Vale a pena colonizar Marte?
Pode parecer história de pescador – ou de astronauta –, mas a ideia
de colonizar Marte já é uma realidade na cabeça de muitos cientistas
e de muitos sonhadores por aí. Para eles, será necessário, em breve,
termos uma opção de moradia, para não sermos obrigados a viver em
um planeta com poucos recursos, como talvez seja a Terra dentro de
alguns anos.
Em primeiro lugar, é preciso saber que Marte não foi escolhido aleatoriamente.
O planeta é um dos mais parecidos com a Terra, o que leva
os cientistas a acreditar que a vida por lá seria possível. Mas a verba
gasta com essas pesquisas espaciais poderia ser direcionada para
projetos de melhoria da água dos rios e para o gasto energético em
diferentes locais aqui mesmo, na Terra. Gastar com Marte talvez seja
trocar o certo pelo duvidoso.
Além disso, pode ser que a perspectiva de poderem viver em outro
planeta faça com que os seres humanos tenham cada vez menos cuidado com o planeta em que vivem atualmente. Não deveria ser assim, mas, humanos que somos, sabemos que, se algo vai mesmo ser substituído, não parece merecer tanta atenção quanto o que é insubstituível.
Então, além do dinheiro, talvez o tempo e a energia gastos para se
pensar na colonização de Marte devessem ser direcionados para campanhas de conscientização dos seres humanos sobre a preservação dos recursos naturais de que ainda dispomos.
A evolução da ciência, aqui na Terra, faz a possibilidade de explorarmos
o espaço ficar cada vez mais próxima. E o homem, que é curioso por
natureza, obviamente passa a desejar com mais intensidade a exploração de novos espaços e a descoberta de novas realidades. Mas é muito mais barato e muito mais simples pensarmos em proteger a Terra, nossa casa atual, antes de querermos conseguir outro planeta para onde ir.