ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL NAS ESCOLAS MUNICIPAIS EM GUARULHOS - SP E AS ALERGIAS ALIMENTARES

Centro Universitário Internacional – UNINTER

ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL NAS ESCOLAS MUNICIPAIS EM GUARULHOS - SP E AS ALERGIAS ALIMENTARES

Gonçalves, Ironi Lírio Cruz¹

Caveião, Cristiano²

RESUMO

O objetivo deste artigo é a apresentação do trabalho de Atendimento e Orientação Nutricional realizado nas Escolas Municipais de Guarulhos-SP em 2015, pois alguns alunos da rede apresentam restrições alimentares por diversas patologias, oferecendo atenção especial para o grande número de crianças que apresentam alergias ou intolerâncias alimentares. Nas entrevistas realizadas com os pais ou responsáveis pelo aluno, verifica-se o problema analisando o laudo médico, bem como exames comprobatórios sobre a patologia. A orientação nutricional escolar envolve não somente os pais dos alunos matriculados ou seus responsáveis, mas também toda a direção escolar, as cozinheiras da rede e as nutricionistas da Secretaria de Educação Municipal. O intuito é identificar os alimentos agressores, através da dieta de eliminação dos alergênicos causadores das manifestações e promover a sua substituição por outros alimentos menos agressivos ao organismo sensível das crianças, os quais forneçam nutrientes semelhantes em benefício da promoção e da manutenção de saúde dos alunos com restrições alimentares.

Palavras-chave: Restrições alimentares. Cardápios. Alergias. Intolerâncias. Orientação nutricional. Saúde.

 

1 INTRODUÇÃO

A prevalência de doenças alérgicas em crianças e adultos jovens aumentou drasticamente nas últimas décadas, e as alergias alimentares são parte deste aumento associadas a um impacto negativo na qualidade de vida (Ferreira e Ernest, 2007, p. 01,).

Os riscos ao bem-estar aumentam à medida que os alimentos consumidos em uma população são cada vez mais processados, complexos e com rótulos inadequados (Ferreira e Ernest, 2007, p. 01,).

O Ministério da Saúde, através da Organização Pan Americana da Saúde (2005, p. 36), declara que: “a espécie humana necessita de dieta variada para garantir uma nutrição adequada e o consumo de uma variedade de alimentos em quantidades adequadas é essencial para a manutenção da saúde e crescimento das crianças”.

Em todas as idades, a alimentação é considerada muito mais que uma necessidade básica para a sobrevivência do indivíduo e da espécie e, quanto mais jovem a criança, maior a dependência em relação ao suprimento adequado de nutrientes (Bricks, 1994, p. 176,).

A alimentação nas escolas, em sua determinação legal segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE através do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE (2014, p.10), possui um de seus objetivos principais: “atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento escolar dos mesmos, bem como promover a formação de hábitos alimentares saudáveis”.

Atualmente, nas famílias modernas, ocorre uma significante mudança nos hábitos alimentares de todos os integrantes, com alto consumo de alimentos industrializados, alimentos pré-processados, pré-cozidos, sucos artificiais e refrigerantes.

Há também o consumo de corantes, temperos artificiais, realce de sabores, bolos e salgadinhos prontos, enfim, uma infinidade de alimentos industrialmente preparados. Tudo para facilitar o dia a dia das famílias que estão cada vez mais longe da cozinha.

Ferreira e Ernest (2007, p.01) acreditam que, o controle da exposição a alérgenos alimentares é a única forma de tratar e prevenir a alergia alimentar.

De forma geral, a alergia alimentar ocorre quando o sistema de defesa do organismo (sistema imunológico) acredita que uma substância alimentar inofensiva é perigosa (Asaiag, 2009, p.01).

O tratamento e prevenção da alergia alimentar são desafios maiores do ponto de vista da saúde pública e para as comunidades médica e científica. (Ferreira e Ernest, 2007, p. 01).

Portanto, é fácil compreender que reações adversas aos alimentos causam muita angústia e preocupação (Bricks, 1994, p. 176).

No futuro próximo, a manipulação de alimentos através da engenharia molecular e imunológica fornecerá estratégias mais promissoras para a prevenção de doenças alérgicas (Ferreira e Ernest, 2007, p.01).

