"Deus ex machina"
DEUS EX MACHINA
Miguel Carqueija
Sabem vocês o que é um “deus ex machina”? Trata-se de um conceito do teatro grego clássico, da Antiguidade Helênica.
Os gregos gostavam muito de teatro, pois não existia cinema, de comédias e dramas, e tragédias. O “deus ex machina” refere-se ao culto pagão, pois eles acreditavam numa legião de deuses mitológicos. Então, imaginemos uma peça teatral qualquer onde se configurasse um grande busílis, uma encrenca das grossas. Aí no final descia do céu um desses deuses e resolvia tudo com seus poderes sobrenaturais. Bem, tratava-se evidentemente de um ator que descia do telhado do teatro, onde estivera escondido, com ajuda de fios ligados a uma roldana, ou seja uma máquina que fazia o artista descer em segurança e dando a impressão de que voava. Era o “deus ex machina”, o “deus na máquina” (aqui se usa inicial minúscula pois não se trata de Deus, das religiões monoteistas, mas de “um deus” com seu nome particular: existiam no cenário do Olimpo diversos, como Zeus, Baco, Saturno, Vênus etc.
Portanto, essa divindade surgia do nada e resolvia tudo.
Ora bem, reflitamos sobre o coronavírus e essas vacinas que estão pipocando. É impressionante como as pessoas estão empenhando sua esperança, sua confiança, em vacinas que nem existem ainda, ou estão começando a existir, e no Brasil, até a presente data, nenhuma foi aprovada pela Anvisa (apesar da pressa do João Dória...). Estão esperando a resolução de tudo pela vacina, como o novo "deus ex machina" que surge de repente e dá solução a todo o imbróglio.
A aids, diga-se de passagem, até hoje, após 35 anos, não tem vacina e é muito mais perigosa que o covid-19. No entanto existem tratamentos, o coquetel contra aids já promove longa sobrevida aos aidéticos e até com boa qualidade de vida. Ora, ao contrário do que disse certa repórter da Pornoglobo, a covid tem cura (a imensa maioria dos infectados sobrevive) e tem tratamento (Bolsonaro se curou com hidroxicloroquina, Trump com um coquetel que já foi aprovado nos USA; Gisela Savioli recomenda a vitamina D como preventivo).
Não sou médico mas sei que as vacinas são desenvolvidas ao longo de anos. Em alguns casos, décadas; mas fiquemos com três a cinco anos. Ora, os imunizantes que estão surgindo (Oxford, Pfeizer, Coronavac, Sputinick etc) começaram a ser elaborados há menos de um ano.
O povo tem direito a nutrir dúvidas. Meses atrás ouvi de um infectologista que estão “pulando etapas”, naturalmente pela aflição mundial trazida pela doença. Mas até que ponto, pergunto, poderemos confiar na eficácia de vacinas produzidas a toque de caixa? Alguém dirá: — Ah, mas houve concentração de recursos, de profissionais,um grande esforço por causa do estado emergencial em que se encontra a raça humana.
Pode ser. Deus queira que seja, pois vacinas mal feitas podem produzir graves efeitos colaterais. Estamos nas mãos de Deus. Mas seria de bom alvitre que os laboratórios chamassem sacerdotes para benzerem os lotes de vacina. Não o farão, pois vivemos uma sociedade quase ferozmente materialista.
Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 2020
imagem pinterest
DEUS EX MACHINA
Miguel Carqueija
Sabem vocês o que é um “deus ex machina”? Trata-se de um conceito do teatro grego clássico, da Antiguidade Helênica.
Os gregos gostavam muito de teatro, pois não existia cinema, de comédias e dramas, e tragédias. O “deus ex machina” refere-se ao culto pagão, pois eles acreditavam numa legião de deuses mitológicos. Então, imaginemos uma peça teatral qualquer onde se configurasse um grande busílis, uma encrenca das grossas. Aí no final descia do céu um desses deuses e resolvia tudo com seus poderes sobrenaturais. Bem, tratava-se evidentemente de um ator que descia do telhado do teatro, onde estivera escondido, com ajuda de fios ligados a uma roldana, ou seja uma máquina que fazia o artista descer em segurança e dando a impressão de que voava. Era o “deus ex machina”, o “deus na máquina” (aqui se usa inicial minúscula pois não se trata de Deus, das religiões monoteistas, mas de “um deus” com seu nome particular: existiam no cenário do Olimpo diversos, como Zeus, Baco, Saturno, Vênus etc.
Portanto, essa divindade surgia do nada e resolvia tudo.
Ora bem, reflitamos sobre o coronavírus e essas vacinas que estão pipocando. É impressionante como as pessoas estão empenhando sua esperança, sua confiança, em vacinas que nem existem ainda, ou estão começando a existir, e no Brasil, até a presente data, nenhuma foi aprovada pela Anvisa (apesar da pressa do João Dória...). Estão esperando a resolução de tudo pela vacina, como o novo "deus ex machina" que surge de repente e dá solução a todo o imbróglio.
A aids, diga-se de passagem, até hoje, após 35 anos, não tem vacina e é muito mais perigosa que o covid-19. No entanto existem tratamentos, o coquetel contra aids já promove longa sobrevida aos aidéticos e até com boa qualidade de vida. Ora, ao contrário do que disse certa repórter da Pornoglobo, a covid tem cura (a imensa maioria dos infectados sobrevive) e tem tratamento (Bolsonaro se curou com hidroxicloroquina, Trump com um coquetel que já foi aprovado nos USA; Gisela Savioli recomenda a vitamina D como preventivo).
Não sou médico mas sei que as vacinas são desenvolvidas ao longo de anos. Em alguns casos, décadas; mas fiquemos com três a cinco anos. Ora, os imunizantes que estão surgindo (Oxford, Pfeizer, Coronavac, Sputinick etc) começaram a ser elaborados há menos de um ano.
O povo tem direito a nutrir dúvidas. Meses atrás ouvi de um infectologista que estão “pulando etapas”, naturalmente pela aflição mundial trazida pela doença. Mas até que ponto, pergunto, poderemos confiar na eficácia de vacinas produzidas a toque de caixa? Alguém dirá: — Ah, mas houve concentração de recursos, de profissionais,um grande esforço por causa do estado emergencial em que se encontra a raça humana.
Pode ser. Deus queira que seja, pois vacinas mal feitas podem produzir graves efeitos colaterais. Estamos nas mãos de Deus. Mas seria de bom alvitre que os laboratórios chamassem sacerdotes para benzerem os lotes de vacina. Não o farão, pois vivemos uma sociedade quase ferozmente materialista.
Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 2020
imagem pinterest