A Relatividade segundo Einstein
De Galileu a Newton considerou-se que o Movimento (a Mudança do Ponto A para o Ponto B) seria um Acontecimento que só poderia ser percebido através da comparação do mesmo com o Espaço e o Tempo, haja vista que esses dois últimos seriam os únicos parâmetros Absolutos, ou seja, fixos, imutáveis, do Universo.
Porém, para Einstein, ocorre justamente o oposto, já que o Espaço e o Tempo é que são percebidos apenas pelo fato do Acontecimento ter existido.
Logo, os Acontecimentos é que são, realmente, Absolutos, ou verdadeiros, enquanto que o Tempo e o Espaço não passariam de grandezas Relativas.
Á título de melhor esclarecimento, vejamos o seguinte exemplo:
Um assalto à mão armada (ou seja, um Acontecimento) aconteceu ontem (ou seja, Tempo) na Avenida Paulista (ou seja, Espaço).
Note-se que o que existiu de real, concreto, físico foi o Acontecimento, que também poderia ter ocorrido “há dois minutos e na Avenida Angélica”. Ou seja, noutro Tempo e noutro Espaço.
Portanto, para serem percebidos ou captados o Espaço e o Tempo é que “dependem” do Acontecimento e, por isso, são Relativos a ele.
De acordo com sua ortodoxia catedrática, Einstein rejeitava qualquer Metafísica, ou seja, qualquer coisa Sobrenatural. Segundo seu entendimento, existe apenas uma Realidade. A Realidade Física Material que a Ciência (tradicional, positiva) descreve, mostra. A Realidade que nos captamos através dos nossos Sentidos (tato, visão, audição, paladar e olfato).
Mesmo que esse fato implicasse certa contradição, pois num primeiro momento essa Realidade é Relativa, haja vista que ela depende do ponto de vista, da perspectiva em que a percebemos. Porém, como ela é a única que nós conseguimos captar, num segundo instante ela passa a ser Absoluta, ou Verdadeira.
Assim, Relatividade de Einstein difere-se do Relativismo Filosófico Tradicional na medida em que este afirma que o “Conhecimento” é Relativo por não conseguir alcançar o Absoluto.
Mas o que seria esse “Absoluto” para Einstein?
Nada além da já citada Realidade Física, Concreta, Material, captável pelos nossos Sentidos e compreensível pelo nosso Raciocínio, ainda que essa compreensão total e plena demore gerações e gerações de estudiosos para acontecer.
Produzido por TAÍS ALBUQUERQUE, no Outono do Rio de Janeiro.
Fonte de Pesquisa – Filosofia Sem Mistérios – Dicionário Sintético, de Fabio Renato Villela, pela Editora Seven System Internacional.