Cyberbullying X Consumismo
A cultura tem uma responsabilidade muito grande na prática do cyberbullying. Isto porque ao aceitar um padrão exigido pelo consumismo, publicidade e interesses de mercado, ela está sinalizando que deve haver um padrão, uma igualdade dentre todos.
Isso induz o adolescente a querer “ser igual” ao outro e com isso se a maioria dos amigos ou mesmo o líder do grupo possui algum objeto ou adereço novo, todos deverão ter também.
Outro ponto a ser considerado nessa necessidade de “ter que ser igual” está o padrão de beleza, que exige um corpo “magro” e que conduz o adolescente a lançar mão do bullying contra si próprio, o que pode ser comprovado ao ver uma vítima de bulimia ou anorexia.
É compreensível e ao mesmo tempo contraditório o conceito de cultura: valores e formas de vida de um povo. Compreensível porque para os adolescentes é vital serem iguais, (como se isso fosse possível) ou se assemelhar o máximo possível com seus pares, mas contraditório se considerarmos os valores de cada um, pois cada ser é único.
É relevante considerar também que estamos falando de adolescentes, portanto seres que ainda estão passando por inúmeras mudanças, muitas delas que os levam a não entender o que se passa com si próprios.
Essas mudanças exigem deles um “padrão” em tudo: no vestir, caminhar, vocabulário usado, alimentação, uso constante das mídias eletrônicas, idas aos shoppings aos domingos e com isso o consumismo.
É visível a necessidade de se trocar de celular tão logo é lançado um novo modelo que, muitas vezes tem pouca diferença em relação ao anterior. Somente algumas funções a mais, mas é melhor que o faça esta troca, caso contrário poderá ser uma vítima.
Como solução os pais podem programar o orçamento mensal juntamente com os filhos: deverão estipular o valor a ser gasto com cada tipo de despesa: alimentação, transporte, lazer, celular e tantos outros.
Isso além de ser uma maneira de introduzir o adolescente na vida familiar o leva a perceber o custo de vida, portanto não é possível “trocar” este ou aquele aparelho, calçado ou vestimenta, somente porque uma vitrine ou as mídias “estampam” uma novidade de mercado.
São medidas que quando adotadas ainda na fase de criança, passarão a fazer parte do cotidiano adolescente, portando algo normal e aceito por eles.
Sônia Maria dos Santos Araújo - Ms. em Educação
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