Salinger

Devem existir milhares de pessoas obcecadas por J.D. Salinger espalhadas pelo mundo e que se animaram quando “Meu Ano em Nova York” foi anunciado como abertura do Festival de Berlim de 2020. É comum nossa juventude (e aqui estendo para qualquer fase da vida aonde pessoas se sintam jovens) ficar marcada pela leitura dos principais livros. A rebeldia crítica do introspectivo Holden Caufield em sua jornada de uma semana (Na mesma Nova York) aos doze anos é tão atrelada aos valores da modernidade que parece assustador imaginar que foi escrito há sete décadas. Agora ele está disponível na Plataforma Netflix.

A admiração pela forma como o escritor conta a história, em uma fluidez contemporânea que nos pega de jeito, se transforma em obsessão quando as pesquisas sobre sua vida trazem poucos resultados. Salinger sempre foi uma pessoa muito reservada mesmo despertando o interesse de novas gerações de maneira sustentável e vitoriosa. Minha experiência com o livro data de 4 anos e de uma maneira que transformou as aulas de Literatura, antes constituídas de fases românticas e pósmodernas com formatações e vocabulários empoeirados demais para boa parte dos doutos em um mundo com uma mão mágica de possibilidades que foi capaz de transformar o hábito da leitura e muitas laudas em uma companheira de vida – e com ela o amor pelo escrever. Leitura Flamejante.