Zoofilia defendida no BBB

ZOOFILIA DEFENDIDA NO BBB
Miguel Carqueija

Já nada mais pode nos espantar nessa ladeira abaixo em que rola a humanidade. Se amanhã ou depois algum deputado de esquerda propuser a legalização do canibalismo como forma de aliviar a fome dos mais pobres, isso estará no processo de desumanização da civilização. Normal, de certa forma, porque bate com a mentalidade da inversão de valores. Décadas atrás foi denunciado que numa localidade da China Comunista, um restaurante servia um prato à base de fetos humanos abortados. Comentei isso com o saudoso Padre Ney Sá Earp, que liderava no Rio de Janeiro um movimento pró-vida. Ele fez um comentário sensato sobre a lógica cruel de tais coisas: se pode matar, por que não pode aproveitar a carne?
Nos anos do governo militar, entre 1964 e 1985, coisas bem estranhas aconteceram. Uns dizem que foi um período de ditadura, outros que foi um regime de exceção mas não ditadura. Procurando ver com isenção, entendo que foi sim uma ditadura porém atípica, pois admitiu revezamento de presidentes, eles tinham mandatos a cumprir. O ditador típico é vitalício, fica até a morte mesmo se viver 200 anos, ou então fica até a saúde permitir ou até acabarem com ele. Alguns, como aconteceu no Haiti e na Coreia do Norte, colocam os próprios filhos para sucedê-los, como se fosse uma monarquia.
Outra coisa atípica da ditadura militar: havia censura mas parece que ela não ligava muito para a moral de costumes. Foi a época da explosão das pornochanchadas da Boca do Lixo. E creio que foi em pleno mandato de Médici, considerado em geral o pior do regime militar em termos de dureza (em termo de economia passa por ter sido o melhor), que surgiram inclusive os filmes de bestialidade ou zoofilia, ou seja, sexo com bichos.
Eram películas exibidas em cinemas da pior qualidade aqui no Rio de Janeiro, os “poeiras” como costumavam ser chamados. De lá para cá as coisas mudaram, as pornochanchadas foram esquecidas, a crise financeira e de segurança acabou até com os poeiras, vejam só. Hoje no Rio, cinema só nos antros de consumismo, dizem que também por questões de segurança.
Mas o fato é que houve um surto de filmes malignos que exploravam a zoofilia, fato notório até pelos títulos. Eu os esqueci mas lembro deste: “Mulheres taradas por animais”.
Tais filmes eram crimes, porque fazer sexo com bichos é contra a lei, a nossa legislação proíbe crueldade contra animais. Estuprar animais é crime, ora essa. Então não se trata nem de censura, que depois acabou no tempo de Sarney. Com certeza zoofilia é uma tremenda pouca vergonha, mas pode ser combatida não só em nome da moral mas em nome dos direitos dos animais. Repito, atos de crueldade contra animais representam crimes. E não sei como aquelas pornochanchadas zoofílicas puderam passar livremente em plena ditadura militar.
Agora prestem atenção nesta notícia:


https://www.bol.uol.com.br/entretenimento/2020/01/26/delegado-acionara-ministerio-publico-apos-conversa-sobre-zoofilia-no-bbb-20.htm?cmpid=copiaecola

Segundo a notícia o delegado e deputado estadual Bruno Lima (PSL/SP) posicionou-se contra a conversa havida no nojento Big Brother da nojenta Rede Globo, onde uma pessoa defendeu em público a prática imoral da zoofilia. São palavras do delegado:

 "Sobre esse triste episódio no BBB, no qual duas pessoas batem papo sobre zoofilia, nossa equipe já está estudando as medidas legais para ver o que podemos fazer para não ficar só na teoria. Provavelmente vamos fazer uma representação para o Ministério Público do Rio de Janeiro. Zoofilia é crime, não é normal. Queria ver eles fazendo um resgate de um animal que foi estuprado e dizerem que é normal.”

A notícia dá conta desta declaração de participante do BBB: "para gente é anormal, mas para muita gente não é. E tudo bem também a pessoa querer comer um animal, tudo bem".
Até onde, pergunto eu, descerá a Pornoglobo? Ou não há mais para onde descer?
É de bom senso não assistir programas tão asquerosos. O povo brasileiro precisa rejeitar cada vez mais a programação malsã da Globo.
E Bruno Lima está de parabéns.

Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 2020.