PROJETO VIDA: NA INTIMIDADE DO "BIOMA" CELULAR
Toda célula é um íntimo "universo industrial" altamente "informatizado".
Desde a chegada do "projeto genoma", a ciência biológica nos deu seu fundamental "start" ao conhecimento , ainda que inicial, do cerne da engenharia celular e do seu fundamental comando gênico na complexidade do nosso "projeto vida".
Assim, ao chegarmos na intimidade da estrutura e do funcionamento gênico, passamos a compreender melhor os processos vitais do nosso "bioma" humano, um conjunto altamente especializado e integrado de vários tecidos de diferentes funcionalidades celulares, que nada mais é do que a resultante biológica de vários comandos sinalizados em expressões biomoleculares complexas, programados em "softwares gênicos", estruturalmente instalados nos nossos cromossomas, comandos esses pré, auto e até reprogramáveis, para a confecção da receita do nosso bolo que denominamos "bios", numa complexa inter-relação de vida, de regeneração e de morte celular.
Para trazermos o entendimento da intimidade celular à luz da nossa vida humana, basta imaginarmos que o nosso corpo é qual um "hardware" biológico que poderíamos analogicamente denominá-lo de "bioma celular" , aonde várias reações bioquímicas de comando gênico são responsáveis pela inibição ou pela facilitação dos processos de saúde e doença.
É impressionante a contribuição que o conhecimento da intimidade da vida celular trouxe às atuais ciências médicas.
Cada célula é um universo programado sujeito à biotransformação do seu meio intrínseco e extrínseco, ou seja, um mundo ao alcance das modificações do próprio Homem, enquanto "ser científico" sempre em busca de novos conhecimentos.
Hoje, com o advento da engenharia genética e do início do entendimento de vários e complexos processos da "biologia molecular", começamos a melhor entender a intimidade oculta de muitas doenças já na sua precoce gênese celular, mesmo antes de sua expressão genética "fenotípica", ou seja, antes mesmo que os agravos das doenças se consolidem no status de saúde das pessoas.
Apesar de "totipotentes", fato é que nenhuma célula sobrevive sózinha, todas estão inter- relacionadas em diversos tecidos, eis o grande mistério íntimo da "coexistencia" organizada para a manutenção da qualidade da vida.
Assim, no laboratório, através do estudo das sinalizações enzimáticas, neurohumorais e imunológicas e das suas consequentes expressões na intimidade do universo intra e intercelular, hoje, já podemos instigar ou anular os "softwares gênicos" adquirir conhecimentos "chaves" e aos poucos transladá-los do mundo experimental à prática clínica.
É também a chamada prática de ciência translacional.
É assim que avançamos nas evidências e nos conhecimentos das doenças que mais nos afetam no mundo moderno, como se fôssemos nós um bolo fermentando em meio adverso, a nos desenformarmos em doenças ou saúde, depois dum comando ao forno industrial altamente informatizado.
É desta forma que hoje entramos na intimidade dos tecidos, a inibirmos ou estimularmos determinada sinalização bioquímica para estudarmos o funcionamento íntimo, o código "construtor e gestor", o controle genético das doenças.
É assim que, já num futuro bem próximo, poderemos predizer, tratar e evitar uma maior predisposição sinalizada para, por exemplo, diversos tumores de incidência familiar, doenças vasculares como a aterosclerose que tantos agravos de morte vem causando no mundo moderno, para as demências como a tão incidente demência de Alzheimer, e para outras tantas doenças degenerativas prevalentes que nos pontuam com velocidade crescente em virtude do envelhecimento populacional, como são as doenças autoimunológicas, a artrose universal, a hipertensão arterial, as doenças metabólicas e dislipidêmicas, a obesidade, a resistência insulínica e o Diabetes Mellitus.
Sem o atual conhecimento da intimidade celular jamais poderíamos chegar no atual status de conhecimento biomolecular imunológico que nos permite a sinalização adequada para adentrarmos o mundo dos transplantes, da terapia gênica e da terapia com células tronco, todos visualizando a reconstrução e a funcionalidade dos tecidos e órgãos.
Vale ressaltar que, a despeito de cada célula ser um universo único e íntimo a nos parecer um tanto distante da nossa vida cotidiana, saibam, temos participação decisiva e fundamental no funcionamento dos nossos "sistemas" de amplos e complexos "softwares gênicos".
Holísticamente há os que estudam o processo "saúde" de formas mais ampliadas e acreditam até na influência das energias "espirituais" no funcionamento da energia celular.
SAÚDE, PORTANTO, DEFINIDA COMO "O BEM ESTAR FÍSICO, PSIQUÍCO, SOCIAL, E ESPIRITUAL", toda ela embasada fundalmentalmente na saúde celular, enfim, considerando a célula como um "radar" que capta todas as energias dos diversos "meios".
Está também nas nossas mãos, portanto, a promoção e a manutenção dum estilo de vida saudável a fazer prevalecer a melhor sinalização gênica para a saúde do nosso "Bioma celular" e assim qualificar cada vez melhor o nosso tão valoroso "projeto vida".
Um projeto que não tem preço.
Nota:
Este presente texto de minha autoria não tem referência bibliográfica.