A Introdução de Alimento Complementar aos Bebês

Por alimento complementar entende-se qualquer alimento nutritivo, sólido ou líquido, diferente do leite materno, oferecido à criança amamentada (Giugliani e Victora, 2000, ps.253, 262)

“A cronologia para se introduzir alimentos sólidos à dieta de um bebê, depende de diversos fatores: Um recém-nascido é capaz de deglutir apenas alimentos líquidos de fácil ingestão. Mais tarde, por volta de 4 meses, a língua do bebê é capaz de mover-se de encontro ao palato para deglutir alimento semissólido e, ainda mais tarde, quando os primeiros dentes aparecem, desenvolvem novas habilidades por meio da manipulação dos alimentos mastigáveis” (Sizer e Witney, 2003, p. 457).

Recomenda-se a introdução dos alimentos complementares em torno dos 6 meses de vida (Giugliani e Victora, 2000, ps.253, 262).

Esses devem ser ricos em energia, proteínas e micronutrientes isentos de contaminação, com consistência adequada para a idade e em quantidade apropriada (Giugliani e Victora, 2000, os.253, 262).

Três considerações são relevantes: as necessidades de nutrientes do bebê, a prontidão física para manejar diferentes formas de alimentos e a necessidade de detectar e controlar reações alérgicas (Sizer e Witney 2003, p. 457).

Para Sizer e Witney (2003, p. 457), nos bebês, o estômago e os intestinos estão imaturos a princípio; eles podem digerir açúcar do leite (lactose), mas não amido. Após 4 meses, a maioria dos bebês é capaz de digerir amiláceos.

Em se tratando de leite de vaca, para Sizer e Witney (2003, p. 456), o trato digestório do lactente pode ser sensível a proteína do leite de vaca e, se assim for, pode sangrar e agravar deficiências como o ferro.

Alergia Alimentar

A alergia alimentar é uma reação indesejável que ocorre após a ingestão de determinados alimentos ou aditivos alimentares (Asaiag, 2009, p.01).

De acordo com Bricks (1994, p. 176), o termo alergia é utilizado quando uma substância, que não é deletéria por si mesma, provoca uma reação imune com sintomas em alguns indivíduos.

Segundo Sizer e Witney (2003, p.458), os novos alimentos devem ser introduzidos um de cada vez, de tal modo que alergias ou outras sensibilidades possam ser detectadas.

Intolerância Alimentar

A intolerância alimentar é caracterizada por um termo genérico que se refere às variadas manifestações clínicas decorrentes de reações adversas desencadeadas por alimentos (Tumas e Cardoso, 2014, p.13).

O leite de vaca, por exemplo, possui numerosas frações proteicas que podem causar uma resposta imune e reações (Bricks, 1994, p. 177).

Por outro lado, Sizer e Witney (2003, p.456), afirmam que, os rins imaturos do lactente são forçados pelo leite puro de vaca.

Intolerância à lactose

Para Genauer et al (2010, p.101), “a intolerância à lactose é a incapacidade de digerir lactose. A lactose é um tipo de açúcar encontrado no leite e em outros produtos lácteos. A intolerância à lactose pode começar em diferentes momentos da vida”.

A intolerância à lactose ocorre quando o intestino delgado não produz enzima lactase suficiente. As enzimas ajudam o corpo a absorver alimentos. Não ter lactase suficiente é chamado de Deficiência de lactase (Genauer et al, 2010, p.101).

Mecanismos de Ação

Para Bricks (1994, p.177) “a alergia alimentar envolve mecanismos imunológicos, em sua maioria, caracterizados por reações entre antígenos”.

Bricks (1994, p.177) afirma ainda que: “a reação entre antígenos é a habilidade de uma substância se combinar de forma específica a um anticorpo produzido por um organismo previamente sensível ou entre antígenos e linfócitos sensibilizados”.

Reações Adversas

As reações adversas são designadas por reações de hipersensibilidade que acontecem da seguinte maneira: “o organismo, para tentar se defender desses “invasores” leva as células do sistema imune a produzirem moléculas chamadas de anticorpos” (Asaiag, 2009, p.01).

“Esta reação incita outras células especializadas, os mastócitos, a liberarem uma substância chamada de histamina, que é a responsável pelos sintomas alérgicos” (Asaiag, 2009, p.01).

