MANUAL PARA A ESCRITA CRIATIVA LITERÁRIA E CINEMATOGRÁFICA

APRESENTAÇÃO

O presente artigo é um compilado de ideias e dicas autorais e de outros autores, com o objetivo de facilitar, ensinar e expor da maneira mais didática possível como escrever melhor e desenvolver sua criatividade para suas futuras obras. É importante ressaltar que não se trata de uma receita de bolo, em que todas as dicas são padronizadas para todo mundo, temos que levar em consideração o ritmo de escrita e as limitações pessoais, financeiras e emocionais de cada escritor, no entanto, a partir de uma leitura mais atenta desse artigo, a escrita de qualquer texto literário ou cinematográfico se tornará mais fácil.

Inicialmente, começaremos apresentando os tipos de personagens e a tão famigerada jornada do herói. Há escritores que escrevem fazendo roteiros individuais de trechos da trama, perfis de personagens e ambientações. É uma boa estratégia, pois não deixa o autor se perder no momento árduo de escrita, mas não é infalível para todo mundo. Para mim, por exemplo, é mais trabalhoso, gosto de deixar as ideias fluírem naturalmente no momento em que sento em frente ao computador.

7 TIPOS DE HERÓIS

Por trás das histórias que nos encantam, reside muitas técnicas de escrita e alguns padrões, como estruturas narrativas, tipos de clímax e de enredo, e assim por diante. Neste post, quero falar sobre os sete tipos de heróis que existem, alguns são mais explorados outros menos, vamos a eles:

1) O Herói Que Vence (ou Herói Épico)

Este é o tipo clássico de herói, que estamos mais acostumados a ler. São aqueles personagens que, desde o início da história, mostram-se confiantes e poderosas, conquistam o respeito e a admiração e, no final, claro, vencem suas conquistas, depois de passar por uma ou outra penúria. Como exemplo deste herói clássico, temos o Rei Arthur. Também podemos citar Aragorn, de "O Senhor dos Anéis" (J.R.R.Tolkien).

2) O Herói Relutante

O herói relutante é aquele que não se vê como a história o vê. Ou seja: por mais que a narrativa gire ao redor de seu valor moral, de sua força ou de sua coragem, ele mesmo não se vê como um herói, nem possui a autoconfiança de um. E essa característica de vulnerabilidade nos faz adorá-los ainda mais e torcer por eles. Normalmente, ao final do enredo, este tipo de herói finalmente percebe quem é, e esse momento de epifania é, geralmente, o clímax da estória. Um exemplo de herói relutante é Peter Parker, em Homem-Aranha.

3) Anti-Herói Cínico

Grande parte das pessoas adora este tipo. Vejam a comoção que o Loki, de Os Vingadores, causa. Este tipo de herói conquista pela imprevisibilidade. Às vezes, age de forma mesquinha e cínica, à margem da maldade. Porém, no clímax da história, quando todos esperam que ele, enfim, vá tornar-se o vilão, ele faz algo inesperado e age bondosamente, resolvendo algum conflito importante da trama. Não deixa a amargura de lado, nem o sarcasmo, o que lhe confere uma maior profundidade do que um Herói Que Vence. E aqui eu faço uma reverência profunda e emocionada ao MEU ANTI-HERÓI PREFERIDO DESTA E DE TODAS AS MINHAS VIDAS: Roland Deschain, de "A Torre Negra" (Stephen King). Se você não leu e não sabe quem ele é, trate de corrigir isso imediatamente porque ele é SENSACIONAL.

4) O Anti-Herói Trágico

A diferença deste tipo para o anterior é que, ao contrário do Cínico, o Trágico não tem um final feliz na história. Normalmente, em vez de sarcasmo e amargura, este tipo de herói é depressivo ou angustiado. Podemos detectar rapidamente um anti-herói trágico caso ele use drogas, abuse de álcool ou tenha algum comportamento autodestrutivo. Em geral, ele se destrói mesmo, ao longo da narrativa. Pensem em Shakespeare, por exemplo, ou no Lestat de "Entrevista com o Vampiro".

