerebral , computacional etc).

Uma pergunta que parece dúbia seria: “Um determinado pensamento sobre ‘X’ existe? É real?”

Como o pensamento é um conjunto de processos eletro-químicos que geram determinada imagem, idéia, ou consciência em nosso cérebro. Então podemos dizer que Sim: ‘X’ como pensamento existe pois satisfaz suas definição na Realidade. Contudo, ‘X’ como um ser real pode não existir. Dessa forma, ‘X’ pode não existir mas o pensamento de ‘X’ sim.

Podemos garantir que o que observamos ou pensamos exista ou mesmo que nós mesmos existimos? Isto é Descartes estava certo?

A resposta é NÃO. Por isso vamos lançar mão do “Teorema de Existência”.

2.2-O Teorema da Existência

O Teorema da existência[01] estabelece que existe alguma realidade física e que, além disso, também existe fisicamente algo que pensa e que, contrariando Descarte, pode não ser nós mesmos. Vejamos o âmago do Teorema:

Eu observo, ou sinto, algo1.

Se este algo1 observado é a realidade, a prova termina.

Se Não:

Este algo1 é apenas uma interpretação (ou imaginação) de um ser1, e na verdade, não teria existência na realidade. Contudo, esta interpretação, *em si mesma*, do algo1, feito por um suposto ser1, também é algo2.

Se este algo2 é realidade, então nossa prova termina.

Se Não:

Algo2 é apenas a interpretação, de um ser2, cuja interpretação, em si mesma, é algo3.

Se algo3 existe como realidade, a prova termina.

Se Não: etc..

Assim, de forma genérica, teremos:

Se algo(i) existe como realidade, a prova termina.

Se não:

Algo(i) é apenas uma interpretação, (ou "imaginação"), de um ser(i), cuja interpretação, em si mesma, nós chamaremos de algo(i+1).

Se algo(i+1) existe na realidade, a prova termina.

E assim sucessivamente, de modo que SE nunca a interpretação corresponder a uma existência real, teremos uma recursão infinita, o que seria ilógico. .... Isto significa que algum dos “algo (i)” deve ter uma existência real, isto é, não seja ele próprio uma interpretação de um processamento.

E assim, provamos nosso teorema da existência: “Sinto, logo, algo existE!” , ou seja, a de que existe alguma realidade, não necessariamente a nossa, quando se observa, se pensa, ou se se sente alguma coisa.

2.3-O Tempo

O Tempo é o outro conceito extremamente importante para entendermos, principalmente quando estamos estudando as origens do Universo. Veremos em breve que não podemos ter um tempo eterno infinito no passado, assim :

A Origem do Universo deve ser também a origem do tempo.

Jocax definiu tempo de uma maneira bastante objetiva:

“Tempo é a quantidade de eventos que ocorreram no Universo.”[15]

Dessa forma, o Inicio do tempo sempre é tomado como sendo o inicio do Universo. Se uma teoria diz que houve tempo antes do seu início então este não seria o seu verdadeiro inicio pois o tempo, em príncípio, não poderia começar antes do Universo, se não, pela definição de tempo, haveria eventos acontecendo antes desse início.

Existem dois teoremas que são importantes para o estudo das Origens do Universo:

2.4-O Teorema de Kalan

O Teorema de Kalam estabelece que não existiu um tempo infinito no passado.

Isso acontece porque, se, por absurdo, houvesse algum evento que tivesse ocorrido num tempo infinito no passado, então nosso presente atual demoraria um tempo infinito para chegar partindo-se daquele passado.

Mas o que significa um tempo infinito para ocorrer?

Um tempo infinito para algo acontecer significa que nunca acontecerá.

Assim, eventos que ocorreram a um tempo infinito no passado implicaria que não poderíamos ter o nosso presente, mas isso é absurdo, pois o presente existe, já que estamos nele!

Então podemos concluir que não existiu nenhum acontecimento em um tempo infinito no passado, e isso significa que podemos deduzir mais um corolário importante:

o tempo teve que ter, necessariamente, um início.

Agora que temos os principais conceitos e ferramentas sobre o Tempo podemos fazer uma analise crítica das Teorias sobre a Origens do Universo .