Para Tumas e Cardoso, (2014, p.13) “as reações adversas à ingestão de alimentos podem ser divididas em dois tipos: 1. Reações adversas tóxicas, que ocorrem quando há ingestão de alimentos contaminados com substâncias tóxicas e independem da sensibilidade individual; 2. Reações adversas não tóxicas, dependem da sensibilidade característica de cada indivíduo, tornando-a temporária ou definitivamente suscetível a desenvolver certas manifestações clínicas quando ingerir determinado alimento”.

As reações adversas não tóxicas englobam situações que compreendem tanto reações de intolerância quanto alergia alimentar. (Tumas e Cardoso, 2014, p.13).

As Manifestações Clínicas das Alergias e Intolerâncias

De acordo com estudos, Bricks (1994, p.179 - 180) evidencia que: “existe uma ampla variedade de manifestações associadas à alergia alimentar, a maioria dos casos (87%) é caracterizada por reações do tipo I ou chamadas hipersensibilidade ou imediatas apresentando duas fases: Fase precoce ocorre 10 a 30 minutos após ingestão do alimento ofensor no aparelho respiratório, com muco e asma, mas se acreditam também no sistema digestório; Fase tardia ou inflamatória crônica que ocorre 4 a 8 horas após, com hiper-reatividade das vias aéreas, urticária de contato, edemas, diarreia, espasmos, eczema, pruridos nos lábios até manifestações sistêmicas graves”.

Para a intolerância a lactose: “Os sintomas incluem: Inchaço abdominal, Cólicas, Diarreia, Gases (flatulência), Náuseas” (Genauer et al 2010, p.101).

Os sintomas ocorrem muitas vezes, 30 minutos a 2 horas após a ingestão de produtos lácteos e são frequentemente aliviados quando a ingestão de produtos lácteos é interrompida (Genauer et al 2010, p.101).

2 OBJETIVOS DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

A refeição escolar oferecida pelo município segue cardápio único pré-estabelecido para todas as crianças matriculadas durante o período letivo, divididos em: Cardápio para as Creches e Cardápio para o Ensino Fundamental e EJA.

O objetivo da alimentação escolar é atender as necessidades nutricionais dos alunos durante o período em que eles permanecem na escola, pois todos devem receber aporte alimentar em quantidades calóricas próprias para a sua idade.

Porém, algumas crianças apresentam alergias ou intolerâncias a determinadas substâncias presentes em certos alimentos, necessitando de uma modificação em suas dietas. Com esta atitude, busca-se oferecer alimentos que não causem desconforto aos alunos atendidos e contribuir com a sua qualidade de vida no ambiente escolar.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Como método de pesquisa, fez-se uma análise descritiva dos Atendimentos Nutricionais realizados em 2015 nas escolas públicas municipais de Guarulhos.

Também foram utilizadas fontes de pesquisas em artigos científicos, sites da internet, computador, livros didáticos, documentos publicados e, determinações e portarias segundo as leis vigentes do país, além de outros documentos.

4 ATENDIMENTO NUTRICIONAL

A Secretaria da Educação de Guarulhos, através do Departamento de Alimentação e Suprimentos da Educação – DASE realiza trabalhos de Atendimento Nutricional às crianças com restrições alimentares matriculadas nas creches e ensino fundamental.

Os atendimentos nutricionais são feitos durante o ano letivo, mediante solicitações da direção escolar ao Departamento de Alimentação e Suprimentos da Educação-DASE, envolvendo os alunos da rede municipal de ensino que necessitam de modificações no cardápio coletivo oferecido pela escola.

Os atendimentos nutricionais envolvem crianças de 6 meses a 10 anos de idade. São realizados também, atendimentos nutricionais para as crianças de inclusão com necessidades especiais.

São crianças com idades entre 11 e 13 anos que apresentam diversas restrições alimentares e limitações físicas, intelectuais ou psicológicas entre outras patologias, incluindo também as alergias a determinados tipos de alimentos e as intolerâncias.

A escola conta, até o momento, com 139 unidades divididas entre Creches e Ensino Fundamental até o 5º ano, justificando os dados obtidos para esta pesquisa.

As modificações alimentares são feitas após a análise do laudo médico pelo nutricionista designado e a observação dos exames clínicos comprobatórios além de, uma anamnese com os responsáveis pelo aluno inteirando-se dos problemas apresentados.

A partir das informações recebidas, o nutricionista elabora uma nova dieta, substituindo alimentos alergênicos por outros não agressivos ao organismo sensível do aluno ou restringindo-os totalmente até que se comprovem melhoras na saúde do paciente.

