Escravos digitais : A relação ser humano e computador

O ambiente digital está cada vez mais presente na vida dos "seres humanos" e das empresas e tudo ou quase, começa a ser tratado para consolidar esta realidade.

Fazendo uma analogia das relações de poder entre dois "sujeitos" contemporâneos um dos quais está se tornando cada vez mais onipresente em nossa vida cotidiana: o "ser humano" e o "computador".

Tendo uma visão da relação do ser humano contemporâneo com o computador. Quem é o mestre nesta relação? - O "ser humano", apressam-se a dizer os novos utopistas da era digital. Será mesmo? Ora, se o computador é um "escravo", então se trata de uma relação mestre-servo, na qual quem detém o poder, indubitavelmente, é o "servo".

Senão, vejamos. Na relação entre dois "sujeitos" tão alienígenas quanto o ser humano e o computador - um, feito de carne e sentimentos; o outro, de metal, silício, plástico e bits - a quem cabe o aprendizado da língua: ao "computador" ou ao "ser"?

Quem sofre as chacotas por não saber falar a língua do outro?

Que tipo de escravo é o computador, se é o usuário("ser") que tem que se deslocar até ele para realizar o trabalho? Nesta relação mestre-escravo, é o escravo quem se desloca ao toque da sineta do mestre, não o contrário. Que tipo de escravo é esse que repousando imóvel sobre a mesa, obriga o mestre à imobilidade?

Na relação mestre-escravo, é o escravo quem destrói o próprio no trabalho duro e insalubre enquanto que o mestre dedica o próprio corpo às atividades prazerosas que escolhe para si. Na relação entre o computador e seres humanos, são os humanos que destroem a coluna vertebral ao permanecerem horas a fio sentados à frente de um monitor que agride os olhos, enquanto os pulsos algemados a um teclado ou mouse são lentamente entrevados pelas síndrome do esforço repetitivo(LER).

Não se trata de preconizar uma espécie de neoludismo, um destruição em massa de computadores em nome da libertação da espécie. Sabemos que computadores não têm consciência agem como feitores a serviço de um senhor oculto. Ou nem tão oculto, basta clicar no menu Ajuda(HELP) e , em seguida em Sobre(ABOUT) para saber o nome.

O que desejam esses senhores da nova economia digital? Apenas lucro? Que outras influências querem exercer sobre o nosso comportamento além de obrigar-nos à insanidade de um consumo permanente de novas tecnologias, novas linguagens, novos produtos?

A relação de tempo e espaço, que sempre estabeleceu parâmetros para o ser humano, está sendo subvertida no universo virtual. No computador, Smartphone e tablet conectados a internet, tudo é onipresente e simultâneo. O mundo, passa a ser, uma tela.

É claro que nem sempre os que trabalham em tecnologia estão descontentes, mas pode acreditar que existem muitos " seres humanos" atormentados, insatisfeitos, paranoicos, sem o minimo de qualidade de vida, sem assistência médica e psicológica, sem hora para dormir, construindo a " economia digital" do futuro.

A tecnologia muda, instantaneamente, mas não a natureza humana - continuamos infelizes,detestáveis, movidos por vaidade e cobiça, fazendo tudo que podemos para avançar, pisando em que está ao nosso lado ou esmagando os fracos e destruindo-se durante o processo. A escravidão voltou, em sua forma eletrônica, com facebook, whatssap, linkeden e etc.

Se há um escravo nesta relação, "ser humano" e "computador"(tecnologia móveis ou não), estejamos certos que o escravo não é o computador, somo nós.

Roberto Capistrano
Enviado por Roberto Capistrano em 19/01/2016
Código do texto: T5516157
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