3-Origem do Universo

O Problema da Origem do Universo é, provavelmente, o problema filosófico mais antigo da humanidade. Inúmeras hipóteses e teorias foram criadas para tentar resolver esta questão. Vamos analisar às principais delas:

3.1-A Hipótese Religiosa

“... As civilizações mais antigas já tinham essa questão existencial. E as religiões, preocupadas em dar respostas a seus fiéis, não poderiam deixar de formular suas respostas. E as religiões, preocupadas em dar respostas a seus fiéis, não poderiam deixar de formular suas respostas. ‘Como surgiu tudo? Como é a origem do planeta, das coisas, do homem? Essas são as primeiras perguntas que o homem faz a si mesmo. Sejam indígenas, africanas, orientais, grandes ou pequenas, novas ou antigas, todas as religiões terão respostas para isso..’ .”[08]

Podemos dizer que esta questão, provavelmente, incentivou até mesmo o surgimento de várias religiões em um passado muito longínquo, isto é, o surgimento da(s) deidade(s) pode ser devido a uma resposta a essa pergunta fundamental.

A abordagem religiosa para a origem do Universo é resolvida através de um ser totipotente conhecido como “Deus”. Este Deus teria o poder para criar o Universo e, segundo várias religiões, assim o fez.

A Solução religiosa, através de um criador chamado Deus, não é satisfatória porque peca em quatro grandes aspectos:

1- Lança mão de uma hipótese mais complexa (Deus) do que o problema original que se quer elucidar. Isso fere gravemente a Navalha de Ocam[04].

2- Nenhuma evidência clara, incontestável de sua existência foi apresentada.

3- Se Deus existisse, por ser algo complexo, também precisaria de uma resposta lógica para a origem de sua existência, o que não ocorre.

4- A Idéia de Deus, principalmente a cristã, apresenta inúmeras contradições lógicas, (veja o ‘diabinho azul jocaxiano’[11]) o que invlabiliza esta hipótese de ser tomada como solução.

As soluções científicas, que veremos algumas a seguir, são melhores que a solução religiosa, contudo, ainda não são satisfatórias.

3.2-A Teoria do Estado Estacionário

Esta teoria estabelece que:

”... (SS Cosmology, do inglês Steady-state) ou modelo do estado estacionário foi elaborada em 1948 por Fred Hoyle, Thomas Gold e Hermann Bondi como alternativa ao modelo do Big Bang. ... descreve um universo que se dilata (expande) e no qual matéria nova se cria nos intervalos crescentes entre as galáxias, mantendo a densidade de matéria no universo constante ... O universo conservaria assim uma densidade idêntica a todo momento...”[18]

Esta teoria é muito semelhante à teoria do Universo Quase Estacionário. Em ambas, o Universo não tem um início no tempo:

“...Na Teoria do Estado Estacionário, o universo é concebido como sendo eterno, não tendo um ponto de origem específico. Em vez disso, a teoria sugere que o universo sempre existiu e continuará a existir indefinidamente...” [ChatGPT]

Como esta teoria fere o Teorema de Kalan, pois estabelece um universo eterno e infinito no passado, podemos afirmar que esta teoria também pode ser descartada.

3.3-A Teoria do Universo Oscilante

“O universo oscilante (ou oscilatório) é um modelo cosmológico, inicialmente proposto como hipótese por Richard Tolman, segundo o qual o universo sofre uma série infinita de oscilações, cada uma delas iniciando-se com um "Big Bang" e terminando com um "Big Crunch". Logo após o Big Bang, o universo se expande por um tempo antes de que a atração gravitacional da matéria produza uma aproximação até chegar a um colapso e sofrer seguidamente um "Big Bounce"...”[19]

Neste modelo também não existiria um início do processo, remetendo a um infinito passado. Isto inviabiliza a teoria como um todo.

Contudo, se a teoria for alterada para haver um *primeiro* Big-Bang e depois infindáveis ciclos no futuro, ela se tornaria, em princípio, uma teoria viável, embora ainda lhe falte responder as principais questões a respeito de suas origens: Como surgiu o primeiro Big-Bang?

