Os Alquimistas tem o seu tempo agora! Tudo sobre.

ATENÇÃO! Vou postar este artigo aos poucos porque estou cansada e febril, a mardita gripe me pegou de jeito, das calcinhas ao nariz, socorro! (risos ) e por isso vou fazer a medida que puder - com febre, ai...espero que me perdoem queridinhos... )! Beijinhos na bôca pra todos, miau! - Jú, gripada...


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OS ALQUIMISTAS esperavam o canto do cisne de suas obras de cunho filosófico-químico ( para nós deveria ser assim... ) e manejavam sem critério ou com algum conhecimento vago, antigas técnicas de manipulação da matéria ordinária, hoje esquecidas, e que conjugava uma ciência esotérica e simbólica complexa. De seus laboratórios (?) que eram denominados de antro, alcova do sábio ou "ministério" reservado saíam elementos químicos novos ou perigosos demais, e compreendiam bem os processos básicos de cocção, humidificação, destilação, vários processos de dessecamento, calor controlado ( muito primitivamente, diga-se de passagem ) e outros tantos processos químicos conhecidos somente agora. E na atual conceituação da química isso equivale a agir sobre os elementos, a matéria em si e outros fenômenos físicos mensuráveis pela tecnologia atualmente. Com isso eles ( os alquimistas, alfarrabistas, curtidores de couro, boticários e as guildas medievais de tecelagem ou de tingimento de tecidos, entre outros que lidavam com substâncias químicas ) procediam a fazer "experimentos" ora sofisticados, ora empiricamente corretos. De seus altanores foi revelado o fósforo, o cálcio, o enxofre puro, cádmio, nitratos e centenas de elementos químicos hoje usados pela indústria e devemos a eles o conhecimento mínimo de extraí-los in natura.

As necessidades básicas de um alquimista medieval conhecido foram se elevando do moral filosoficamente falando para o necessário prático, ou seja, de seus cadinhos tiveram a noção de que os elementos poderiam (!) ser transformados em outros, cuidando-se do nível em que os elementos fossem regiamente controlados por seus esforços em quantificar e deduzir como fazê-lo, após séculos de empirismo ou pré-conhecimento disso. Afirmavam depois que um processo assim garantiria a transformação do metal inerte, impuro e pobre de utilização em algo sublime e mais vantajoso - ouro e prata seriam o ideal nobre que posteriormente, depois de 1200 d.C em diante, dariam ensejo aos reis e aristocratas obterem lucro, poder e riqueza. A ambição cedeu lugar ao infame propósito de buscar a filosofia alquímica entre reinos e lugares fabulosos, tudo para alcançar o máximo de sabedoria sobre essa transmutação exigida - se pensarmos bem, este era o quanto a mentalidade medieval era distorcida pelo poder temporal e religioso da época...
Porém os recursos escassos de conhecimento e escritos ( árabes, gregos e romanos ) sobre a possibilidade de mudar um elemento empobrecido ( sic ) em elemento nobre não permitiam obrar-se nesse sentido. Isso, apesar da biblioteca de Alexandria, vem desde a Grécia antiga quando se relegavam tudo conhecido a quatro elementos "ocultáveis e com diversas "funções na realidade" - divinos, infernais, etéreos e terrestres; e destes quatro ( ar, fogo, água e terra ) havia a possibilidade da matéria ser difusa, mágica ou meramente coisa dos deuses, por isso transformáveis e bens permutáveis. Entretanto os gregos sabiam de química apenas o bastante para criarem o fogo grego ( famosa arma de destruição de esquadras que não sabemos ainda como era feita! ) e inovaram no tingimento dos tecidos e auxílio farmacêutico em campos de batalha, e tambem em certos aspectos filosóficos e fatos históricos importantes evoluiram muito! E tinham o conhecimento quase perfeito da origem da matéria comum, coagulante e, mesclável ou não, a outro tipo de matéria, tanto que pensaram na composição última da própria matéria: os átomos! Leucipo e Tales de MIleto foram os precursores da idéia da circunferência da Terra e de que a extensão da matéria em sua continuidade no espaço está em outro sentido ou plano metafísico diferenciado e que deveria ser composto de pequenas partículas "indivisíveis" e menores ainda, ou seja, os átomos, os quais devem à sua existência a um plano matemático acessível aos deuses e são a composição inferior de toda matéria - e aos homens não era permitido alcançar essa realidade divinizada. A ilusão das coisas se faziam sentir por serem ilusórias em si e a relidade toda seria composta de átomos que dão a ilusão de continuidade mundana. Assim se pensava e tais afirmações foram esquecidas pelo tempo, mas não pelos alquimistas posteriores! Passaram a ser, juntos com escritos herméticos e ciÊncia do egípcios, parte dos canônes da Alquimia generalizada de então.

