Ciência E Reencarnação

Dedicamos o presente artigo ao estudo científico da reencarnação.

Talvez por temerem ser ridicularizados por colegas da comunidade científica, são poucos os cientistas sérios que se arriscam a pisarem neste terreno. A ideia da reencarnação, mormente no Ocidente, ainda enfrenta muito preconceito, e as regressões de memória, também chamada de Terapia de Vidas Passadas, feitas em consultórios por terapeutas ou psicólogos, são vistas com ceticismo por muitos pesquisadores, pois segundo estes: “o paciente pode se autossugestionar e regredir a uma suposta vida passada criada por sua própria mente”.

Em nossa modesta opinião, tais opiniões não invalidam totalmente a TVP, uma vez que, em muitos casos, a mesma tem se mostrado bastante útil, dando bons resultados. O profissional sério e experiente saberá certamente conduzir a experiência de modo a diminuir as chances de haver equívocos. Contudo, a TVP não é o nosso foco aqui.

O médico e professor Ian Stevenson, diretor dos Departamentos de Parapsicologia e Psiquiatria Comportamental da Universidade da Virgínia nos Estados Unidos (morto em 2007), catalogou ao longo de anos de trabalho, mais de 2000 casos de pessoas _ em sua maioria crianças de 2 a 4 anos de idade _ que espontaneamente manifestaram lembranças de uma vida passada.

Stevenson e sua equipe investigaram casos ocorridos na Índia, Ceilão, Líbano, Europa, Estados Unidos, Brasil, entre outros. São casos fortes que apontam a reencarnação como a explicação mais plausível.

O trabalho do Dr. Ian Stevenson ainda traz interessantes casos que envolvem marcas de nascença. Em muitas ocasiões, as marcas correspondem exatamente a cicatrizes deixadas por ferimentos, que as crianças afirmam ter sofrido em outra vida: “quando eu era grande antes de vir para cá, levei um tiro nas costas” e surpreendentemente a cicatriz está lá. Devemos ressaltar que Stevenson era médico, portanto, deveria saber diferenciar uma cicatriz, de um sinal qualquer.

Por meio de trabalhos que inspiram grande credibilidade como Reencarnação Vinte Casos e Casos Europeus de Reencarnação, ambos editados no Brasil pela Editora Vida e Consciência, o Dr. Stevenson e sua equipe, dão uma valiosa contribuição para o estudo científico da reencarnação, apesar evidentemente de não chegarem a uma conclusão definitiva.

A essa altura muitos poderão indagar: afinal, onde estão as provas científicas da Reencarnação? Estão na confirmação, mediante as investigações, das informações prestadas pelas crianças dos casos, bem como dos reconhecimentos espontâneos feitos pelas mesmas, de pessoas familiares, amigos, vizinhos etc. e lugares, casa, caminhos etc. referentes à suposta vida anterior.

A pesquisadora norte-americana Carol Bowman, autora de Crianças e Suas Vidas Passadas e O Amor Me Trouxe de Volta (Sextante), dedica-se mais ao exame de casos de crianças que relatam ter renascido na mesma família onde já haviam vivido antes. As histórias narradas por Carol, trazem conforto ao coração de mães que, após terem experimentado a dor da perda de um filho, anos depois, pela benção da reencarnação, puderam tê-los de volta, tendo inclusive a chance de corrigirem velhas pendências.

No Brasil, o cientista Hernani Guimarães Andrade (desencarnado em 2003) relata no excelente livro Reencarnação No Brasil (Casa Editora O Clarim), oito casos bem documentados que sugerem reencarnação.

Os três pesquisadores citados neste capítulo, constataram em suas pesquisas, por meio de um acompanhamento do desenvolvimento posterior das crianças, que, à medida que a criança cresce, ela vai deixando de falar de sua vida anterior, até que finalmente as lembranças parecem cessar por completo.

Outro dado interessante que transparece em grande número de casos, é o curto intervalo de tempo entre uma encarnação e outra, que variavam de uns poucos anos a uns poucos meses. As crianças desse grupo eram as que mantinham as recordações mais nítidas, que fazem parte dos chamados CASOS RESOLVIDOS, ou seja, que puderam, pela detalhação e abundância das memórias, obter confirmação.

Segundo o ensino dos espíritos, a reencarnação só se completa de fato após os primeiros anos da infância e o intervalo entre uma encarnação e outra pode variar de meses a séculos, dependendo das condições e necessidades do Espírito.

Como pudemos observar, existem sim estudos sérios sobre a reencarnação; o que falta é uma maior divulgação por parte das mídias. É muito importante também, que mais pesquisadores idôneos comecem a investigar o assunto.

A ideia das vidas sucessivas vem desde a antiguidade atravessando os séculos, resistindo a todos os golpes aplicados pelas doutrinas materialistas. Será que as antigas civilizações do Oriente estavam totalmente equivocadas?

Acreditamos que não.

E se não houvesse a Lei da Reencarnação?

Ora, nesse caso a evolução individual do ser ficaria demasiado limitada; não haveria oportunidade, em tempo justo, para uma reeducação, e o mais triste de tudo, estaria fora de cogitação qualquer possibilidade de resgatar um amor que tenha ficado para trás; seria em suma, o fim do amor e do perdão.

O Esquecimento do Passado

Apouco falamos de pessoas que parecem se lembrar de uma vida passada, no entanto, tais casos são exceções.

Em seu mergulho na carne (corpo físico) a consciência profunda do Espírito fica por assim dizer, adormecida, graças às limitações de um aparelho cerebral recém formado e da densidade da matéria que compõe o organismo físico, envolvida em uma espécie de véu, mantendo ocultas as experiências pretéritas. Neste estado o Espírito não se recorda nem mesmo das suas passagens pelo mundo espiritual, sendo portanto a reencarnação para ele um verdadeiro recomeço.

O esquecimento do passado é de suma importância para o nosso equilíbrio mental e emocional, eliminando a possibilidade de um remorso destrutivo, que impediria qualquer tentativa de se reerguer moralmente: quem conseguiria viver sem se culpar o tempo todo, sabendo ter sido o assassino da própria mãe, que na nova existência retorna como filha rebelde?

O esquecimento do pretérito também evita os naturais constrangimentos que essas trocas de papéis, pais que retornam como filhos, esposas que voltam como irmãs etc., acarretariam.

Na atual condição evolutiva da humanidade, o homem reencarnado não pode confrontar diretamente seu passado delituoso ou orgulhoso, sem graves prejuízos à suas forças psíquicas. Desse modo, o véu que por agora oculta o nosso passado, é uma benção Divina.

Quem deseja verdadeiramente avançar, não caminha olhando o tempo todo para trás, porque ficará paralisado pelo medo ou pela vergonha, ou será consumido pelo ódio. O melhor é reeducar-se no presente, afim de realizar-se boa colheita no futuro.

Na maioria das vezes o nosso sofrimento não é o resultado de um passado distante; antes, ele é consequência imediata da nossa relutância em modificar nossa forma de viver o presente. Pare um pouco tudo o que esteja fazendo nesse momento e reflita.