Palavras mágicas

Não gosto de usar palavras mágicas, acho que confundem mais do que esclarecem, explicarei:

Gosto de dizer, por exemplo, que atividades aeróbias, como correr, causam alto astral. A conclusão, embora subjetiva, me é bastante óbvia, e, no entanto desagrada muita gente que prefere acreditar em algo como: atividades aeróbias, como correr, causam descargas de endorfina, que geram a sensação de prazer.

Sei, por experiência, que as atividades aeróbias induzem o alto astral; não tenho ideia, no entanto, de como ocorre o acompanhamento bioquímico desse evento, muito menos das relações causais envolvidas nas complexas cadeias de reações desencadeadas durante a prática de atividades aeróbias. Percebo estar na moda, atualmente, a referência a palavras mágicas como: endorfina, serotonina, dopamina e outras. Estranhamente, a introdução de tais termos tende a dar credibilidade às afirmações, tornando-as científicas (estranha a concepção popular de ciência). Prefiro francamente o uso da racionalidade ao de palavras mágicas que, a meu ver, nada esclarecem, e só confundem.

Também acredito que qualquer dia essas palavras mágicas sairão de moda dando lugar a outras análogas. Tenho certeza que correr causa alto astral; não apostaria grande coisa na crença de que a endorfina seja A RESPONSÁVEL pela sensação de prazer, qualquer dia ela talvez se torne um termo coadjuvante em uma reação química associada ao prazer. O papel das palavras mágicas é invocar a autoridade e obscurecer a razão.