Repensando as múltiplas inteligências e uma demonstração de complexidade...

... nas subdivisões da inteligência emocional (intra e interpessoal).

Originalmente, as "múltiplas inteligências"*, modelo de categorização das capacidades cognitivas humanas criado pelo psicólogo Howard Gardner, tende a se dividir nas inteligências: interpessoal, intrapessoal, verbal linguística, matemática, naturalista, existencial, cinestésica, musical, pictórica e espacial.

* eu já problematizei em outro texto sobre o termo "múltiplas inteligências", de que o mais semântica e realisticamente adequado seria a denominação: "múltiplas facetas da inteligência".

Então, eu pensei na união das "inteligências" mais aparentadas, como a intrapessoal e a interpessoal, e na substituição dos termos usados.

Ficaria assim

"Inteligências" ou capacidades emocionais: intrapessoal e interpessoal;

"Inteligências" ou capacidades verbais/simbólico-associativas: linguística e matemática;

"Inteligências" ou capacidades não-verbais: espacial**, perceptiva e adaptativa;

"Inteligências" ou capacidades artísticas/simbólico-representativas (pictórica, musical, literária...);

"inteligências" ou capacidades científicas (naturalista...);

"Inteligências" ou capacidades filosóficas (moral/ existencial/racional);

"Inteligências" ou capacidades cinestésicas: atlética

e

"Inteligências" ou "capacidades" criativas.

** Apesar de ser consenso definir a inteligência espacial como "não-verbal", além de precisar das linguagens matemática e linguística, também se baseia em representações geométricas, que não deixam de ser símbolos, tal como os números e as palavras. Portanto, _também_ seria simbólico-associativa.

II. O quão complexa pode ser a inteligência emocional...

... ou de acordo com as categorias propostas pela teoria das múltiplas inteligências, intrapessoal e interpessoal?

Bem, pela dedução de que, uma pessoa pode ser intrapessoalmente inteligente, mas não muito interpessoalmente, e o oposto. E mais, já que a adaptação social não depende exclusivamente da inteligência do indivíduo, mas também de outros fatores que não estão plenamente sobre o seu controle e que podem facilitar ou dificultar sua adaptação, como a aparência física e a classe social, além da personalidade, elemento central, porém, não-absoluto à inteligência emocional. Se a mesma nada mais seria, em termos mais estruturais do que expressivos, como um produto da comunicação constante das capacidades cognitivas, especialmente as qualitativas, particularmente criatividade e racionalidade, com as características psicológicas em interação ao meio pessoal e social. Já em termos expressivos ou descritivos, como comentei em outro texto particular ao tópico, a inteligência emocional não é o mesmo que inteligência social, se a capacidade de detectar estados emocionais alheios e próprios e de responder aos mesmos de maneiras logicamente adequadas, sozinha, não torna alguém mais socialmente adaptável, pelo que foi dito acima, por também depender de outros fatores, inclusive de um muito importante, de que nas sociedades humanas, os mais adaptáveis nesse sentido não são os que apresentam maiores capacidades emotivas, mas que estão correspondentes ao nível mediano que é exigido em boa parte dos contextos interpessoais ou de interação, se os mais emocionalmente inteligentes não correspondem à maioria da população. É aquela lógica do equilíbrio em que, certas características são mais vantajosas, e em certos contextos, apenas em níveis moderados de expressão ou potencial.