Dia internacional das florestas

Prof. Arnaldo de Souza Ribeiro

“Onde havia peixes, há mercúrio. Onde havia florestas, há cinzas”.

Roberto Burle Marx. Nasceu em São Paulo, no dia 04.08.09 e faleceu no Rio de Janeiro, no dia 04.06.94. Foi paisagista, pintor, desenhista, escultor e cantor.

No dia 30 de novembro de 2012, a Assembleia Geral das Nações Unidas – ONU, por intermédio de uma Resolução, declarou o 21 de março - Dia Internacional das Florestas. A escolha deste dia dera-se em razão de que nele inicia-se a primavera no hemisfério norte. Estabelecera a Resolução que, a cada ano, orientado por um novo tema, seria refletido acerca da importância das florestas. Desse modo, desde 2012, reflexões se fizeram, escudadas em temas relevantes e oportunos. Neste ano o escolhido foi, “Restauro florestal: um caminho para a recuperação e bem-estar”. E, por tudo que se presenciou no mundo e no Brasil no ano que passou, melhor tema, não poderia ter sido escolhido.

Em apertada síntese, pode-se afirmar que o ato de restaurar consubstancia-se em reparar, corrigir ou revigorar o que se encontra danificado ou em mau estado, ou seja, é o restabelecer do status quo ante, é fazer voltar ao estado de antes.

Os ambientalistas e estudiosos são unânimes em suas assertivas. É necessário e urgente que as autoridades e a população, sem exceção, se conscientizem da necessidade de frear a degradação e a perda das florestas e, sobretudo, restaurar o que fora erroneamente degradado. São as florestas essenciais para a promoção, preservação e manutenção da vida de todas as espécies do planeta. Ademais, são elas que propiciam a perenização das nascentes de água doce, além de contribuírem para o equilíbrio do clima e promoção regular das chuvas. Enquanto as matas ciliares protegem os rios e reduzem as erosões e assoreamentos.

Com a criação do Dia Internacional das Florestas, a Organização das Nações Unidas – ONU busca conscientizar as autoridades dos países membros, mas é imprescindível que cada cidadão ou cidadã se conscientize de seu papel e assuma sua responsabilidade.

No cenário universal, o Brasil tem dado uma reprimível contribuição para a dizimação de suas florestas e desequilíbrio do clima e o faz em três frentes distintas, sendo: na destruição da mata atlântica, do cerrado e da Amazônia. O que se comprova com as notícias dos jornais escritos, televisivos e eletrônicos. E as consequências são percebidas nas intempéries da natureza, marcadas pelos frequentes temporais, enchentes, deslizamentos de terras, aumento da temperatura e irregularidade das chuvas.

Espera-se que o dia 21 de março, Dia Internacional das Florestas, com as reflexões propostas a cada ano pela ONU, propicie ao mundo, ao Brasil e às pessoas a conscientização da importância da preservação e restauração das florestas e, conscientizadas, possam, assim como a primavera, que traz a beleza e o perfume das flores em substituição ao frio do inverno, propiciem que, nos lugares onde se encontram mercúrio e cinzas, sejam restaurados e devolvidos aos peixes e às árvores o direito de renascerem e consequentemente contribuam para a restauração do planeta, para que todas as espécies ainda vivas e as gerações futuras tenham uma vida digna e saudável.

Itaúna – MG, 21 de março de 2021.

* Arnaldo de Souza Ribeiro: é Prof. do curso de direito da Universidade de Itaúna – UIT, Presidente da Academia Itaunense de Letras – AILE e membro da Academia Cordisburguense de Letras Guimarães Rosa – ACLGR, do Instituto de Direito de Língua Portuguesa – IDILP e da Comunidade de Juristas de Língua Portuguesa – CJLP, Lisboa.

- Artigo publicado no Jornal Gazeta de Itaúna, Edição 937, Pag. 02, dia 27.03.21.