O alinhamento Saturno/Júpiter não é a Estrela de Belém
O ALINHAMENTO SATURNO/JÚPITER NÃO É A ESTRELA DE BELÉM
Miguel Carqueija
Está sendo espalhada a informação de que a conjunção extraordinária entre os planetas Júpiter e Saturno, prevista para daqui a uma semana, é a Estrela de Belém retornando, e que foi esse fenômeno, tido como especialmente brilhante, que os Reis Magos avistaram.
Convém lembrar que Júpiter está a uma distância da Terra que varia entre 628 e mais de 900 milhões de quilômetros, e Saturno a mais ou menos 1,4 bilhão de quilômetros. Pensem nisso antes de acreditar facilmente nessas histórias antigas que relacionam a Estrela de Natal com estrelas de verdade, alinhamentos de planetas, supernovas ou lá o que seja.
Quem me chamou a atenção para esse assunto foi Alziro Zarur, quando certa vez escutei seu programa de rádio. Ele falou até com ironia, dando a entender, pelo que eu me lembro, que quem acredita que a Estrela tenha sido um objeto astronômico devia estar com um parafuso frouxo. Bem, não lembro se ele falou no parafuso, mas a mensagem foi mais ou menos essa. Pois tente imaginar: uma manjedoura, ou até um arranha-céu ou a Torre de Tóquio, não importa o tamanho da construção, como poderia ser indicada por um astro (ou conjunção de dois, não importa) lá do espaço sideral? A distância é grande demais e o astro luminoso ou iluminado em questão seria visível por centenas ou milhares de quilômetros. Se nem a Lua consegue apontar um objeto na Terra como poderia fazê-lo uma estrela ou um planeta?
De fato, no belíssimo filme “Filha da Luz” a Estrela de Jesus reaparece, mas isso é um filme de ficção.
Então Zarur esclareceu: tratava-se de um espírito de luz, ou seja, um anjo do Senhor, que se movia na atmosfera, portanto aqui em baixo, na altura das nuvens digamos. Aí sim o fato torna-se possível. Afinal, anjos vieram avisar os pastores (Lc 2, 8-14).
Vejam que eu não estou tentando racionalizar a doutrina católica, ao contrário, estou indicando como deve ter ocorrido o milagre, no caso a intervenção do anjo. Quanto ao fator Astrologia, isto nada mais é do que superstição, que contraria a Religião e a Ciência. Não existe a influência astrológica e é tolice buscar na Estrela de Belém explicação pelo lado dos horóscopos.
Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2020.
O ALINHAMENTO SATURNO/JÚPITER NÃO É A ESTRELA DE BELÉM
Miguel Carqueija
Está sendo espalhada a informação de que a conjunção extraordinária entre os planetas Júpiter e Saturno, prevista para daqui a uma semana, é a Estrela de Belém retornando, e que foi esse fenômeno, tido como especialmente brilhante, que os Reis Magos avistaram.
Convém lembrar que Júpiter está a uma distância da Terra que varia entre 628 e mais de 900 milhões de quilômetros, e Saturno a mais ou menos 1,4 bilhão de quilômetros. Pensem nisso antes de acreditar facilmente nessas histórias antigas que relacionam a Estrela de Natal com estrelas de verdade, alinhamentos de planetas, supernovas ou lá o que seja.
Quem me chamou a atenção para esse assunto foi Alziro Zarur, quando certa vez escutei seu programa de rádio. Ele falou até com ironia, dando a entender, pelo que eu me lembro, que quem acredita que a Estrela tenha sido um objeto astronômico devia estar com um parafuso frouxo. Bem, não lembro se ele falou no parafuso, mas a mensagem foi mais ou menos essa. Pois tente imaginar: uma manjedoura, ou até um arranha-céu ou a Torre de Tóquio, não importa o tamanho da construção, como poderia ser indicada por um astro (ou conjunção de dois, não importa) lá do espaço sideral? A distância é grande demais e o astro luminoso ou iluminado em questão seria visível por centenas ou milhares de quilômetros. Se nem a Lua consegue apontar um objeto na Terra como poderia fazê-lo uma estrela ou um planeta?
De fato, no belíssimo filme “Filha da Luz” a Estrela de Jesus reaparece, mas isso é um filme de ficção.
Então Zarur esclareceu: tratava-se de um espírito de luz, ou seja, um anjo do Senhor, que se movia na atmosfera, portanto aqui em baixo, na altura das nuvens digamos. Aí sim o fato torna-se possível. Afinal, anjos vieram avisar os pastores (Lc 2, 8-14).
Vejam que eu não estou tentando racionalizar a doutrina católica, ao contrário, estou indicando como deve ter ocorrido o milagre, no caso a intervenção do anjo. Quanto ao fator Astrologia, isto nada mais é do que superstição, que contraria a Religião e a Ciência. Não existe a influência astrológica e é tolice buscar na Estrela de Belém explicação pelo lado dos horóscopos.
Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2020.