3.4-A Teoria do Big Bang

Esta é a teoria mais aceita pela comunidade científica atualmente.

"...O padre Georges Lemaître propôs o que ficou conhecido como a teoria Big Bang da origem do universo, embora ele tenha chamado como "hipótese do átomo primordial"....Depois Edwin Hubble descobriu em 1929 que as distâncias de galáxias distantes eram geralmente proporcionais aos seus desvios para o vermelho, como sugerido por Lemaître em 1927. Esta observação foi feita para indicar que todas as galáxias e aglomerado de galáxias muito distantes têm uma velocidade aparente diretamente fora do nosso ponto de vista: quanto mais distante, maior a velocidade aparente...." [06]

Descobriu-se que, aparentemente, as galáxias estão se afastando uma das outras e, quanto mais distante estiverem, mais rápido é esse afastamento (Esta é a famosa Lei de Hubble[26]).

Se, como num filme, invertermos o tempo, indo em direção ao passado, veríamos as galáxias cada vez mais próximas uma das outras, até que, depois de cerca de 13.8 bilhões de anos (tempo este considerado a Idade do Universo) , todas elas estariam concentradas numa região muito pequena, extremamente quente e densa (alguns chamam este ponto de ‘singularidade, e se colocássemos o “filme” novamente para frente, a partir deste ponto, veríamos o universo em expansão). Isso é tudo que, atualmente, a ciência tem a dizer sobre o Big Bang.

Entretanto, alguns teóricos argumentam também, sem evidências, que o próprio tempo e matéria tenham começado neste ponto inicial e que, portanto, este seria o ínício do Universo e do tempo.

Mas isto é apenas especulação que, por falta de teoria melhor, virou uma espécie de dogma-não-religioso da origem do Universo. Podemos chama-lo de “Big-Bang-Religioso”.

Em resumo, a teoria do Big Bang afirma que nosso Cosmo começou a partir de um ponto “infinitamente” denso e quente que se expandiu rapidamente e se esfriava enquanto se expandia. Esse esfriamento permitiu a formação de átomos, estrelas, galáxias, planetas etc..

No caso do Big Bang, a ciência não têm elementos para dizer que não houveram eventos antes dessa expansão inicial mas os que acreditam no Big-Bang-Religioso o tempo se originou neste momento.

Neste modelo científico ( não religioso ) algumas perguntas ainda não tem resposta:

- Como esse ponto de altíssima densidade, a origem ao Big Bang, apareceu?

-O tempo existia antes da expansão?

- Por que esse ‘ponto’ se expandiu?

- As leis da física já existiam neste início? Se não, como foram criadas?

A falta de respostas a estas perguntas deixam muito a desejar para tomarmos esta teoria como o surgimento do Universo.

3.4.1-Big Bang em Check

Em 2013 este autor publicou uma idéia que teve com o título (traduzido): “A Energia escura como efeito do campo Gravitacional”[14]. Com o tempo, foi refinando-a e, em 2019, publicou-a em base matemática com o título “Derivation of the Hubble Law and the End of the Darks Elements”[13]. Em 2023 esta idéia fez bastante sucesso, pelo menos no ranking dos principais buscadores, ficando em primeiro lugar por muitas semanas, quando se pesquisava por “Derivation Hubble”. Parece um bom sinal que a teoria não é ruim.

Se esta teoria vingar, isto é, passar nos inúmeros testes que, com sorte, farão com ela, a teoria do Big Bang estará em sérios apuros. Explico: Esta nova teoria afirma que a lei de Hubble, que mostra o afastamento acelerado das galáxias, NÃO é devido a ‘energia escura’, como atualmente se supõe. Essa ‘energia escura’, na verdade não existiria, e sim, o que provoca o efeito das galáxias parecerem estarem se afastando, seria a contração de nosso espaço devido a campos gravitacionais vários.

Assim, nós, e tudo mais dentro do campo gravitacional, estamos muito lentamente contraindo ( a taxa é de 50% a cada 10 bilhões de anos, ou cerca de 7% a cada 1 bilhão de anos) o que faz com que vejamos galáxias distantes se afastando, pois nossos padrões de medidas, como o “metro” estão diminuindo conosco.

