A Ciência no Brasil

(Este é um comentário que fiz sobre a noticia abaixo, postado num blog aeroespacial brasileiro, sobre o atual caso da ciência no Brasil)

Eu fiz questão de não ver e não ler a matéria do Fantástico. Bom, aqui o instituto de pesquisa da Bahia recentemente divulgou que fez um corte perto dos 70%, coisa que o reitor da UFBA resolveu comprar a briga, mas depois saiu acuado -- claro, não se pode culpá-lo de ter saído à francesa da discussão, vamos e convenhamos.

Acontece, que no mundo, ciência nunca foi uma coisa feita pelo Estado ou pelo Governo. Não adianta. As maiores instituições ganhadoras de Nobel, todas, são particulares. A empresa com o maior numero de patentes da história é a IBM (se trata de uma empresa). O país com um dos maiores números de patentes (Israel) não esconde e nunca escondeu seu viés e respeito às empresas privadas. Mesmo a China, que tem um grosso e forte investimento estatal (as maiores empresas bélicas são estatais) recentemente ganhou um Nobel de medicina por uma pesquisadora -- utilizando conhecimentos que vem da China antiga e não da China Comunista.

O que estou dizendo é o seguinte: nós, brasileiros, não ganhamos um Nobel e nem nunca vamos ganhar, enquanto atrelarmos ciência ao "servidor publico", ao estado e ao governo. Dentro do estado, o doutor de qualquer área brasileira, não tem estimulo para continuar e colocar para frente qualquer pesquisa. E não se trata de falta de estimulo salarial (sabemos disso), mas da simples falta de recurso de colocar qualquer trabalho científico para frente. Mas isso não se deve da "pura e simples" falta de recurso -- mas porque ciência se faz com o "capitalismo", por que se torna viável e rentável um desenvolvimento de remédio, uma nova tela de LCD, um novo chip de computador. Ciência se faz com Rentabilidade e busca sim do "capitalismo selvagem".

Mesmo a NASA tem patentes espalhadas pelo mundo a partir de suas pesquisas feitas com dinheiro do contribuinte americano. É só ver o salto que o programa espacial americano fez desde que privatizou os custos -- finalmente estamos vendo foguetes realmente reutilizáveis a uma fração dos custos. Um sonho que se tornou realidade em poucos anos.

Veja, o que estou dizendo não é que "O estado não deve investir em ciência", pelo contrário. É sempre bom ver uma DARPA, um DRDO, uma NASA, um INPE, um ITA. Mas esses grandes centros PRECISAM estar antenados e atrelados à rentabilidade e direcionados a avanços técnicos que possam se tornar viáveis economicamente -- assim como nossos pesquisadores precisam aprender a registrar patentes e se tornarem sim, "Edisons" brasileiros. O investimento em ciência deve estar junto "e misturado" à sociedade (e ao malvado capitalismo opressor) para que ele possa de fato acontecer e se perpetuar. Afinal, n foi a NASA q desenvolveu a caneta espacial -- foi a BIC mesmo.

Enquanto tivermos universidades que EXPULSEM investidores privados (como uma paulista fez ano passado) nós NUNCA seremos uma potencia científica. Enquanto nossos pesquisadores não aprenderem a fazer patentes, nós sempre teremos gênios desconhecidos como Lattes. O Brasil precisa deixar de lado esse caráter "socialista roots" e abraçar a sociedade para crescer e progredir. Nem preciso falar do primeiro centro de pesquisa do mundo fundado por Edison (privado).

Links: https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=1259674017491482&id=310127009112859