5) O Herói de Grupo

Geralmente, no início da história, este tipo de herói faz parte de alguma tribo, comunidade ou sociedade. Ao longo da narrativa, ele se lança rumo a algum lugar distante, em uma viagem arriscada, sem medo do desconhecido. No final do enredo, ele emerge deste mundo novo ao qual se lançou, se reintegrando com a antiga comunidade onde vivia, trazendo bem aventurança para todos. Como exemplos, temos A Pequena Sereia, de Hans Christian Andersen, Bilbo Baggins, de "O Senhor dos Anéis" e Katniss Everdeen, de "Jogos Vorazes" (Suzanne Collins).

6) O Herói Solitário

Este tipo é sedutor: misterioso, não faz parte de nada, está sempre à margem da moral e dos bons costumes e parece não ter nada a perder, nem a temer. Em geral, ele enfrenta os desafios da história sem auxílio de ninguém e seu pior inimigo é si mesmo: seus medos, limitações e frustrações. Meu exemplo preferido na literatura é A Esposa, de "Ensaio Sobre a Cegueira" (José Saramago).

7) O Herói Mentor

Este tipo de herói aparece na história como um mentor, tutor ou professor de outro herói. É uma personagem secundária no sentido de que o enredo não gira ao redor de si, mas, sem ele, a história ficaria incompleta. São sábios e, às vezes, intimidadores. Eles não mudam ao longo da história, porque eles já são "vitoriosos". Sua função é mudar o herói principal, ajudá-lo e desenvolvê-lo. Como exemplo, temos o Dumbledore, da saga Harry Potter.

Dando continuidade, além do perfil do herói como protagonista da sua narrativa, há 5 dicas que ajudarão na construção do protagonista e que facilitará, inclusive, na decomposição dele e de outros personagens:

5 PERGUNTAS QUE VOCÊ DEVE RESPONDER ANTES DE CONSTRUIR UMA PERSONAGEM PARA A SUA HISTÓRIA

Criar uma personagem de ficção não é tão fácil assim como pensamos. Temos que tomar cuidado ao criá-los, pois uma história não é nada se as suas personagens não forem cativantes e gerarem empatia. E como podemos gerar a empatia? Tornando as nossas personagens mais humanas. E como os tornamos mais humanos? Analisamos diversos especialistas que sugerem que se criem perguntas a seus personagens, separamos 5 destas, vamos a elas:

1ª PERGUNTA: O QUE A PERSONAGEM QUER?

Qual é o desejo que a sua personagem tem? O que ela sempre quer? Salvar o mundo? Destruí-lo? Quer se vingar? Quer ganhar dinheiro? Quer ser o guerreiro mais forte que já existiu?

2ª PERGUNTA: O QUE ELA AMA?

Ela ama a sua família? Ela ama o planeta terra e os seus habitantes? Ela amava alguém que já foi embora ou morreu? Ela ama o poder? Ele ama a força? Ela ama a si mesma?

3ª PERGUNTA: QUAIS SÃO OS SEUS MEDOS?

O que tira o sono da sua personagem? O que lhe traz temor? Ficar sozinha? A destruição do universo? O fracasso? A fraqueza?

4ª PERGUNTA: O QUE LHE FAZ AGIR DIANTE DE SITUAÇÕES EXTREMAS?

Quais são as motivações que leva a sua personagem a enfrentar perigos constantes? O que faz com que ela não desista mesmo em meio a situações de risco?

5ª PERGUNTA: E FINALMENTE, POR QUE A SUA PERSONAGEM AGE DESTA MANEIRA?

A resposta desta última pergunta é a junção de todas as respostas que você deu anteriormente.

Estas questões vão te ajudar a criar uma personagem imperfeita.

Opa? Mas espera aí? O objetivo aqui não era fazer a nossa personagem ser perfeita?

O nosso real objetivo não é a perfeição, é gerar empatia, tornar as personagens mais humanas, E o que são seres humanos senão um emaranhado de imperfeições?

Uma personagem perfeita é chata, porque ninguém é perfeito. E se ninguém é perfeito, como geraríamos empatia?

Como mencionamos, existem dezenas, centenas de perguntas que se podem criar a fim de tornar seu personagem mais humano possível. Ao criador de histórias cabe saber o que perguntar e o mais importante, responder tais perguntas.