A teoria não diz que, necessariamente, as galáxias não estejam se afastando, mas diz que elas não estão se afastando de forma acelerada. Mas pode acontecer que, tomando essa teoria como correta e fazendo cálculos precisos, ela mostre que as galáxias não estejam nem mesmo se afastando e por decorrência, essa evidência da teoria do Big Bang não poderia ser utilizada. O que cairia por terra TODA a teoria do Big Bang. O futuro nos mostrará.

Resumindo

Embora apresente muitas lacunas, a teoria do Big Bang é melhor que as teorias religiosas, pois não lançam mão de hipóteses mais complexas do que o que se quer explicar, além de ainda apresentar boas evidências factuais que lhe dão sustentação.

A Teoria do “Nada Jocaxiano”, a seguir, embora seja uma teoria filosófica, é mais robusta e completa e procura resolver todos os problemas das teorias anteriores.

3.5-A Teoria do Nada Jocaxiano

O “Nada Jocaxiano” [09] é o nome da teoria filosófica que considero a mais promissora para a origem do Universo. Segue um resumo da teoria:

“...O "Nada Jocaxiano" (NJ) é o Nada absoluto desprovido não apenas de elementos físicos e de leis físicas mas também de regras de quaisquer tipos. O NJ é diferente do Nada que normalmente se pensa. O nada que normalmente se pensa, e que podemos chamar de "Nada Trivial", para distingui-lo do NJ, é algo no qual dele nada pode acontecer, ou seja, “o Nada Trivial” segue uma regra :”Nada pode acontecer”. Dessa forma o “Nada Trivial”, o nada no qual as pessoas pensam ao falar num “nada”, não é o nada mais simples possível, ele possui uma regra.

Jocax definiu o NJ como algo que:

1-Não possui elementos físicos de nenhuma espécie. (Partículas, energia, espaço, campos etc.)

2-Não possui nenhuma lei ou regra.

Por ser livre de quaisquer elementos o "NJ" não pressupõe a existência de nada e assim, pela "Navalha de Ocam” [2], deve ser o estado mais simples possível da natureza e, portanto, sem necessidade alguma de explicações de sua origem. O “Nada Jocaxiano”, claro, atualmente não existe mais, mas pode ter existido num passado longínquo. Ou seja, o NJ seria o próprio universo –definido como o conjunto de tudo o que existe- em seu estado mínimal dessa forma o Universo (como sendo um NJ) sempre existiu.

O "NJ",como tudo, deve seguir a tautologia: "Pode ou Não Acontecer". Essa tautologia -verdade lógica absoluta-, como veremos, tem um valor semântico no “NJ”: Permite (ou não) que coisas possam acontecer.

Não podemos afirmar que num nada-jocaxiano coisas necessariamente devam ocorrer. Eventualmente pode não ocontecer nada mesmo, isto é, o NJ poderia continuar indefinidamente sem mudar de seu estado inicial sem que nada acontecesse. Mas existe a possibilidade de que fenômenos possam ocorrer desse nada absoluto. Essa conclusão segue logicamente da análise de um sistema sem premissas: Como o NJ, por definição, não possui leis, isso significa que ele é um sistema SEM PREMISSAS.

Em um sistema sem premissas, não podemos concluir que algo não possa acontecer. Não existem leis para que possamos tirar esta conclusão. Ou seja: não existe a proibição de que qualquer coisa possa acontecer. Se não existe a proibição de que algo possa acontecer, então, eventualmente algo pode acontecer. Ou seja, as tautologias continuam verdadeiras num sistema sem premissas: “Algo acontece ou não acontece”. Se, eventualmente, algo acontecer, este algo não deve obedecer a leis, e portanto, seria algo totalmente aleatório e imprevisível....” [09]

No artigo podemos ver como o Universo, sendo inicialmente um NJ, criou as leis da física e porque motivo elas são coerentes e lógicas. Além disso, podemos notar que o tempo se iniciou na primeira aleatorização gerada pelo NJ, chamada de primeira schizo-criação.

3.5.1-Fim do Nada Jocaxiano?

