Vulnerabilidade 10000000000

Sem visão crítica sobre o próprio meio será impossível demonstrar uma atitude criativa nos próximos cem anos de relacionamento virtual. Quero dizer que o meio de mídia mais adorado da atualidade, o computador, acabará por destruir qualquer hipótese de originalidade devido ao convívio com espaços e ordens predefinidas. Os “cérebros formatados” jamais aceitarão qualquer expressão de originalidade, ou até mesmo da futura idéia de liberdade que lhes parecer. É claro que a palavra “computador” gerada dentro dos laboratórios, ao penetrar dentro de casa, perdeu sua real identidade. Didaticamente o que temos como “oferta didática” será um impulso de enquadramento, de compactação, de estreitamento como indicação de um caminho rígido.

Alfabetização virtual perpassa o trajeto de analfabeto para tentativa de algo legível. Que sentido tem utilizar esta expressão “analfabeto virtual” quando ninguém domina sequer trinta por cento do conhecimento funcional de uma página? No infinito seqüencial só há experimentação no instinto de buscar variações. O que temos dentro de casa hoje não pode mais ser chamado de computador partindo das páginas da web onde a idéia de navegar é apenas a de naturalmente fuçar nos pontos sensíveis das imagens.

Quanto à idéia do ensino não presencial haverá uma expressão de força impressa nesses cursos, uma imitação das tarefas dos antigos e implacáveis tópicos por correspondência, e será importado também o rigor dos temperamentos sisudos dos professores. Isto porque na expectativa para complemento das tarefas, via digital, o conforto deverá ser descartado; dando lugar a uma espécie de esforço que será avaliado como base do êxito. Os piores caminhos do sistema serão escolhidos para que os alunos fervam o cérebro num completo antagonismo entre a idéia enciclopédica de lâmpada mágica que o computador oferece atualmente e as esfarrapadas avaliações didáticas. Só os temperamentos técnicos, puramente técnicos conseguirão ver algum êxito nos aluno oprimido pelas regras de máquina; quando toda a máquina é feita de múltiplas escolhas, para alcance dos fins.

Estes são os novos caminhos da educação por sobre o deslumbramento. Haverá que se criar o tortuoso caminho aos estudantes para que a tarefa de assimilação se baseie nas grandes facilidades ofertadas pelos meios. Recusa da tenuidade final onde todos deveriam estar expostos. Porém para a velha didática a máquina deve imitar a vida já que em si é fruto intelectual. Era intelectual até a inserção das massas no mercado varejista. Nada contra o mercado varejista exceto quando o mundo prometido dos negócios virtuais, que poderia ser rápido, no sentido “clicou/investiu”, se perderá nessa estratégia de formar tecnólogos antes de mais nada, remonta a formação das grandes dificuldades, pois dentro do mundo técnico elas não faltam, para no final das contas garantir certo conforto de coisa já existente. Sigo mantendo a idéia de que administração é sem sombra de dúvida conforto e a idéia de ser moderno se conjuga vivamente graças a lucidez lógica do tempo. Eis o Vale do Silício tupiniquim num passe de mágica real com suas contradições de pinos para usuários normais. Quero dizer, não cientistas. Popularmente falando.

_______________________________________________________

Popularmente falando