Após criar os perfis dos seus personagens (protagonista, secundário, vilões e etc), é importante ter em mente a estrutura da narrativa para que a história ande, não se arraste e não se torne maçante, inverossímil ou até mesmo excessivamente mirabolante. Não ache que o escritor ou roteirista possa usar e abusar da licença poética, pois não pode!

ESTRUTURA NARRATIVA

Estrutura é a forma como o escritor seleciona e organiza as informações da narrativa para criar uma atmosfera no texto que evoque certas emoções no leitor. Estrutura não é o mesmo que enredo. Muitas histórias usam estruturas similares, mas têm enredos completamente diferentes. Existe estrutura melhor ou pior? Não. Tudo depende da intenção do escritor, do que ele deseja expressar com sua história.

Arco Dramático

São histórias que geralmente focam em um único protagonista com motivação suficiente para enfrentar forças externas de antagonismo e alcançar um desejo ou objetivo. Esses textos apresentam uma realidade ficcional coerente, onde os acontecimentos estão conectados por uma relação de causa e consequência, e seguem uma cronologia narrativa linear. Nesse tipo de narrativas, o foco está nas ações dos personagens e na progressão do enredo, conduzindo o leitor para uma conclusão fechada sobre a história.

Minimalista

São histórias com mais de um protagonista, focadas em apresentar uma série de episódios sobre a vida de um grupo de personagens e, em alguns casos, explorar seus conflitos internos e psicologia. Muitas vezes, os desejos e motivações dos personagens são apenas sugerido, ficando a cargo do leitor interpretar sua importância e significado a partir de detalhes e simbologias oferecidos ao longo do texto. Nesse tipo de narrativas, o foco do escritor é revelar dimensões dos personagens, conduzindo o leitor para uma conclusão aberta sobre a história.

Antiestrutura

São narrativas de ficção que não contam necessariamente uma história e se caracterizam pela ausência de estrutura e preocupação com coerência, causalidade, linearidade ou temática. O enredo transita pelo tempo e o espaço narrativo sem se ater à cronologia dos acontecimentos. Os eventos podem ter sua ordem invertida ou ser apresentados paralelamente de forma que, ao se entrecortar, sugerem novos significados e interpretações. São textos menos interessados em contar uma história, mais focados no trabalho com a palavra e experimentação com a produção de sentido.

Estrutura Mista

São histórias que buscam combinar duas ou mesmo três das estruturas acima, de forma a criar uma experiência mais envolvente para o leitor. São textos preocupados tanto com o desenvolvimento dos personagens e do enredo quanto com o trabalho com a palavra.

A decisão sobre qual estrutura usar em uma história é consciente? Nem sempre. Muitas vezes começamos a escrever e, só depois que terminamos um primeiro rascunho, conseguimos identificar o que estamos tentando expressar com nosso texto. A partir disso, podemos avaliar como as convenções de cada uma das estruturas acima podem nos ajudar a fazer isso de uma forma mais envolvente.

QUE TIPO DE NARRADOR USAR? 1ª OU 3º PESSOA

Cada uma das histórias que lemos, ouvimos ou escrevemos é contada por um narrador. Nos exercícios de leitura, assim como nas experiências de escrita, é fundamental a preocupação com o narrador.

Grosso modo, podemos distinguir três tipos de narrador, isto é, três tipos de foco narrativo:

O narrador-personagem conta na 1ª pessoa a história da qual participa também como personagem.

Ele tem uma relação íntima com os outros elementos da narrativa. Sua maneira de contar é fortemente marcada por características subjetivas, emocionais. Essa proximidade com o mundo narrado revela fatos e situações que um narrador de fora não poderia conhecer. Ao mesmo tempo, essa mesma proximidade faz com que a narrativa seja parcial, impregnada pelo ponto de vista do narrador.

O narrador-observador conta a história do lado de fora, na 3ª pessoa, sem participar das ações. Ele conhece todos os fatos e, por não participar deles, narra com certa neutralidade, apresenta os fatos e os personagens com imparcialidade. Não tem conhecimento íntimo dos personagens nem das ações vivenciadas.

O narrador-onisciente conta a história em 3ª pessoa e, às vezes, permite certas intromissões narrando em 1ª pessoa. Ele conhece tudo sobre os personagens e sobre o enredo, sabe o que passa no íntimo das personagens, conhece suas emoções e pensamentos.