Se o NJ começou a aleatorizar schizo-criações (SC) poderíamos nos perguntar:

Porque motivo não vemos mais schizo-criações sendo produzidas pelo NJ em nosso universo atual? O NJ parou de produzi-las?

Possíveis motivos para isso seriam:

-O NJ depois de inúmeras schizo-criações (entre elas – as Leis ) pode, aleatoriamente, ter gerado a seguinte e última schizo-criação, a lei:

“Nada mais poderá ser gerado”.

Se isto, de fato ocorreu, o Universo seguiria com o que foi criado até esta última lei. E isso explicaria a razão de não percebermos mais sichizo-criações (SC).

- O NJ pode estar ainda criando schizo-criações mas restrito a “universos paralelos”. Ou seja, uma infinidade de Universos Bolhas los podem ainda estarem sendo criados, mas em dimensões diferentes da nossa dimensão. Dessa forma não veríamos estas SC pois estão em outro domínio dimensional.

-Dentro da hipótese do NJ criarem SC-Leis que “regulam” o próprio NJ, uma miríade de hipóteses pode ser levantadas como, por exemplo, que as SC não poderiam gerar nada em uma determinada região do Universo.

As SC são totalmente aleatórias e, portanto, toda possibilidade pode ser imaginada e é permitida. Por exemplo, uma SC-Lei do tipo: A próxima SC só pode acontecer depois de um evento ‘X’ ocorrer no Universo, ou depois de ‘Y’ anos terem se passados (neste caso ainda poderemos ter surpresas!).

3.5.2-Compatibilidades

É importante observar que o NJ pode ser compatível com diversas outras teorias sobre a Origem do Universo. Isto é, o NJ poderia ser o motor inicial que permite que outras teorias sejam compatíveis com a Origem do Tempo. Desta forma:

O NJ poderia ter dado origem ao Big Bang ; O NJ poderia ter dado origem a um Universo Pulsante; O NJ poderia ter dado origem a um Universo estacionário e, por incrível que possa parecer, embora não acredite nesta possibilidade, poderia até mesmo ter dado origem a algum Deus!

4-Algumas Conjecturas e Hipóteses

A seguir analisaremos algumas idéias e conjecturas sobre nosso universo que, na verdade, não estão em conflito com a(s) teoria(s) sobre sua origem.

Da constatação de que nosso Universo poderia ser, na verdade, um Universo Simulado, simulação essa que poderia estar acontecendo em algum meta-computador, surge a Hipótese do “Universo Virtual”.

4.1-Universo Virtual

Como podemos ter certeza de que vivemos, ou mesmo que exista, alguma realidade?

Na verdade, não podemos nem mesmo ter certeza que a nossa própria “realidade” exista fora de algum tipo de processamento!

Contudo, podemos afirmar, de acordo com o “Teorema da Existência” [01] que existe sim algum realidade física que não dependa de nenhum tipo de processamento mental ou computacional.

Uma dúvida, bastante válida, é saber se o que percebemos como nosso Universo é, de fato, uma realidade física, ou se poderia ser uma simulação sendo executada em algum super-computador localizado em algum “meta-universo” (Meta-Computador), e, o que nós percebemos como nossa realidade, na verdade, não existiria fisicamente.

Este conceito é reminiscente do ‘Gênio maligno’ de René Descartes [03] e, essa conjectura, é, de fato, possível e temos até algumas evidências de que nosso universo poderia ser mesmo virtual. Vejamos algumas:

- As leis da física, quer regem nosso Universo, obedecem um padrão totalmente matemático, o que seria de se esperar para um Universo que está sendo simulado por algoritmos.[02]

- Tendo o computador precisão finita, a física de partículas desse universo deveria ser quantizada ( Seria o caso da nossa “Mecânica Quântica” ).

- Deve existir uma velocidade máxima, no caso, a velocidade da luz, pois o poder de processamento é finito.

-As Leis que regem a realidade física desse Universo estariam na memória do meta-computador. Atualmente ninguém imagina onde elas estão “codificadas”.

