Águas servidas, aqui, ali e acolá.

Semana da água com abundancia de águas nas serras e baixadas da região sudeste e a falta delas no sertão nordestino. Pesquisas já mostram que o RN é um forte candidato ao processo de desertificação. Fácil de identificar pelo seu litoral de dunas, sal e falésias esfarelentas. Mandacaru já não flora na seca, a asa branca já não volta com os relâmpagos, carcará morreu de fome.

Na semana da água foi o dia de São José, dia que o sertanejo tem como um marco para saber como será o inverno (período de chuvas), o regime de águas servidas pelos céus. Enquanto o sertanejo que tem o dia de São José como marco, os cientistas da meteorologia e climatologia tem como um limite da variação de latitude da ITCZ, a zona intertropical de convergência, uma faixa de atmosfera que divide, separa os dois sistemas de circulação atmosférica, o sistema do hemisfério norte (HN) e o sistema do hemisfério sul (HS). Uma faixa com circulações de ar diferenciadas e confusas do regime observado em cada hemisfério, que por sua vez diferem um do outro com inversões nas direções das correntes atmosféricas, em regiões de altas e baixas pressões.

Contrabandos de águas são flagrados e denunciados na região norte do Brasil, na bacia Amazônica. Desvios de água são encontrados no sertão nordestino. Das águas servidas pelo sistema de abastecimento estadual (RN), agricultores fazem desvios e manobras na rede de tubos para abastecer os seus açudes. Sistemas de distribuição de água que servem aos que dela necessitam para sobreviver, manter o gado e plantações. Municípios estão sem abastecimento e esquecidos em meio a seca que assola o sertão, mata o gado e extermina a plantação.

Enquanto se paga alguns reais em um bar ou restaurante por meio litro de água mineral, menos de meio litro pode custar algumas dezenas de reais por uma água vinda do hemisfério norte. Uma água acrescida de imagens, de ideais, de conceitos e de propriedades, agregando um valor simbólico aos seus pequenos vasilhames importados. Ao passo que as maiores reservas de água potável estão em solo e subsolo brasileiro, mas estas vão se esvaindo no cultivo de flores e frutas, carnes e derivados, para depois seguirem por um transporte aéreo que afeta a camada de ozônio, consumindo toneladas de oxigênio, para que cheguem á mesa do consumidor morador na calota superior do planeta, o mundo dividido em duas metades, a de cima e a de baixo.

A água que é servida á população da capital e da maioria das cidades do interior do RN, é captada e tratada pela companhia estadual de águas, que depois de utilizada, consumida e agregada de sujeiras e poluentes também é chamada de água servida, aquela que já serviu a alguém ou a um propósito, já serviu e não se presta mais ao consumo. .Uma “água ‘servida”, mas que não serve mais para ser consumida.

Tecnologias criadas e produzidas por países do primeiro mundo, os chamados desenvolvidos, tem afirmado e demonstrado que estas águas utilizadas, as “águas servidas” ainda podem ser reutilizadas na agricultura, restando saber se ele o “primeiro

mundo” como consumidor de produtos agropecuários irá aceitar a compra da produção irrigada com estas águas.

A qualidade das águas servidas pela companhia estadual de águas do RN tem sempre uma origem, tratamento, armazenagem e distribuição em condição duvidosa; já que existem diversos poços de captação além das águas provindas de rios e mananciais. Oferecendo uma água de diversas origens não podemos considerar uma qualidade padronizada e fiscalizada, nem tão pouco que todas as águas sejam analisadas, cabendo ao consumidor desconfiar e analisar.

Interessante seria que a empresa de águas do RN se dividisse em duas para que não haja duvida quanto a água servida que ela dispõe, ou repõe, distribui ou coleta.

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Parnamirim/RN - 25/03/2013 Roberto Cardoso (Maracajá)

Cientista Social Jornalista Científico

ócio Efetivo do IHGRN (Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte)

Roberto Cardoso (Maracajá)
Enviado por Roberto Cardoso (Maracajá) em 07/08/2015
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