Ele é capaz de revelar suas vozes interiores, seu fluxo de consciência, em 1ª pessoa. Quando isso acontece, o narrador faz uso do discurso indireto livre. Assim, o enredo se torna plenamente conhecido, os antecedentes das ações, suas entrelinhas, seus pressupostos, seu futuro e suas consequências.

Há vantagens em desvantagens e cada um dos tipos, conforme apresentado abaixo:

A narrativa em terceira pessoa, no entanto tem a vantagem de poder acessar vários planos de ação ao mesmo tempo, e permite alternar com a primeira pessoa em trechos curtos. Em Eternidade por exemplo, uso um recurso interessante: uns capítulos são em primeira, outros em terceira pessoa, e em alguns capítulos narrados em terceira pessoa, há pequenas inserções de curtos depoimentos de personagens, dando a sua visão particular do que aconteceu. Como isto é possível? Interrompendo-se o fluxo da narrativa e inserindo a partícula: Agora fala Fulano de Tal: .

Com isto, temos a união das vantagens de ambas as pessoas e o cancelamento das desvantagens das duas.

A narrativa em terceira pessoa pode ter sua fraqueza de expressão atenuada usando-se o recurso de "poesia em forma de prosa", outro sofisticado recurso utilizado em Eternidade. Porém, poucos escritores conseguem dominar bem esta técnica complexa e sofisticada, e obter um resultado limpo e elegante, pois fazer longas descrições de ambientes, muito detalhadas, é fácil, mas se não for bem-feita e poética, vai ficar maçante, chata. A maestria está em colocar todos os detalhes estratégicos, que serão utilizados mais tarde na narrativa de forma fluida e leve, com força emocional e beleza poética, distraindo o leitor, que passa a não perceber a extensão da narrativa, enlevado que está.

Poucos leitores são capazes de distinguir na narrativa, os detalhes estratégicos que irão aparecer em mais detalhes mais tarde na narrativa e que são cruciais para o desenrolar da estória.

A narrativa em terceira pessoa permite o uso de um número maior de personagens, mas deve-se evitar o uso de um número excessivo de personagens, pois eles perdem suas identidades e personalidades, que acabam pouco exploradas, e fica maçante e complicado de entender. A vantagem da primeira pessoa aparece ai- permite uma exploração mais a fundo de cada personagem, embora permita um número menor de personagens. A combinação terceira-primeira pessoa no mesmo texto é perfeita para um texto sofisticado, elegante e complexo, como Eternidade, mas escritores iniciantes ou pouco experientes devem evitar seu uso, por ser uma técnica extremamente complexa e difícil, que precisa ser muito elaborada e bem feita-melhor deixar isto com os profissionais experientes.

CRIANDO AMBIENTAÇÕES E CENÁRIOS PARA SUA HISTÓRIA

Uma das coisas que muitos escritores iniciantes têm dificuldade é descrever os cenários de histórias. Muitas vezes o autor não sabe o quanto de palavras deve usar, ou acaba esquecendo de dar detalhes no decorrer do drama.

Como passar um cenário para o texto?

Não vou nem apostar, tenho certeza, você já travou na hora de descrever o cenário, sempre fica com a incerteza na cabeça e tudo parece não encaixar. O cenário deve ser escrito de forma fluida, se você sente uma complicação ao escrever, pode ter certeza que seu leitor vai ter complicação ao ler. Então para que isso não ocorra, irei dar algumas dicas:

Quanto devo falar do cenário?

Você deve usar seus instintos de escritor para saber o quanto de descrição você vai usar...Não ficou claro, não é? Vou explicar. Você já leu um livro que fazia muita descrição de cenário e muita das características eram inúteis para a história? Pois é, é sufocante ter que ler algo que você realmente não têm interesse e que não ira atribuir nada ao que você está lendo.

Depende muito do tipo de história que você quer escrever, já li vários livros em que há apenas uma frase descrevendo cenário, já outras que são movidas apenas pelo o que acontece a sua volta. Geralmente, quando a história é movida à cenários a história se torna interessante por causa deles.