A "arte" que diziam ser a de um  ferreiro menor, ao transmutar um elemento em outro e moldá-lo aquém da metafísica, parecia ser e a ter impossibilidades práticas desde os tempos de Roma ( apesar dos indícios estranhos de que o PLÁSTICO como conhecemos acidentalmente foi inventado no tempo de Nero e este ignorou o que um sábio lhe mostrou : um copo inquebrável e de vidro mineral flexível, indeformável! Ignora-se se a história toda foi assim, mas este fato foi registrado pelos escritores da época )! E os alquimistas provieram, desde tempos remotos, do Oriente para o Ocidente e são reconhecidos pelos registros históricos que são quase falhos de todos os povos - dos chineses ao persas - e teimaram em concluir que a transmutação seria um fato na natureza, mas de natureza regiamente divina ou algo assim. Isso deu origem a idéias, conceitos, dogmas falíveis e um esoterismo todo próprio na Alquimia. Deu origem a incessantes informações de descobertas e apoio físico entre os sábios da "arte" sobre o fato em si. Mas a maioria dos alquimistas antigos perambularam pelo terreno errado e aprendiam no tentativa e erro. Suas manipulações laboratoriais eram não muito práticas mas deram origem, com o tempo e com muito empirismo envolvido, aos processos químicos das industrias atuais. A extração e pureza do material realmente importavam, daí que inventaram a pólvora ( como exemplo ) e outras coisas com elementos puros e inovadores.

A idéia não era má. Entretanto o curso da História provou que os alquimistas realmente procuravam ir além da mera transmutação elementar ou riqueza incomum. Talvez os esforços materiais empobrecessem suas posses e isso teria dado vazão ao conceito da transmutação enriquecedora do próprio alquimista num ser mais perfeito, imortal e amoral! E há o fato das ciências dualistas ( opostos ) que ocorreu a eles no seu devido tempo - dividir a nobre "arte" antiga em duas vertentes: a Obra Menor e a Opus Magna ( obra maior, a mais perfeita ), cujas ideações elevaram a Alquimia ao patamar do burlesco, da fantasia, do hermetismo ( sobre Hermes é outra história... ) e do simbolismo complexo que levaria ao término inglório de suas façanhas. A Heráldica, o Tarot, a Arquitetura, os Signos e todo um universo de ciências antigas ou peculiares provieram desse longo evoluir da Alquimia na Idade Média. E deram razão para que se acreditasse que os alquimistas realmente conseguiram alguma coisa real. 

O seu intenso simbolismo oculto, em gravuras e pergaminhos antigos, evidenciavam a preocupação pelo mistério que tinha de ser velado ao olhos do público, pois essas revelações, se fossem mais claras, levariam seu autor à Inquisição ou perseguição das autoridades. Por isso que tudo que conhecemos dos alquimistas parece ( parece... ) ser uma algaravia de impossibilidades, segredos arcanos ou continham mitologia própria. Tiveram de esconder, pois de uma hora para outra os alquimistas poderiam ter tido um relativo sucesso no intento, sob os olhares das autoridades e governos. Mas transmutar chumbo em ouro era somente uma alegoria posterior ou fato misterioso revelador. Atualmente essa façanha aqui só seria possível ao nível atômico mais elevado dos reatores nucleares ou na fusão do Sol - fatos hoje reconhecidos pela ciência, assim como a transmutação de Urânio em chumbo após séculos de ( degradação ) da radiação emitida! Já em ouro seria mera questão de troca entre partes peculiares dos átomos envolvidos! E sabemos disso em laboratórios modernos! Os alquimistas estavam certos sobre essas certas possibilidades da matéria física e poderiam ter ido além disso...

Contudo sabemos pouco sobre essas artes alquímicas de alto nível. A Obra Menor diria respeito ao pouco que se obtem com a regeneração dos compostos, da água régia, do licôr afrodisíaco e outros elementos talvez úteis ao universo pessoal do alquimista, para render dinheiro ou alçar a fama entre os reis ou príncipes que podiam pagar por esses feitos tão comuns. Já a Grande Obra era destinada aos maiores alquimistas veteranos, os que tinham tempo e dinheiro para financiar a maior de todas conquistas: a fabricação de metais nobres, fazer quimeras animais ( homúnculos e assim por diante ), a pedra filosofal, o elixir da juventude, reconhecer a quinta essência e mudar a si mesmo, divina e humanamente! A Opus Magna era reservada para a maior de todas inovações e para quem desejasse levar ao termo ( com paciente e sofrido labor do dia-a-dia! ) a Alquimia verdadeira. Consta que os egípcios seriam capazes da façanha da Grande Obra desde os tempos de Ramsés I!

