EUCALIPTO: UM ESTRANGEIRO BEM COMPORTADO CONTRIBUINDO COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA INDÚSTRIA DE PAPEL E CELULOSE NO BRASIL.

No Brasil, maior produtor mundial de fibra curta, o papel e a celulose provém 100% de plantações florestais, 74% de eucalipto. Por sua capacidade de adaptação, rápido crescimento, elevada produtividade e inúmeras aplicações, o eucalipto é importantíssimo.

É plantado nos cinco continentes e em todo Brasil onde cresce 35 m3/ha/ano e é colhido em 6-7 anos. A pesquisa nacional, especialmente, em melhoramento genético e silvicultura clonal, propicia em algumas regiões, produções de 50 m3/ha/ano, havendo registros de até 70 m3/ha/ano.

O eucalipto está em nosso cotidiano como: roupas, pneus, filmes, tintas, medicamentos, alimentos, componentes eletrônicos, carvão, móveis, brinquedos, remédios, produtos de higiene e limpeza, postes, madeiramento, etc.. É também, energia para empresas siderúrgicas, de papel e celulose, entre outras, e; será, certamente, o carro chefe da Rede Nacional de Florestas Energéticas a ser construída pela Embrapa Florestas e Instituto de Pesquisa Florestal – IPEF dentro do Plano Nacional de Agroenergia. Apesar disso, tem sofrido muita resistência. Há quem diga, por dizer, que ele seca a terra, afasta os animais, deixa o solo fraco, é coisa de latifundiário e ocasiona desemprego.

Na verdade, o modelo inicial de plantação transformava-a em “exploração prepotente e arrogante”. O aprendizado contínuo e as pressões legítimas em defesa do meio ambiente e das minorias contribuíram para a certificação de quase todas as grandes empresas. O setor é hoje: moderno (técnica e gerencialmente) e produz parte da matéria-prima em pequenas e médias propriedades em programas de “fomento florestal” que ocupando áreas impróprias para agricultura ou usando sistemas agrossilvipastoris mantêm as atividades agrícolas e/ou pecuárias (curto prazo), produzindo madeira para energia e/ou celulose aos sete anos (médio prazo) e garantindo uma poupança verde em torno do vigésimo ano (longo prazo) quando o produtor utilizará árvores selecionadas para produção de madeira para serrarias e movelarias.

Resumindo: o eucalipto não é uma “espécie exótica qualquer”. Ele contribui para geração de empregos, impostos e divisas. Plantar eucalipto respeitando as regras ambientais e tecnológicas é rentável, auxilia na inclusão social, sequestra carbono e despressiona as florestas naturais.

Moacir José Sales Medrado

Engenheiro-agrônomo; Investigador Científico e Chefe Geral da Embrapa Florestas; CREA CE – 1.742–D; medrado@cnpf.embrapa.br