Embora tal hipótese do Universo Virtual possa – em tese – ser, de fato, verdadeira, é muito mais provável que não seja, se não, vejamos:

Primeiro, porque o “Meta-Universo” real, no qual o simulador de nossa ‘realidade’ está inserido, também precisaria ter uma explicação de sua origem. Ou seja, o problema da origem do “meta-universo” e como foi criado o meta-computador ainda permaneceria.

Segundo, estamos tentando resolver um problema complicado apelando para outro ainda mais complicado de resolver uma vez que o “meta-universo” precisaria ser bem mais complexo e maior que o nosso próprio Universo, violando assim a Navalha de Ocam[04] e a Navalha de Jocax [05].

Portanto, podemos argumentar que, embora a Hipótese do “Universo Virtual” seja possível, é mais provável que não. Não há evidências sólidas ou conclusivas que estamos em uma simulação e, além disso, a complexidade do computador para simular um universo seria muito maior que o próprio Universo sendo simulado. Então, pela navalha de Jocax e pela Navalha de Ocam deveremos descartar esta hipótese, a menos, claro, que, eventualmente, novas evidências surjam.

4.2-O Multiverso

O Multiverso, na realidade, deveria ser chamado de Universo uma vez que seria o conjunto de tudo que existe. Entretanto, como o termo passou a ser popularmente utilizado para distinguir outros cosmos do nosso próprio, passaremos neste tópico a utiliza-lo também. Assim, o termo multiverso é utilizado para distinguir o conjunto de todos os cosmos do nosso próprio cosmo, dos quais, se existirem, não podemos ter acesso ou alguma informação.

Interpretação de muitos mundos

Uma das hipóteses –não muito aceita- sobre o surgimento destes outros ‘universos’ que compõe o multiverso seria através da chamada “Interpretação de muitos mundos” da física quântica, que sugere que pra cada possibilidade não acontecida pelo nosso mundo físico abriria um novo universo para comportá-la:

“Interpretação de muitos mundos da física quântica, a qual propôs uma alternativa ao colapso da função onda. Cada evento não-determinístico efetivamente "divide" o mundo em dois ramos.”[15]

Esquizo-Criações

Outra possibilidade para um multiverso, que acredito ser mais plausível, seria uma possível decorrência natural das aleatorizações produzidas pelo “Nada Jocaxiano”(NJ). Assim, cada “universo paralelo” ( também chamado de “Universo Bolha”), que porventura tivesse existência, seria uma das esquizo-criações do NJ.

É possível, embora eu creia ser improvável, que dentro da hipótese do NJ, que estes “Universos Bolhas” ainda possam estar sendo criados. Como eles estão em outra dimensão, nunca saberemos ou teremos acesso a eles.

4.3-Finitude do Universo

O Universo é finito ou infinito?

Se considerarmos que a matéria é finita, só existem duas possibilidades:

Ou o Universo começou já infinito ou é finito. Isto porque para que algo que tenha começado finito, se expanda até o infinito demoraria um tempo infinito. Mas um tempo infinito para algo acontecer é nunca! Assim, para o universo ser infinito já deviria começar infinito. Mas, todas teorias sobre a origem do Universo, não obstante poderem estar erradas, não falam sobre um espaço infinito em sua origem. Então podemos concluir que provavelmente o Universo é Finito.

Leis da Física

Onde estão as “Leis da Física” que regem o Universo?

Na teoria do “Universo Virtual” esta pergunta tem uma resposta simples: Na memória do Meta-Computador. Mas em um universo real essa pergunta não tem resposta ainda. Talvez em alguma “dimensão das leis da física”, onde ficam codificadas. Mas isso ainda é um mistério.

4.4-O Princípio Destrópico.

É muito comum nos depararmos com a pergunta: Se a vida é tão difícil de ser criada e, além disso, as condições das leis da física, para que a vida possa acontecer, precisam ser tão precisamente sincronizadas, não seria esta uma enorme evidência de que o Universo foi projetado para que a vida surgisse?

Muitos argumentam que a seleção natural seria incapaz de desenvolver seres com consciência e que é mais provável que haja um ser direcionando a evolução da vida para chegarmos onde estamos. Essa é a hipótese do “Design Inteligente”[20].

