Construindo o conhecimento (3)

Durante o período da Segunda Guerra as mulheres ocuparam as fabricas enquanto os homens estavam no front de batalhas. Terminada a guerra os homens voltaram aos seus lares e suas casas, e precisavam recuperar suas antigas posições nas fabricas, reocupar seus espaços no mercado de trabalho. Começava uma campanha subliminar da mulher a Rainha do Lar. Com a popularização do aparelho de televisão, muitos filmes e cenas mostravam a mulher como a gestora do lar, administrando afazeres domésticos, e responsáveis pela educação dos filhos, enquanto os homens estavam em suas tarefas laborais.

Uma guerra é produzida com monstros e monstruosidades. Muitos filmes, reportagens e documentários ainda são produzidos até hoje baseados em novos relatos, novas descobertas e novos pontos de vista. Os registros históricos sempre foram a partir da visão dos vencedores, que venciam as batalhas e registravam a historia sob seus pontos de vista. Hoje é possível descobrir e conhecer a visão dos perdedores, que também vem registrando as suas historias sob os seus pontos de vistas.

Cenas de uma família com diversos episódios, histórias e versões, inclusive em desenho animado, com toques de humor, também foram criadas para a televisão. Uma família de monstros, amenizando os monstros e as monstruosidades da guerra, a Família Adans, com Morticia desempenhando o papel da rainha do lar, liderado por um marido rico e apaixonado, que tinha detalhes industriais no pescoço. E alguns outros personagens que mais podiam lembrar ex-combatentes com tiques e toques psicológicos e humorísticos, um especialista em explosivos, um delinquente, como um neurótico do pós-guerra e outro como uma mão mutilada pela falta do corpo.

Aos poucos a mulher vem ocupando o mercado de trabalho com estudo e esforço, mas os arquétipos estão inseridos em suas memórias e seus comportamentos. Mirna Santiago ─ “Construindo o conhecimento (1)”, é descendente de um momento cultural e social do período pós-guerra, com comportamentos e cuidados exigidos e vinculados ao gênero feminino. E como professora pode ter o comportamento da “Tia”, a substituta da professora no final do século passado.

Uma tia com sobrinhos de uma época da implantação do capitalismo ao comando de Tio Patinhas (USA) e Patacônico (URSS), os magnatas das histórias em quadrinhos que promoviam uma guerra fria, sem armas, só com insultos. Controlavam seus sobrinhos de primeira e segunda geração enquanto mulheres sem maridos, idosas (vovó Donalda) e jovens (Margarida e Minie) tomavam conta das casas, das cozinhas e das sobrinhas, talvez seus maridos e irmãos não tenham voltado da guerra.

Enquanto a indústria de entretenimento americana criava personagens com animais domésticos e domesticados, a produção de HQ nacional produzia personagens sujos, descalços e interioranos, que brincavam nas ruas com brinquedos improvisados, pela criatividade e falta de opção para adquirir brinquedos industrializados, uma condição subdesenvolvida.

A turma nacional das HQs foi utilizada na propaganda da doutrina liberal nos anos 1990, destaque prefaciado em “Neoliberalismo, qualidade total e educação” organizado por Gentili e da Silva (Vozes, 2007).

Simone de Beauvoir (1908-1986) viveu a mesma época de Michel Foucault (19261984), e foi casada com Jean-Paul Sartre (1905-1980). Foucault e Sartre foram dois pensadores admirados por Pierre Bourdieu (1930-2002), renomado sociólogo contemporâneo que atribui um fracasso à Simone em sua filosofia. Um fracasso como estratégias de silencio e reconhecimento, um poder simbólico masculino imposto pela filosofia de Sartre (Burawoy, Ed. Unicampi, 2011).

A missão do governo do RN é garantir um ensino publico de qualidade, disse Mª Bernadete diretora presidente da FAPERN (Ciência Sempre Nº 26 nov/dez 2012). O RN já tem uma Lei de Inovação Tecnológica, a Lei 478, assinada por Rosalba Ciarlini. em 27/12/2012 na FAPERN (idem), abrindo novas portas para o investimento.

A partir destas afirmações e posicionamentos, de lideranças femininas, é compreendido que as faculdades particulares devem acompanhar os passos governamentais, para que não desapareçam do mercado.

FIM (3)

Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 09/12/2013

Roberto Cardoso (Maracajá)
Enviado por Roberto Cardoso (Maracajá) em 09/10/2015
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