O problema da investigação sobre o fenômeno da consciência

Um dos maiores problemas em relação aos estudos científicos e filosóficos sobre a consciência, na minha opinião, é a ideia defendida por muitos pesquisadores da área, de que se consiste em um fenômeno exclusivamente humano e, portanto, reflexo de uma grande complexidade, da própria "mente", incluindo a crença de que a "mente humana" é um fenômeno em si mesmo, supostamente metafísico e/ou completamente diferenciado das experiências existenciais das outras espécies. Então, por esse raciocínio, se apenas o "homem" que possui uma mente e se apenas por ela que pode possuir uma consciência, todas as outras espécies, mesmo as mais próximas na escala evolutiva, seriam... inconscientes???

A solução para esse problema começa pela desconstrução da crença sobre a mente como algo inerente à espécie humana, primeiro, sobre a sua própria existência ou sua real utilidade. A mente como uma expressão da consciência e de tudo que nela cabe: dos comportamentos mais triviais aos mais complexos. Um sinônimo imperfeito ou distante para a consciência. Uma palavra que se refere à expressão dos sistemas nervosos central e periférico ou enfatizada nos mesmos. Tal como se déssemos nomes às expressões de todos sistemas orgânicos específicos, como o digestivo.

A segunda ação visando uma melhor compreensão sobre a consciência é a de desconstruir essa ideia de ser unicamente humana e/ou produto de atividades cerebrais superiores. De que, então, seria universal, mesmo às formas de vida mais simples, porque seria uma base primária para o ato de viver, pela sensação interna e de contato constante com o meio externo, por essa dualidade de sentir, ao mesmo tempo, a própria internalidade e o que está fora (ainda que ambas sejam, digamos, "aparentadas", se derivam de uma mesma realidade); de estar consciente como sinônimo de se estar plenamente vivo.