A praga das máquinas

Os nossos ancestrais bem longínquos, por nascerem como espíritos humanos, portanto com a capacidade de raciocinar e tirar conclusões, acabaram por ganhar um corpo físico específico, para o cumprimento da sua jornada neste planeta, possuidor de um órgão pensante (o cérebro) à altura de um ser especial, superior a todos os reinos animal, vegetal e mineral. A grande diferença entre o espírito humano e os demais é que ele possui em seu interior uma partícula, mesmo que ínfima, do próprio Criador do Universo, o que lhe confere o status de entidade máxima da criação, pois é essa individualidade o único ser que pode evoluir até alcançar o nível de divindade. É essa a razão pela qual podemos afirmar, com toda a segurança, que tudo o que existe como elemento material no Mundo foi criado para servir o homem, na sua evolução.

Vejam que já na pré-infância da sua vida o homem, ao se sentir ameaçado por animais ferozes, carnívoros, de grandes portes, ou então quando a necessidade de se alimentar o obrigava a caçar, começou a criar utensílios que lhe dessem a possibilidade de se defender e de garantir a sua subsistência. As armas e as ferramentas de caça e pesca saíram da genialidade do cérebro humano, usando os elementos à sua disposição, que estão espalhados por todo o Planeta. Com o passar dos séculos, conforme o homem foi evoluindo pelas reencarnações, ele aprendeu a se tornar sedentário, através do domínio da agricultura, do confinamento de animais de corte, do aproveitamento das águas, do fogo, dos metais, das pedras, e por aí foi. Foi um longo caminho de lutas, conquistas e de desenvolvimento, mesmo que desordenado a princípio, chegando então aos dias de hoje, com alta tecnologia eletrônica, mecatrônica e quântica.

Acontece que tudo tem um preço, principalmente quando partimos para atos depredatórios, impulsionados pela ganância, pelo domínio do poder, pela visão estreita etc., e assim viemos, vindo por caminhos tortuosos, que nos brindaram com o perigo iminente do desastre apocalíptico. Tudo bem que o plano do Criador está sendo desenvolvido de acordo com a Sua vontade, portanto todo o desenvolvimento materialista, envolvendo a ciência, a política, a educação, a religião e assim por diante, foi possível graças a um processo de “quarentena” das forças energéticas da luz, por um período de trinta séculos, encerrado em meados de 1931 (vide a crônica 'Os predadores e os jardineiros').

Agora estamos na dependência direta das máquinas e da tecnologia, sem as quais não teríamos a mínima condição de vivência social neste mundo globalizado, competitivo, violento e poluído, graças a essas mesmas máquinas “salvadoras”, portanto nos encontramos, hoje, no domínio da “lógica da incoerência”! Estamos sendo destruídos pelas nossas próprias criações mirabolantes e que se tornaram indispensáveis à continuidade da vida terrestre! Estamos hoje na mesma situação do dependente inveterado de crack que, se não fumar, fica louco e, se continuar fumando, vai chegar à loucura! _Então vamos matá-lo? Pois é, isso é o que está acontecendo com a humanidade, que continua caminhando para o fim, sem a perspectiva de uma solução plausível; está nos parecendo uma praga, que se revitaliza através do veneno usado para a sua própria extinção!

Basta usarmos um exemplo: os veículos movidos por motor a explosão. Esses motores pesados, complexos, dispendiosos, poluidores e de grande porte já ultrapassaram um século de existência e estão ainda por aí, pesando, complicando, gastando, poluindo e ocupando espaço à vontade, simplesmente porque a industria do petróleo mantém esse “status quo” indefinidamente, ainda mais agora com o descobrimento do “pré-sal”, que vai trazer muitas dores de cabeça para nós, os brasileiros - podem escrever. O uso indispensável de caminhões, mais a manutenção caríssima de estradas asfaltadas, inflacionam o valor dos fretes, porém é um mal necessário, devido ao sucateamento criminoso das ferrovias. Por detrás de tudo isso temos o “mico” da cultura desenfreada da cana, em detrimento da produção de alimentos, ainda assim ufanando os brios do povo deste país da pizza com marmelada.

_É a praga das máquinas.

Moacyr de Lima e Silva
Enviado por Moacyr de Lima e Silva em 24/10/2009
Reeditado em 16/10/2011
Código do texto: T1884963