Como é o caso do livro "Máquina do tempo" de H. G. Wells, (um clássico da ficção cientifica). Do inicio ao fim você fica fascinado pelo lugar, que é descrito de forma simples porém rica.

Mas claro, não só de cenários vive uma história, há outros livros que dão a descrição apenas uma vez, isso por que tem o enredo mais forte, a história em si é o foco. Nesses casos a história é o ponto forte.

Brinque com o cenário.

Coloque no seu texto apenas o que o leitor precisa saber, a menos que você pense em usar algum elemento mais tarde, por exemplo, uma caixa que estava no canto da sala e que era importante desde o inicio mas ninguém notou. Quando o seu leitor ler que aquela caixa esta ali ele pensara no mesmo instante "Espera, essa caixa tem algum segredo, irei ler mais para saber".

Então, como pode ver, o cenário pode ser utilizado não só para informar o local onde acontece a história mas para acrescentar conteúdo a ela. Isso pode ser planejado quando você estiver fazendo a ficha conceitual da história.

Transmita sentimentos.

Para que seu leitor tenha uma experiência vivida, utilize todos os sentidos dele, aguce-os. Se o seu protagonista tem os cincos sentidos, por que não ilustrar isso na sua história?

O cenário não é apenas o que o seu personagem vê, ou o que está em volta dele, mas sim todos os sentidos que estão aparentes ao seu redor. Temos cinco sentidos (o ser humano pode ter mais de 20, mas vamos levar os mais conhecidos em consideração) visão, paladar, tato, audição e olfato... Por que você só coloca no seu texto o que ele vê? Parece até meio óbvio o que estou falando, mas muitos escritores cometem esse erro sem perceber.

Quando se faz uma descrição do cenário deve-se colocar todas as coisas relevantes a respeito do que o personagem sente. E não só os cinco sentidos, mas o chamado de sexto sentido também. Coloque se o personagem sente medo, tristeza, nostalgia... Enfim, tudo o que ele sente, tanto fisicamente quanto emocionalmente.

Você pode muito bem fazer com que o seu leitor sinta as mesmas coisas que o seu personagem, é preciso apenas clarear essas ideias no pensamento dele.

DESCRIÇÕES FÍSICAS E PSICOLÓGICAS DOS PERSONAGENS

Este costuma ser um ponto em que o escritor torna-se superficial demais ou acaba exagerando nas descrições e deixa o leitor cansado e desanimado com a leitura. Bom, encontrar um meio termo nem sempre é fácil, mas temos algumas coisas para levar em conta antes de descrever um local, um objeto ou personagem. Vamos lá!

Se você está descrevendo alguma coisa corriqueira e conhecida, deixe os detalhes de lado. Seja específico. Exemplo: vamos supor que o herói de sua história encontrou uma porteira de uma fazenda fechada e terá que dar um jeito de abrí-la ou pular por cima. Neste caso, basta mencionar que existe a porteira. Não é necessário dizer que a porteira é formada por tábuas de cerejeira, pintada de branco, com uma tranca do lado esquerdo, etc, etc, etc. Todo mundo sabe como é uma porteira! É claro que existem situações em que torna-se importante mencionar um detalhe ou outro, desde que este detalhe interfira diretamente em uma ação. Se o herói pular a porteira e ficar enganchado em um prego gigante, você pode dizer que "a porteira possuía pregos gigantes apontados para cima...".

Para descrever algum objeto que não é comum ou um extraterrestre que veio roubar nossos tesouros, aí sim você pode usar um pouco dos detalhes para gerar na mente do leitor a imagem que você deseja. De qualquer forma, não abuse. Deixe o leitor imaginar e criar sua própria versão do personagem. No livro "Anjos e Demônios", Dan Brown faz uma extensa descrição de um objeto: o tubo que guarda a "anti-matéria". Aposto que você nunca viu um. Pois é, nem eu. Mas agora já tenho uma idéia bastante exata de como ele é!

Neste caso específico, torna-se importante descrever em detalhes, mas se você já leu este livro irá perceber que o objeto não foi descrito de uma só tacada. Dan Brown tomou o cuidado de espalhar os detalhes em meio a diálogos e narrativas de ações. Desta forma, conseguiu o que queria e não cansou o pobre do leitor. Tenha pena do leitor,isso é muito importante.

