A FRAUDE DARWIN E SEUS ASSECLAS (NIETZSCHE Vs DARWIN)
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A rinha dos garnizés: Nietzche vs Darwin
Publicado em Artigos da Montfort (www.montfort.org.br)
André Roncolato Siano
“Viva,
probos ingleses,
“Viva, probos ingleses,
A vosso Darwin, viva, que ele vos entenda
Muito bem, tanto quanto seu gado!
Vós honrais justamente, ingleses,
vosso Darwin elevado, ele entende
pouco mais do que criação de gado.
Porém – como Goethe o colocar
Isso é a majestade lesar
Majestatem genii!”
[NIETZSCHE, F.W. Fragmentos póstumos [46]
outono de 1884 –KSA 11.318 in Frezzatti, 2010]
Comecemos o texto logo com alguns ajustes, para que as coisas fiquem bem claras. Evidente que falo da transparência das ideias e não das claras de ovo. Mesmo que o artigo trate de galináceos. Aqui mais uma definição se faz necessária: os galináceos de que falaremos aqui no texto são metafóricos. E, sendo assim, isso nos poupará que o Greenpeace interrompa seu tour marítimo pelo mundo, que consome algumas centenas de toneladas de diesel – poluindo “a valer” – e resolva nos fazer perseguição. Mas, falava dos galináceos. Aqueles metafóricos do nosso artigo: Darwin e Nietzsche. Nossos protagonistas são dois garnisés do materialismo que colocaremos numa rinha.
Os leitores devem saber que o galo garnisé é um galispo bem miúdo e enfezadinho: o que lhe falta em tamanho lhe sobra em descompostura. Dizem que a raça é da Inglaterra, o que, do ponto de vista de nosso assunto, é bem sugestivo. Até aqui, mais uma explicação galinacífera. Explicação esta que deve explicação aos Galliformes e aos ingleses. O símbolo do galo é sem dúvida de grande nobreza. O galo anuncia a chegada do dia, o nascer do sol que ilumina e aquece. Luz que pode ser entendida como símbolo da verdade, ou seja, símbolo das boas ideias que movem nosso intelecto ao que é reto e verdadeiro, e conhecendo o Sumo Bem, Deus, que é simbolizado pelo sol, nossa vontade é aquecida para que pratiquemos o calor da caridade. Como a exemplo de São Thomas More, santo inglês. Assim, esta é a explicação a ser dada: apesar das circunstâncias do texto, nosso objetivo não é depreciar a imagem dos galos e muito menos dos ingleses. Podemos ir ao que interessa: a rinha de Darwin e Nietzsche.
É interessante notar que as esporadas nietzschianas contra o darwinismo, ou seja, contra a evolução[1], foram recolhidas em um número considerável de fragmentos póstumos de Nietzsche, que os fez como anotações e meditações sobre o assunto. Não que concordemos com a filosofia péssima de Nietzsche, pelo contrário, mas só esse fato mostra as grandes contradições que existem entre os sistemas materialistas e que, hoje em dia, são completamente desprezadas pelo ateísmo irracional e militante. De qualquer forma, apenas colocaremos os dois garnisés para brigar. Assim se poderá ver que os sistemas darwinistas e nietzschianos são contraditórios, o que não impede aos ateus e materialistas de aceitarem em suas cabeças, ao mesmo tempo, as duas idéias, sem remorso e defenderem simultaneamente os dois, sem lhes causar indisposição cerebral. E ainda se arrogam “pensadores”…
Esses fragmentos permitem-nos ainda inferir que até um filósofo de tão perniciosas ideias, como Nietzsche, sabia que o darwinismo era um sistema explicitamente contraditório e exigiria para sua adesão uma crença irracional. Escreve Nietzsche ao tratar dos princípios da teoria da evolução darwiniana:
“Mesmo Kant não ultrapassou a contradictio in adjecto[2](…)”
[NIETZSCHE, F.W. Fragmentos póstumos [73] abril-junho 1885 –KSA 11.442 in Frezzatti, 2010]
Temos: como um animal que é pode estar em evolução? Ou seja, se está em evolução contínua para outra espécie, o animal não pode ser o que é e sim é de fato seu devir. Nietzsche mostra sem rodeios que há clara contradição nos princípios da teoria darwiniana.
Além da contradição notada, o garnisé alemão disfere uma bicada no olho de Darwin, debochando da impossibilidade de experimentação da evolução:
A era dos experimentos! As afirmações de Darwin estão por provar — por meio de experiências! Do mesmo modo, o surgimento dos organismos superiores a partir dos inferiores. Deve-se conduzir experiências há milhares de anos! Educar macacos em homens!
[NIETZSCHE, F.W. Fragmentos póstumos [177] outono de 1881 –KSA 9.508 in Frezzatti, 2010 – destaque nosso]
Devemos reconhecer que esta afirmação violenta e debochada, do insuspeito Nietzsche, deixa os materialistas numa situação bem desagradável. Ora, os católicos normalmente são criticados violentamente, quando negam a teoria evolutiva, sob a injusta afirmação de que o fazemos por preconceito religioso. Somos para eles cegos fanáticos, não obstante os sólidos argumentos. O que dirão, portanto, das afirmações nietzschianas? Nietzsche que é o arauto do ateísmo e da visão iluminada e pensante – deve-se ler com ironia – de nosso século high-tech. O que dirão?
