Comprovação científica. Perdeu-se o Elo Perdido. De quem é a Partícula de Deus? Por que a girafa esticou o pescoço? E ou
É o mantra atual "Eu só acredito no que tem comprovação científica."
Desde o início do capítulo Covid-19, que se dissemina uma idéia, que conta com a aceitação de muitos milhões de seres humanos: a de que os cientistas são infalíveis. Não se pode fazer uso do Tratamento Precoce porque não há comprovação científica de que ele vem em benefício ao seres humanos, contra a gripe que nos assola (Reconheçamos: Não é a gripe que está a nos assolar, mas os políticos e os empresários que o usam para implementar uma cultura que os beneficia). E os mesmos que dizem tal defendem o uso, contra o vírus, das vacinas porque têm há, dizem, comprovação cientítifica de seus benefícios para os seres humanos. E quem disse que há em um caso comprovação científica, e em outro não? Jornalistas, políticos, intelectuais, cientistas. Mas que provas eles deram da comprovação científica em um caso e da ausência dela em outro? Mesmo que eles as dêem, os leigos não podem avaliar o que dizem os cientistas pois não têm conhecimento científico, portanto, ao se moverem em favor ou contra uma narrativa estão a agir com credulidade. E na opinião do radicais cientificistas é a credulidade anti-científica. Sendo assim, quem crê que o Tratamento Precoce não tem comprovação científica e que a vacina tem está a agir religiosamente, e não cientificamente - e aqui uso, para efeitos retóricos, a postura científica e a religiosa como antagônicas. Mas por que insiste-se tanto em falar de "comprovação científica"? Não vejo tal discurso isolado do universo social. Parece-me que é um detalhe constituinte de um plano maior. De uma cultura cientificista que tem no cientista o novo sacerdote e no laboratório o templo religioso. É, neste mundo novo, admirável mundo novo, lei a palavra do cientista, e lei que não admite réplica; e infiéis quem não o idolatram. Muitas pessoas, inocentes, ingênuas, crédulas, pacatas, acreditam que estão a respeitar as Ciências ao assumir uma postura servil aos cientistas. Estão, elas não sabem, a desrespeitá-las. E muitas o fazem porque presunçosas e vaidosas: não querem passar por tolas. E não são poucas as que acreditam, piamente, que apenas o que está cientificamente provado tem valor, é verdadeiro, real. A comprovação científica, para muitas pessoas, é imprescindível para se determinar a existência, a realidade. E aqui vejo uma ameaça aos religiosos. E com algumas perguntas ilustro o que penso: Há comprovação científica da existência de Deus? Há comprovação científica da existência da alma? Há comprovação científica da existência do Amor? (E aqui registro Amor, assim mesmo, com inicial em maiúscula, para indicar o sentimento nobre em sua acepção autência, e não na corrompida). Há comprovação científica da existência da consciência? Ao se instituir a norma da comprovação científica para efeito de reconhecimento de coisas do mundo então temos de negar a existência de quase tudo que não é composto de matéria, coisas que a transcendem, e reduzir a amplitude da nossa percepção das coisas do mundo; e ocorreria - e está a ocorrer - o empobrecimento da nossa inteligência, que ficaria restrita à percepção de coisas materiais. Mas creio que todo projeto - maléfico - culmina em fracasso, pois a inteligência humana é inegavelmente complexa e não pode ser reduzida à minúscula estatura à qual ambicionam reduzi-la; e ela sempre haverá uma mover uma reação em sentido contrário, de libertação.