Além disso, é argumentado que, para que surja a vida, é necessária uma sincronização perfeita e exata nas Leis da Física pois uma pequena diferença, mínima que seja, em alguma das constantes da física, por exemplo, não permitiria que as moléculas fossem estáveis o tempo suficiente para permitir o surgimento da vida. Esse argumento é conhecido como “Princípio Antrópico”.

Tanto o “Design Inteligente” como o “Princípio Antrópico” tendem a explicar alguns problemas complexos colocando como solução outro ainda mais complexo: O da origem de Deus. Assim, se usássemos a mesma linha de argumentação, teríamos que invocar um outro ser , ainda mais poderoso e inteligente para explicar o próprio Deus: o Pai de Deus- capaz de criar um Deus-todo-poderoso que criaria as leis da física e atiçaria a vida através delas. Mas o “Pai de Deus” também carece de explicações, então, da mesma forma, invocaríamos o “Avô-de-Deus” e assim sucessivamente ad infinitum.

Mas isso não é necessário uma vez que, a evolução da vida, está mais do que explicada e fartamente comprovada pela teoria de Darwin e sua versão moderna: O NeoDarwinismo.

Relativamente ao princípio Antrópico, há, pelo menos, mais duas abordagens possíveis que não envolvem a deidade: Supor que a questão é válida e, neste caso, o Multiverso poderia gerar infindáveis “Universos Bolhas”, com diferentes leis da física em cada um, sendo um deles o nosso próprio.

Podemos também analisar a questão e perceber que ela é, na verdade, um sofisma. O Príncipio Antrópico pode ser refutado pelo Princípio Destrópico[22]:

O princípio destrópico, para resumir, estabelece que a importância da vida ou da consciência, só é importante para os seres que tem vida ou consciência. Para o Universo tanto faz se as leis da física permitem a vida ou não.

O grau de importância para um universo sem vida e recheado de bolinhas cintilantes, ou de gosmas verdes é o mesmo de um universo com consciência e seres vivos: Nenhuma.

Não se pode dizer que um universo com leis físicas que possibilitem vida seja, de alguma forma, mais importante ou melhor que um Universo que permita diamantes multi-coloridos.

Ou seja, o príncipio antrópico é, na verdade, uma falsa questão.

4.5-Propósito do Universo

Muitos questionam qual seria o propósito da vida e do Universo.

Este autor adota o “Nada Jocaxiano” como a teoria que melhor explica a Origem do Universo.

Assim sendo, podemos perceber que o Universo não foi feito com nenhum propósito. Tudo foi criado aleatoriamente e o nosso Universo é produto desse caos sem propósito.

CONTUDO, nós, seres conscientes, podemos dar um propósito a ele.

Acredito que o melhor propósito que se possa dar ao Universo seja a Maximização da Felicidade do Universo. Isto é, trabalharmos para que o Universo proporcione o máximo de felicidade a todos os seres sencientes (capazes de sentir) que habitam ou habitarão este Universo.

Para tanto, devemos tirar os olhos de “nossos umbigos” e pensarmos na felicidade como um todo, e não apenas na felicidade da espécie humana. Para isso existe o projeto “Felicitax”[23] que planeja a construção de um ser, identificado pelo codnome de DeuX ou GodX, que:

-Tenha por objetivo primordial maximizar a felicidade do Universo.

-Possa também aumentar esta felicidade aumentando sua própria felicidade.

-Possa construir clones, ou versões mais aperfeiçoadas de si mesmo, com esta finalidade.

Deux poderia ser construído por engenharia genética ou por chips. Neste último caso, principalmente, é importante que haja alguma resposta para a questão que eu considero a “Pergunta mais importante do Universo”:

O que é o Sentir?

Pois a resposta para essa pergunta Deux poderia ser construído de uma forma mais objetiva e eficaz.

É possível que decorram muitos séculos, ou milênios, até que o primeiro protótipo de Deux seja construído. É possível também que outro planeta já tenha chegado a este estágio.

4.6-O Fim do Universo

A rigor o Universo, uma vez criado e existente, não terá fim. Ele se transformará.