É bem aceita a impossibilidade de observação da evolução no tempo. E também são inexistentes os fósseis intermediários entre uma espécie e outra. Ou seja, fósseis intermédios que mostrassem todas as pequenas modificações, até se chegar de uma espécie a outra determinada espécie[3]. Deveriam existir abundantes fósseis de todas as etapas, com as supostas pequenas alterações, do animal que evolui, para o animal evoluído. Mas o que existe é mera inferência a partir de um falso princípio, que a cada dia se mostra mais frágil à luz das novas descobertas, como aquela dos sistemas complexos que não podem ter aparecido de maneira gradual.
Já fica bem claro que os dois não se bicam.
– a utilidade de um órgão não explica sua formação, pelo contrário! na maior parte do tempo, durante o qual uma característica se forma, esta não conserva o indivíduo nem lhe é útil, muito pouco na luta com as circunstâncias exteriores e com os inimigos.
– o que é afinal “útil”? Deve-se perguntar “útil em respeito a quê?”. Por exemplo, o que é útil à duração do indivíduo poderia ser desfavorável à sua força e ao seu esplendor; o que conserva o indivíduo poderia, ao mesmo tempo, fixá-lo e imobilizá-lo no desenvolvimento. Por outro lado, uma carência, uma degeneração pode ser de elevada utilidade, contanto que atue como estimulante para outros órgãos. Da mesma forma, uma situação desesperadora pode ser uma condição de existência, contanto que ela reduza o indivíduo na extensão em que ele se conserve intacto e não se desperdice.
[NIETZSCHE, F.W. Fragmentos póstumos [177] fim de 1886 – KSA 12.304 in Frezzatti, 2010 – destaque nosso]
A afirmação anterior não foi tirada de um compêndio católico. Acreditem leitores, todas essas letras saíram da pena de Niezstche. Assim, deste jeito, umas após as outras. Os darwinistas de plantão já levantam a voz contra NIETZSCHE, dizendo-lhe que essa expressão “utilidade” nada tem haver com o conceito darwiniano. Pois, para Darwin, todas as características existentes em uma espécie são úteis, visto que, se existem nele, é porque o favoreceram e assim essas características foram transmitidas aos descendentes. Ora, nestes termos, Nietzsche argumenta que:
“Que as espécies constituam um progresso é a afirmação mais insensata do mundo: por enquanto, elas constituem um nível, – que os organismos superiores se desenvolveram desde os inferiores, não foi até agora atestado por nenhum caso – eu vejo que os inferiores são preponderantes pela quantidade, pela prudência, pela astúcia – eu não vejo como uma mudança casual propicie uma vantagem, ao menos não por um tempo tão longo, isso seria novamente um motivo para explicar por que uma mudança casual tornou-se tão forte – ”
[NIETZSCHE, F.W. Fragmentos póstumos [123] primavera 1888 – KSA 13.303 in Frezzatti, 2010 – destaque nosso]
Concluindo das consequências a que leva a argumentação de Nietzsche, a esporada que fez nosso Darwin cambalear para fora do círculo, agora, é nos efeitos acumulativos das pequenas mutações, e no próprio sentido de “evolução” (desenvolvimento de um ser do menos complexo para o mais complexo) que nosso garnisé menciona com o termo de época “progressão”. Ele afirma, contra os darwinistas – que nesta altura devem estar suficientemente irritados – que as pequenas mudanças não seriam cumulativas visto que seriam sempre diluídas e condenadas à inexistência em face às características estabelecidas na espécie. Sempre o que já está estabelecido na espécie é o que há de permanecer. Ora, isso é a consequência da afirmação nietzschiana, não obstante a Nietzsche, ao seu modo “irracionalista”, ter uma idéia própria – em nossa opinião – com viés vitalista, a qual, como católicos, também repudiamos.
Haveríamos de fazer um estudo detalhado do embate dentro do materialismo fundamentalista e suas correntes, e dos desdobramentos no que tange ao pensamento evolutivo. Pretendemos fazer isso em artigos posteriores e tentar realçar ao máximo essas contradições que hoje são negligenciadas (propositalmente?) na militância ateia.
Assim, tiramos por hora nossos garnisés do terreiro filosófico, para que se recomponham até o próximo artigo. E, de saída, me lembro de uma frase bem humorada de uma professora que brincava dizendo que, às vezes, até o diabo diz “amen”, ou seja, até o diabo às vezes diz alguma verdade:
“A imbecilização, também na ciência. A despretensão na veneração
a Darwin.”
[NIETZSCHE, F.W. Fragmentos póstumos [85] primavera 1884 – KSA 11.31 in Frezzatti, 2010 – destaque nosso]
in Corde Iesu, semper,
André Roncolato Siano