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Pausa para uma lista de coisas que pesquisamos, e do quanto os alquimistas almejavam de vez, até o último conhecido deles pela História - e depois vou explicar cada uma delas, apenas segue aqui uma palhinha de minha continuação posterior...

A Pistola FIlosófica ( a arma que paralisa mas não mata jamais )
Homúnculos ( seres artificiais ) - "a fria semente e a quente umidade"
Quimeras vivas  ( animais fabulosos criados com partes de seres vivos )
Pedra Filsofal ( a consequência máxiima da Obra Maior, origem de tudo )
O Atanor Indestrutível ( peça laboratorial que jamais quebraria
Campo de Força ( me lembro com o outro nome original, mas vai esse... )
Elixir Afrodisíaco Inacabável (!) - trazer amor e benefícios amorosos eternos
O Doce Eterno ( alimento ou tempero imperecível )
Pedra Vermelha ( regÊncia do Ouro Alquímico )
A Imortalidade ( dizem que Conde de Saint Germain a adquiriu no séc. 18 )
Ouro Alquímico ( o ápice da transmutação com 101 % de pureza! )
Panacéia Universal ( cura de todas as doenças e males da melancolia )
Água Régia Inclemente ( ácido infinito que dissolveria até ao centro da Terra )
Água ou Elixir da Vida ( rejunescedor, digamos, celular ou algo assim )
Quinta Essência ( o supra sumo da matéria, moldável e mutável )
Elementais Controlados ( por intermédio de plantas noctívagas, lunares )
Invocação de elementais auxiliares ( ondinas, sílfides, fadas, etc )
Som Inaudível ( "falar sem ser ouvido, ouvir sem estar presente" )
A "Riqueza do Gênio" (? a pesquisarmos... )
Transmutação da Alma ( própria da manifestação da Pedra Filosofal )
Sôro da Virilidade - dá ao homem entre 50 a 150 anos a vivrilidade sexual total
"Sopro Divino" (!) - que ressuscitaria os aparantemente mortos!
Invisibilidade ou capa de intagibilidade ( óbvio... )
O Vôo da Vassoura ( mais pra bruxaria, porém de início não foi assim )
A Cornúcópia dos Mil Talentos ( O Talento era moeda corrente na Europa )
Escrita Invisível ou automática
A Bipartidariedade (!) ou bilocação
OnisciÊncia ( o esperado quando da imortalidade unida à eterna juventude )
O Espelho Negro ( ver passado, futuro, reconhecer a psiquê de si mesmo )
Rejuvenescimento Eterno ( ao despertar da pedra filosofal em sua virtude )
A Sabedoria dos Séculos - conhecimento enciclopédico do mundo!
Transmutação da Natureza ( gerar abóboras em árvores, etc... )
O Pote de Ouro Abraxas - que em tudo contém e que em si nada conterá...
O Despertar do Mundo (?  Ainda a pesquisar...)
Fogo Grego que não se apaga - arma de destruição naval
Curativo de Queimados ( evitaria queimar-se no fogo )
Digestor da Peste ( eliminaria as chagas da peste bubônica e a curava... )
Carta do Anjo ( comunicação com entidades do mundo paralelo, algo assim )
Fecho de Pandora - fechadura inquebrantável para conter o mal encarnado
Grilhão de Azrael ( Azrael é um demônio efêmero da mitologia hebraica )
Um Golem ( ser inamimado ideal em forma humana que receberia ordens ) 
As Setes Cordas da Lira de Apolo ( "música das esferas" )
A lança de Merlin - cajado que se molda em outras formas.
Espelho Solar Infinito ( usado por arquimedes no cerco de Siracusa... )
Dissolvente Universal - para dissolver pedra e torná-la manuseável (!)
O Cálice Transmontano - para o vinho jamais azedar na ausência do rei
Fluido inconsumível - óleo carburante para velas, auto-suficiente e inesgotável
Fonte da Juventude / para banhar-se a cada dois anos para rejuvenescimento
Efusão Mandrágora ( da planta que grita, que evocaria anjos e festividades ) 
Pó de projeção - décima parte da Filosofal , grão menor que transmuta metais
Terrae Ignis Homogenea - o caos da matéria do início da criação da Terra
Lamparina da Luz Eterna - feita de pavio e óleo inconsumível = a lâmpada!

N. A. - E a maioria nem sequer é uma invençao posterior medieval ou seriam apenas interessantes suposições alquimistas da época - entre períodos dos anos de 900 a 1698 d. C.!
( continua... )

Snif... - Jú em resfriado...
Um desenho aqui pra variar e mostrar o que UMA alquimista ( rs! ) desejaria ao despertar num mundo perfeito, hedonista e por intermédio da Quintessência da Pedra Vermerha, antes do melhor da Filosofal...veja aí abaixo a figura...