Fly mIssIng
Com compassos, esquadros e réguas o homem desenhou plantas e planos. Sonhou e imaginou voar, idealizou e construiu aeroplanos. Um brasileiro tornou o sonho uma realidade, diante uma plateia a céu aberto em Paris. Dois irmãos fizeram algo semelhante nos EUA, e os americanos tentaram patentear a invenção e o ineditismo.
A navegação aérea usa cartas e mapas com pontos em coordenadas formadas por linhas cruzadas em eixos, linhas sobre um plano definidas por latitude e longitude. Uma terceira dimensão forma um terceiro eixo, o da altitude, dando uma posição espacial. Três coordenadas dão uma localização no espaço tridimensional, e com uma quarta dimensão ─ o tempo ─ pode-se definir o momento da ocorrência de um evento.
A indústria aeronáutica se beneficia da tecnologia, das criações e inovações, por ser uma atividade que necessita trabalhar com risco zero de acidentes. Um avião de ultima geração é um conjunto monitorado por companhias aéreas e torres de controle de trafego aéreo. É rastreado por alguns fabricantes de suas partes e equipamentos, quer sejam do motor, ou de componentes e instrumentos, em sua envergadura ou fuselagem. Um avião segue seu voo com rota predeterminada, e com uso de pontos magnéticos na superfície terrestre. Além do voo em visual, faz voo por instrumentos utilizando: computadores, rádios, radares e satélites.
Com tantas tecnologias, controles e vigias de aeronaves circulando e circundando a Terra, aviões desaparecem sem deixar vestígios. As comunicações são interrompidas, saem do alcance do visual, desaparecem da tela do radar, perdem contato com satélites e somem sem deixar vestígios. As buscas acontecem enquanto houver esperanças e evidencias. Ficam interrompidas até que surjam novos indícios, então recomeçam novas buscas e novas investigações.
O Brasil não é autossuficiente em pesquisa e tecnologia aeronáutica. Interessados compram aviões de ultima geração com acordos de fabricar e montar outras unidades, nunca chegando a 100% de nacionalização. Resta sempre o conhecimento de um segredo, o pulo do gato. Em acidentes aéreos todas as hipóteses são investigadas: intempéries, falhas humanas e falhas de equipamentos. No século passado muitos aviões e navios desapareceram no Triangulo das Bermudas. Uma época que recursos de navegação, buscas e salvamento eram bem mais restritos. Explicações alienígenas, e amplas áreas a serem vasculhadas justificaram desaparecimentos com ausências de destroços.
Observando a ciência, a história, e a ficção, podemos entender que tudo que é imaginável, um dia se torna possível. Testes e pesquisas de ataque ou defesas cibernéticas. Hipóteses de barreiras elétricas, eletrônicas e magnéticas de alguma origem. Raios e escudos, para proteção e reflexão, criando invisibilidades. Enquanto uma parte da sociedade desfruta do direito à ignorância, outra tem que arcar com o ônus do conhecimento.
Ainda há muito que pesquisar e descobrir, novas ideias e novas dimensões. Descobrir que poderíamos pensar e agir. Enquanto não se descobrem as verdadeiras causas de
acidentes aéreos as culpas são atribuídas a falhas humanas e de equipamentos, que podem sempre ser treinados, aprimorados e melhorados. Acidentes aéreos ainda podem acontecer com céu de brigadeiro, e buscas sem sucesso em mar de almirante.
Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 24/04/2014 Texto escrito para: Informática em Revista – João Pessoa/PB