Diz a lenda que o estudo das ciências amplia a inteligência do estudioso. Que a ciência amplia os horizontes. Não penso assim. Entendo que a ciência reduz, não digo a inteligência, mas a nossa capacidade de perceber as coisas do mundo se não vier acompanhada de uma rica formação cultural, literária, religiosa, de uma constituição mental que não restringe o pensamento às coisa físicas. Ora, o químico reduz todos os dons humanos à manifestação de ação e reação química. Por que um homem apaixona-se por uma mulher? Porque, responde o químico, tais e tais elementos químicos agem no cérebro dele, assim e assado, em tal setor. Por que a mãe é tão carinhosa e cuidadosa com seu filho recém vindo à luz? Porque, responde o químico, o cérebro produz os elementos químicos A, C, H e M, que agem, diretamente em tal e tal setor de tal órgão. E assim por diante. E o que responde o biólogo às duas perguntas acima escritas? Que o organismo do homem, que é um animal, libera tal substância, que atua em tal órgão, e produz tal reação, que o obriga a exercer tal conduta; e, o corpo da mulher produz esta e aquela substância, que exerce este e aquele efeito em seu organismo, impelindo-a a agir como o faz. Em suas explicações o químico reduz toda a conduta humana às leis da química, e o biólogo às da biologia. Ambos a reduzirem a condição do ser humano à da ciência que cada um deles estuda - e não raro eles não está aptos, nem com boa-vontade, a reconhecerem que o ser humano é uma coisa imensamente ampla, e que as leis da ciência química e as da biológica não a podem abranger em sua totalidade. O mesmo raciocínio podemos usar para se falar da origem do universo, da origem da vida e de outras questões além do entendimento humano, questões que transcendem a matéria.
A cultura materialista, cientificista, está roubando aos humanos o seu dom de se espantar (espantar, aqui, no sentido de se maravilhar) com as coisas do universo, da vida. E tal cultura está a devastar a inteligência humana.
Um gracejo: temos, na cabeça, o lobo frontal, o lobo temporal e o lobo occipital. Trocando em miúdos: temos, na cabeça, uma alcatéia. Agora entendo porque às vezes a minha cabeça uiva.
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E o Elo Perdido onde está? Perdeu-se? Ou o perderam? Sempre que me entendo por gente, ouço falar que os evolucionistas estão a procurar o Elo Perdido. E ainda não o acharam, os palermas! Oh! Criatura esquiva! Está a brincar de esconde-esconde com os cientistas. Mas existiu um elo entre os primatas e os humanos? Se existiu, então era ele de uma espécie distinta da primata e da humana; portanto, pertencia a uma terceira espécie, nem humana, nem primata; somos, então, descendentes de tal criatura, nosso ancestral imediato, sendo o primata anterior a ele. Ou é o Elo Perdido um personagem imaginário, concebido pela mente de biólogos evolucionistas, que ambicionam impor a teoria evolucionista como a única aceitável para se explicar a existência do ser humano? É apenas o Elo Perdido um personagem fictício? Se sim, temos de reconhecer que são os biólogos criativos.
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Não muito tempo atrás, cientistas dispararam, num acelerador de partículas europeu, um átomo de não sei o que. E o estimularam a não fazer corpo mole: "Sebo nas canelas, The Flash." E ele, entusiasmado, eufórico, rompeu a barreira do som - e a da luz também, não sei; só sei que ele foi rápido pra dedéu, mais rápido do que ele mesmo.
Procuravam, então, os cientistas, o bóson de Higgs, uma partícula prevista em uma fórmula matemática. Ora, havia em tal fórmula um furo; e que se preenchesse tal furo, em cujas infinitesimais dimensões encaixa-se à perfeição o bóson de Higgs, ou, é seu outro nome, a Partícula de Deus. A experiência foi empreendida a contento, e os cientistas depararam-se com o... Não sabiam. Lembro de, na ocasião, curioso, ler algumas reportagens a respeito; em uma delas, um cientista declarou que haviam encontrado uma coisa, coisa esta que ele não sabia o que era, mas sabia que não era o que procuravam, o que, acreditavam os cientistas, eles deveriam encontrar ao realizarem tal experiência, e um outro cientista disse que tinham de avaliar os dados resultantes do experimento, pois suspeitava-se que nada haviam encontrado, nem o tal de bóson, nem outra partícula. Deram um tiro no escuro os cientistas, que não souberam dizer no que haviam acertado.
Procuraram pela Partícula de Deus e encontraram a Partícula do Diabo.
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Ensina Lamarck que as girafas, para colherem, das árvores, folha a quatro, cinco metros altura, alongaram o pescoço. Pensando, aqui, hoje, com os meus botões, pergunto-me porque as girafas não mudaram de dieta, e não comeram folhas de arbustos, e gramíneas. Imagino o sofrimento das girafas durante o processo de esticamento do pescoço.
