Gestão da Qualidade e Qualidade da Gestão (Parte 6)

As instituições públicas de fomento e apoio à pesquisa (inclusive FAPERN), já declararam e decretaram uma nova ordem social: O conhecimento deve ser socializado e popularizado, deve sair do circulo fechado de pesquisadores, que publicam suas pesquisas e descobertas através de canais midiáticos científicos, de cientista para cientista, formando um circulo de poder. Agora o conhecimento deve ser publicado em mídias populares e dirigido ao publico em geral, desmitificando a ciência e evitando cientificismos. Globalização mercadológica e globalização do conhecimento. Populariza-se o conhecimento e aumenta-se a capacidade de compreensão do leigo.

As opiniões de Gabriel Chalita (Praiamar Natal Hotel & Convention, em 08/07/13), remeteram algumas vezes ao pensamento do sociólogo frances Pierre Bourdieu, que escreveu um livro e disse que o mesmo era um livro para ser queimado (Homo academicus, 1984.1992 em Paris e 2011 em Florianópolis). Bourdieu expos sua opinião sobre professores universitários que disputam títulos entre si para não perder suas posições, colocam obstáculos de informação e conhecimento para que outros não cheguem a seu lado para disputar uma cadeira ou posição. Chalita com outros argumentos, com comparações aqui e ali fez o mesmo olhar bourdiesiano durante o evento, em relação a atual posição do corpo docente de hoje.

Professores distinguem-se entre si por portadores de títulos de especialistas, mestres e doutores. Uma nova classe vem surgindo e se posicionando recentemente no meio acadêmico, a de pós-doutores. Criando assim mais uma classe de destaque, e mais um degrau a escalar, os símbolos constituídos do conhecimento específico, a escada simbólica do conhecimento e do poder.

Com a popularização do conhecimento e a globalização, os títulos vão perdendo o seu valor, ira valer o conteúdo de cada um. A mercadoria do século é a informação e cada um valerá por seu conteúdo e sua cotação no mercado. Vivemos hoje o exemplo da importação de médicos. Tal como o governo importa produtos para forçar uma baixa de preços no mercado interno, vem importando mão de obra estrangeira para criar um a concorrência no mercado profissional da medicina, provocando baixa nos salários e interesses no mercado de trabalho em atendimento a uma necessidade básica, saúde. Uma relação de custo e beneficio, é preciso sacrificar o profissional de saúde no Brasil, até que o mercado se estabilize.

Mas a regra social e científica de hoje é outra, o conhecimento esta convidado a sair para as ruas ultrapassando os muros universitários. Uma parcela já vem chegando, e outra, muito maior já deveria sair do ambiente universitário através dos projetos de extensão. Um projeto de extensão é a universidade estender seu compromisso social com a sociedade, com a periferia do seu redor. Permitindo ao aluno a pratica dos seus saberes sob um controle e orientação de professores. A pratica antes da formação, uma necessidade dos cursos de pequena duração, os denominados CST.

O mundo esta com uma nova vibração e cabe aos gestores educacionais correr atrás do bonde do tempo, ainda há tempo de montar uma estrutura educacional ao nível do estudante que ingressa em faculdades. Caso contrario, serão atropelados por uma

nova geração de candidatos da geração A, B, C, ... X, Y, ou Z, com HD e processador próprio, dispensando a necessidade de professores. A internet colocou o saber ao alcance de todos, enquanto os aparelhos celulares colocaram o conhecimento na palma da mão. Vivemos hoje uma era imaginada pela ficção científica.

METROPOLITANO

Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 29/09/2013 Roberto Cardoso (Maracajá)

Roberto Cardoso (Maracajá)
Enviado por Roberto Cardoso (Maracajá) em 24/09/2015
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