Os atendimentos nutricionais poderão ser realizados novamente a cada seis meses para acompanhamento específico dos casos e verificação de exames novos ou conforme a necessidade apresentada.

5 INTERVENÇÕES E SUBSTITUIÇÕES DE ALIMENTOS

As intervenções, bem como as modificações ou substituições nos cardápios contemplam apenas os alimentos oferecidos pela escola e o cardápio mensal coletivo das escolas é elaborado por nutricionistas da merenda escolar.

Intervenção para Alergia a Proteínas do Leite de vaca

Alimentos Permitidos: pão hot dog, bisnaguinha, flocos de milho sem leite integral, todas as verduras e frutas, legumes, leite de soja, suco de soja, suco natural e integral, arroz, macarrão, feijão, peixes, frango, carnes, doce de abóbora, gelatina, goiabinha, suco de uva, óleos e azeite, biscoito (marca específica) sem leite na composição.

Alimentos Evitados: margarina vegetal com adição de leite, compostos lácteos, leite em pó, flocos de chocolate, flocos de arroz, biscoitos com leite na composição, iogurte, doce de leite, farinha láctea, purê de batata com leite, biscoitos coockies, goiabada.

Intervenção para Alergia a Ovo

Alimentos permitidos: verduras, frutas e legumes, arroz, feijão, macarrão de arroz, carnes, peixe in natura, frango, óleos, biscoito cream crackers, cracker integral, leite, flocos, margarina, suco de soja, suco natural e integral, purê, gelatina.

Alimentos evitados: macarrão tortinho e parafuso, biscoitos leite, amanteigado, coco, polvilho, rosquinhas, mini bolo, bisnaguinha, pão de ovos, biscoitos coockies, empanados.

Intervenção para Alergia ao Cacau/Chocolate

Alimentos permitidos: verduras, frutas, legumes, arroz, feijão, macarrão, carnes, frango, peixes, óleos, azeite, biscoitos sem chocolate na composição, pão hot dog, bisnaguinha, doce de abóbora, doce de leite, milho, flocos de milho, iogurte, leite integral, leite de soja, margarina, suco integral de uva, goiabada.

Alimentos evitados: composto lácteo, flocos chocolate, chocolate pó, biscoito maisena, chocolate, recheado chocolate, biscoito coockies integrais de cacau, bolo de chocolate.

Intervenção para Alergia a Soja

Alimentos permitidos: verduras, frutas, legumes, arroz, feijão, macarrão, chocolate em pó (marca específica) sem leite na composição, peixe, frango, carne, biscoito (água e sal), doce de abóbora, goiabada, iogurte integral, flocos, bisnaguinha, rosquinha (marca específica) sem leite integral ou soja na composição.

Alimentos evitados: margarina vegetal, leite de soja, biscoito comum, atum ralado, empanados de frango, salsicha, bebida e suco de soja, biscoito coockies, mini bolo, goiabada, Proteína Texturizada de soja, óleo de soja.

Intervenção para Doença Celíaca-glúten

Alimentos permitidos: algumas frutas, verduras, legumes, arroz, feijão, macarrão de arroz, frango, óleos, biscoito polvilho (algumas marcas), chocolate (marca especifica), margarina, purê, gelatina, leite de soja, suco natural de fruta.

Alimentos evitados: flocos de milho e flocos de chocolate, biscoitos comuns, coockies, pasta de alho, macarrão tortinho, macarrão parafuso, empanados com farinha de trigo, mini bolo, bisnaguinha, hot dog, pão de ovos, bolo, pães com trigo, aveia.

Intervenção para Alergia ao Corante, Aromatizantes e Conservantes

Alimentos permitidos: a alimentação deve ser a mais natural possível, verduras, legumes, frutas in natura, temperos naturais de ervas, arroz, feijão, carnes, frango, ovos, peixes in natura, leite, suco de frutas naturais.

Alimentos evitados: purê de tomate, enlatados, batata flocos, condimentos industrializados, suco industrializado, doces industrializados, gelatina e iogurte de sabor, pães, biscoitos industrializados, vinagre, leite de soja e bebida de sabor.

Intervenção para Intolerância à Lactose

Alimentos permitidos: pão de água, biscoitos (marca específica) sem leite integral ou desnatado na composição, leite de soja, arroz, feijão, suco natural, frutas, legumes e verduras, frango, carne, gelatina, suco de uva integral, óleos, macarrão de arroz, doce de abóbora, peixe in natura.