Por que as girafas esticaram o pescoço, afinal? Diz a mitologia científica que houve um tempo, antes do Dilúvio Universal, que de tanto comer das árvores as folhas que estavam ao seu alcance as girafas as esgotaram, e agora teriam de comer as folhas que estavam em galhos mais elevados. Cabe aqui uma reflexão, que se inicia com uma pergunta: Quanto tempo durou o processo de adaptação das girafas ao novo meio (agora com as folhas que constituíam a dieta das girafas a quatro metros de altura)? Alguns poucos anos na vida de uma girafa? De tanto esticar-se para alcançar as folhas, uma girafa, do seu nascimento, até a sua morte, criou para si um pescoço extenso? Ora, mas se as folhas estavam fora do seu alcance quando ela era pequena, então ela, é provável, talvez tenha morrido de fome antes de completar o processo de distensão do pescoço. Ou tal alteração - de pescoço curto para pescoço comprido - do corpo das girafas se deu de uma geração para outra. É possível a ocorrência de tal fenômeno. Havendo a necessidade de adquirir um dom para conservar a existência de sua espécie, os indivíduos estimulam o aparecimento dele na geração seguinte? Querer é poder?! É assim tão simples? E outra possibilidade: Tal adaptação foi um processo prolongado, que se estendeu por inúmeras gerações de girafas. Neste caso, a extinção das girafas seria certa.
Aqui, uma pergunta, que não quer calar: Se as girafas, quando ornamentadas com pescoço curto, aprenderam a comer folhas que e lhes estavam ao alcance da boca, por que, agora, iriam elas esticar o pescoço para abocanhar folhas a quatro metros de altura, em vez de aprender a se alimentar de espécies de folhas, que estavam ao seu alcance, de árvores pequenas, e de arbustos, e de plantas rasteiras? Juro que não entendo a idéia do Lamarck. E ele poderia nos falar das girafas amazônicas, uma espécie surgida recentemente.
E que ninguém pense, ao ler esta minha nota breve, e as que a antecedem, e as que a sucedem, que eu sou um cientista, um biólogo. Longe disso. Sou apenas um homem que se faz algumas perguntas.
Esta nota breve me foi inspirada por lições quaisquer colhidas aqui e ali, e não por estudo sistemático do assunto. Que me desculpe o leitor a ignorância científica.
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No início do mundo, havia, na Terra, seres simples, que, durante bilhões de anos viveram e se proliferaram admiravelmente bem; se é assim, não havia razão para eles evoluírem, afinal, estavam muito bem, obrigado!, adaptados ao mundo em que viviam; a menos que, entediados com o ramerrão de então, tenham desejado gozar de experiências inéditas.
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A evolução de um animal de uma espécie para outra, mais complexa, mais sofisticada, se dá em quantas gerações? Uma? Duas? Milhares, no percurso de milhões de anos? Uma espécie possui tais órgãos; e, num processo evolutivo que se conclui após milhares de gerações, transmite cada geração para a geração subsequente, partículas dos órgãos que irão constituir os individuos da espécie seguinte, e não os órgãos inteiros; e tais partículas de órgãos não têm utilidade para os individuos que a recebem de herança; sendo assim, eles não as transmitem aos seus descendentes. Por que o fariam, se elas lhes são inúteis? Então, neste caso, o processo evolutivo jamais se dá, pois as partículas, que são inúteis, dos órgãos que uma geração recebeu da imediatamente anterior não são transmitidas à geração subsequente àquela que primeiro as recebeu.
Uma pergunta, que me fiz hoje: As mudanças evolutivas, isto é, a manifestação de partículas de órgãos inexistentes em uma geração na geração seguinte, são aleatórias, erráticas, ou seguem um programa previamente definido? E como seguiriam um programa, para culminar na formação da espécie seguinte, se não se sabe em quanto tempo se dará tal processo e tampouco quais serão as características do ecossitema em que ela viverá? A espécie herdeira, num futuro indefinido, que não pode ser antevisto, projeta, na inteligência natural da espécie que a antecede na árvore genealógica evolutiva, as características que lhe serão indispensáveis à sobrevivência, obrigando-a a sofrer tais e tais modificações?