Se tomarmos o nosso Cosmo como sendo o Universo, esquecendo os possíveis outros “Universos Bolhas”, a teoria de seu “fim” que mais provavelmente seja compatível como a nossa física seria a degeneração do Universo pela entropia, chamada também de “Morte Térmica do Universo”[24].

“...Na teoria da "Morte Térmica", o universo continua a se expandir, mas, em última análise, atinge um estado de equilíbrio termodinâmico no qual a entropia (desordem) atinge seu valor máximo. Isso leva a um estado de máxima entropia, onde a energia não pode mais ser convertida em trabalho útil, e o universo se torna uniforme, frio e desprovido de estrutura.

Esse cenário está relacionado à segunda lei da termodinâmica, que afirma que a entropia tende a aumentar ao longo do tempo em um sistema fechado. Portanto, à medida que o universo continua a se expandir e a evoluir, a entropia aumentará gradualmente até atingir seu valor máximo, e isso levará à ‘Morte Térmica’.." [ChatGPT]

Contudo, acredito que ainda possa haver uma esperança:

Se, como minha teoria do “Universo Diminuinte”[25] propõe, for verdadeira, é possível que ocorra, num futuro distante, uma espécie de “Big Crunch” seguido de um “Gig Bang”. Seria a teoria do Universo Oscilante mas com um início no tempo.

Se, neste caso, alguma civilização tiver tecnologia suficiente para se afastar do “Crunch” ela poderá se salvar do “Crunch” se conseguir esperar o novo “Bang” bem afastada do núcleo do Universo que irá explodir. Mas, claro, isso é apenas uma especulação para termos um final mais feliz.

Referências

01-O Teoremas Jocaxianos

https://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/2272492

02-Como descobrir se vivemos em uma simulação

https://www.bbc.com/portuguese/curiosidades-63811440

03-Hipótese da simulação

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3tese_da_simula%C3%A7%C3%A3o

04-Navalha de Ockham

https://pt.wikipedia.org/wiki/Navalha_de_Ockham

05-A Navalha de Jocax

https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-ciencia-e-tecnologia/7560292

06-Big Bang

https://pt.wikipedia.org/wiki/Big_Bang

07-Afinal, que tamanho tinha o universo no começo do Big Bang?

https://canaltech.com.br/espaco/afinal-que-tamanho-tinha-o-universo-no-comeco-do-big-bang-193741/

08-A criação do mundo

https://super.abril.com.br/historia/a-criacao-do-mundo

09-O Nada Jocaxiano

https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-cultura/2234750

10-Multiverso

https://pt.wikipedia.org/wiki/Multiverso

11-O Diabinho Azul Jocaxiano

https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-cultura/2258181

12-Derivation of Hubble’s Law and its relation to dark energy and dark matter

https://medcraveonline.com/OAJMTP/OAJMTP-02-00049.pdf

13-Derivation of Hubble’s Law and the End of the Darks Elements

https://www.scirp.org/journal/PaperInformation.aspx?PaperID=91689

14-The Dark Energy as effect on Gravitational field (2013)

https://philarchive.org/rec/HOLTDE

15- O Tempo, Segundo Jocax

https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-ciencia-e-tecnologia/7560280

16-Multiverso

https://pt.wikipedia.org/wiki/Multiverso

17-Universo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Universo

18- Teoria do estado estacionário

https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_do_estado_estacion%C3%A1rio

19-Universo oscilante

https://pt.wikipedia.org/wiki/Universo_oscilante

20-Design inteligente

https://pt.wikipedia.org/wiki/Design_inteligente

21-Princípio antrópico

https://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_antr%C3%B3pico

22-Jocax: O Principio Destrópico

https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-ciencia-e-tecnologia/2267677

23-Jocax: Felicitax é a construção de Deux

https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-cultura/2260509

24- Morte térmica do Universo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Morte_t%C3%A9rmica_do_Universo

25- Derivação da Lei de Hubble e sua relação com a Energia Escura e Matéria Escura

https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-ciencia-e-tecnologia/7916525

26- Lei de Hubble

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Hubble

Jocax
Enviado por Jocax em 25/10/2023
Código do texto: T7916608
Classificação de conteúdo: seguro