Alimentos evitados: margarina vegetal com adição de leite, compostos lácteos de sabores, leite em pó, flocos de chocolate, biscoito recheio, maisena, coco, rosquinha, doce de leite, iogurte, farinha láctea, coockies, purê de batata com leite.

6 ANÁLISE E RESULTADOS

Durante o ano de 2015 foram realizadas diversos atendimentos e orientações nutricionais nas escolas da rede municipal de ensino de Guarulhos, entre os meses de fevereiro a dezembro; atendimentos descritos na Tabela 1 abaixo e conforme documentos anexos:

Muitos alunos apresentaram várias patologias com características diferentes no mesmo atendimento nutricional, o que causou diferenças entre o número de atendimentos e quantidades de patologias apresentadas necessitando, com isso, de diversas formas de restrições ou modificações em suas dietas.

TABELA 1

Atendimentos Nutricionais Realizados no Ano de 2015

Mês de referência Número de alunos atendidos

Janeiro Não houve atendimentos

Fevereiro 32 alunos

Março 136 alunos

Abril 90 alunos

Maio 51 alunos

Junho 71 alunos

Julho 15 alunos

Agosto 61 alunos

Setembro 59 alunos

Outubro 24 alunos

Novembro 29 alunos

Dezembro 03 alunos

TOTAL 571 alunos

Fonte própria, 2015.

Dentre as patologias solicitadas, as que mais acometeram os alunos foram: Alergia à proteína do leite, Alergia ao ovo, Alergia ao cacau/chocolate, Alergia à soja, Doença Celíaca (glúten), Alergia ao corante, conservantes/ aromatizantes, Alergias múltiplas (abacaxi, milho, banana, peixe, frutos do mar, amendoim, embutidos...), Alergia Atópica e Intolerância à lactose, conforme dados da Tabela 2.

TABELA 2

Patologias com Maiores Números de Casos em 2015

Patologias Quantidades Aproximadas

Alergia à Proteína do Leite 67 casos

Alergia ao Ovo 51 casos

Alergia a Cacau/chocolate 12 casos

Alergia a Soja 16 casos

Doença Celíaca-glúten 09 casos

Alergia ao Corante/Conservante 78 casos

Alergias Múltiplas 45 casos

Alergia Atópica 09 casos

Intolerância à Lactose 99 casos

TOTAL 386 casos

Fonte própria, 2015.

Patologias diversas também foram atendidas: Síndrome e Insuficiência renal, Nefrectomia, Dislipidemia, Hipercolesterolemia, Hipertrigliceridemia, Diabetes e Pré Diabéticos, Constipação intestinal, Câncer, Obesidade e Sobrepeso, Refluxo Gastresofágico, Gastrite, Esofagite, Deficiências no fígado, conforme Tabela 3.

Outras patologias, em menores casos, também foram atendidas: Mielomeningoceli, Escherichia coli, Ingestão de substância Corrosiva Acidental, Paralisia cerebral, Cirrose, Esteatose Hepática, Úlcera, Vegetarianos, Síndrome de Dowm, Cardiopata, Autista, Problemas Respiratórios de Origem Alérgica, Má formação do Esôfago e Intestinos, Restrições Alimentares por Motivos Religiosos, conforme Tabela 3.

TABELA 3

Patologias Diversas em 2015

Patologias Diversas Quantidades aproximadas

Síndrome, Insuficiência renal, Nefrectomia 09 casos

Dislipidemia, Hipercolesterolemia, Hipertrigliceridemia 131 casos

Diabetes e Pré Diabético 28 casos

Constipação Intestinal 15 casos

Câncer 02 casos

Obesidade e Sobrepeso 34 casos

Refluxo, Gastrite, Esofagite 17 casos

Deficiências no Fígado 07 casos

Outras Patologias e Restrições por motivos religiosos 49 casos TOTAL 292 casos

Fonte própria, 2015.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observou-se com esta pesquisa que, a maioria das patologias atendidas nas escolas municipais de Guarulhos em 2015 referem-se às Alergias e Intolerâncias Alimentares.

De acordo com a análise de dados coletados nas escolas e creches municipais da cidade de Guarulhos, observou-se também que, muitas crianças possuem outras patologias importantes como: a má formação de órgãos, paralisias, ingestão de substâncias corrosiva acidental, doenças genéticas e doenças graves adquiridas necessitando, com isso, de diferentes formas de atendimentos e várias maneiras de modificações em suas dietas.

Evidencia-se com esta pesquisa que, o aparecimento de alergias e intolerâncias alimentares às pessoas sensíveis também pode ser manifestado por introdução precoce de alimentos com alto índice de componentes alergênicos ainda nos primeiros meses de vida do indivíduo.

Evidencia-se também que, doenças como: o colesterol acima do normal, a glicemia elevada, a obesidade, podem ter suas origens na alimentação inadequada ou deficiente de nutrientes.

Sendo assim, os Atendimentos Nutricionais realizados nas escolas da rede municipal, fornecidos pelos profissionais nutricionistas juntamente com a colaboração dos professores e cozinheiras das instituições, podem ajudar a diminuir, e/ ou sanar os problemas causados pela má alimentação e nutrição, ensinando ainda os pais a fornecerem um cardápio correto a cada tipo de necessidade e faixa etária da criança e adolescente, bem como orientar e supervisionar todas as ações dos profissionais envolvidos na alimentação escolar.

REFERÊNCIAS

Asaiag, Renata Lima. Alergia Alimentar – Alergo House. O que é alergia alimentar? p. 01, novembro de 2009. Artigo disponível em: www.alergohouse.com.br/blog/vale-a-pena-ler/alergia-alimentar/

Acesso em: 18 de novembro de 2015.

Brasil, Ministério da Saúde - Organização Pan Americana da Saúde. Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 Anos. 1ª Edição, 2ª Reimpressão, p. 36, Editora do Ministério da Saúde, Brasília, DF, 2005. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/1581.pdf Acesso em: 23 de novembro de 2015.

Bricks, Lucia Ferro. Reações Adversas aos Alimentos na Infância: Intolerância e Alergia Alimentar – Atualização, Revisão e Ensaio, ps. 176 a 185, São Paulo, 1994. Artigo disponível em: https://scholar.google.com.br/scholar?q=reações+adversas+aos+alimentos+na+infancia:+intolerancia+e+alergia+alimentar+-+Bricks&hl=pt-BR&as_sdt=0&as Acesso em: 23 de novembro de 2015.

Ferreira, Cristina Targa; Seidman, Ernest. Alergia alimentar: atualização prática do ponto de vista Gastroenterológico. Jornal Pediátrico, Rio de Janeiro, Porto Alegre, volume 83, nº 01, fevereiro 2007. Artigo disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0021-75572007000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Acesso em: 21 de novembro 2015.

Genauer CH, Hammer HF. Maldigestion and malabsorption. In: Feldman M, Friedman LS, Sleisenger MH, eds. Sleisenger & Fordtran's Gastrointestinal and Liver Disease. 9th ed. Philadelphia, Pa: Saunders Elsevier; 2010: chap 101. Lactose Intolerance.

Giugliani, Elsa Regina Justo; Victora, Cesar Gomes. Alimentação Complementar. Jornal de pediatria. Vol. 76, supl. 3 (dez. 2000), p. s253-s262 Artigo de Periódico disponível em: http://hdl.handle.net/10183/54367

Acesso em 21 de novembro de 2015.

Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação-FNDE, Programa Nacional de Alimentação Escola-PNAE. Cartilha Nacional da Alimentação Escolar. “Objetivos e Diretrizes do PNAE”. p.10, 2014. Disponível em: www.fnde.gov.br/...escolar/...escolar.../5169-cartilha-alimentação-escolar...http://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/960.pdf Acesso em 22de novembro de 2015.

Sizer, Frances; Sienkiewicz, Witney; Eleanor Noss. Nutrição: Conceitos e Controvérsias. p. 457, 8ª Edição, tradução: Nelson Gomes de Oliveira, Editora Manole, Barueri, SP, 2003.

“The National Digestive Diseases Information Clearinghouse”. (NDDIC). NIH Publication No. 09-2751. Junho de 2009. Disponível em: http://minhavidasymnav.adam.com/content.aspx? productId=125&pid=69&gid=000276 Acesso em 21 de novembro de 2015.

Tumas, Rosana; Cardoso, Ary Lopes. Como conceituar, diagnosticar e tratar a intolerância à lactose. Resumo ps. 13-20. São Paulo 2014. Artigo disponível em: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3697 Acesso em: 23 de novembro 2015.

Ironi Lirio