Veja estes trechos de "Teia Negra":

"Vinte minutos depois, Michael passava pelo portão de ferro da mansão Wong, onde viviam Bei Wong, sua esposa Lisa e a filha, Samanta."

"Todas as vezes que ele entrava naquela casa, não deixava de admirar a grandiosidade do lugar. O imenso lustre de cristal, pendurado no centro do hall de entrada, dava um ar aristocrático ao lar dos Wong. Alguns vasos orientais e pequenos enfeites não escondiam as raízes da família. O aroma de canela, proveniente do discreto altar em um dos cantos da sala, completava a atmosfera de paz e serenidade."

No primeiro trecho, cito o portão de ferro da mansão e só. Você já imaginou como é o portão? Preciso descrever? Já no segundo trecho,o autor procurou descrever a mansão e dar uma certa personalidade ao lugar. Vamos ver se funcionou. Ao ler o texto, você deve ter imaginado a mansão completa e não somente os poucos detalhes que eu dei, correto? Será que na "sua" mansão tem uma imensa escada de mármore que leva para um segundo andar? Você colocou um lindo tapete oriental bem no centro da sala? Você montou o restante da mansão com a sua imaginação, mas as dicas que eu dei levaram você na direção certa. É isso que o escritor deve fazer: guiar o leitor e deixar que ele experimente e viva sua própria aventura.

Para finalizar essa parte sobre escrita de livros de ficção, é importante o escritor revisar o texto antes de enviar para a diagramação ou para uma editora. Lembre-se: quem é escritor iniciante, não se empolgue muito com o mercado editorial. As editoras grandes e médias que publicam pelo formato tradicional, ou seja, financiam a publicação e venda dos livros, procuram autores estrangeiros com carreira consolidada para traduzir ou então digitais influencers ou youtubers, mas sabemos que não é sinônimo de qualidade. As editoras pequenas ou há pouco tempo no mercado recebem originais de autores iniciantes, mas tem que pagar caro por isso. O mais recomendável é publicar diretamente pelas gráficas. Recomendo a Letras e Versos. No entanto, a divulgação, distribuição, vendas e possíveis erros de impressão é de responsabilidade do autor.

SOBRE DESENVOLVIMENTO E ESCRITA DE ROTEIRO CINEMATOGRÁFICO

Você provavelmente deve ter algum diálogo memorável do seu filme favorito em sua cabeça. Por criarem momentos inesquecíveis, o público acaba se apaixonando muitas vezes por momentos onde um assassino faz um monólogo antes de matar sua vítima ou um paranoico tenta explicar a sua visão para o mundo. Mas antes de tudo isso existir houve muito trabalho. Os grandes mestres não chegaram lá por acaso.

Sempre presentes nas rodas de conversa e nas citações de filmes, os diálogos muitas vezes iludem o roteirista e nos fazem perseguir algo não tão importante para a história. Não é que não devemos nos preocupar em ter boas falas, mas primeiramente devemos entender o processo para chegar até ele. Um processo que envolve construção de personagem, estrutura da história e todos os pontos de virada do seu filme. Com tudo isso pronto, você terá uma boa base para lapidar sua história.

Quais são as funções do diálogo?

O diálogo pode ser expositivo, revelador e explicativo. Em um filme, normalmente as três funções aparecem o tempo todo, mas é preciso tomar cuidado para não cair na armadilha de explicar tudo através de falas dos personagens. Lembre-se daquela velha máxima dos roteiristas “mostre, não conte”.

Levando isso em conta, podemos dizer que a importância que o subtexto tem em toda a sua história, tem um grande peso nos diálogos. Isso porque um diálogo puramente expositivo deixa o filme pobre e sem graça. O subtexto tem que estar lá, as pessoas têm que entender o que está nas entrelinhas e acompanhar a história através de como os personagens veem o mundo, com todas mentiras, ilusões e maldades que aquele universo pode carregar.

E é aqui que entramos no que talvez seja a coisa mais importante na hora de escrever bons diálogos: A construção do seu personagem. Quando você escreve, está na mente do seu personagem e deve escrever como ele agiria e não sobre o que você acha certo ou errado. Um erro comum de muitos escritores é escrever tudo de um único ponto de vista, o próprio, no caso. Cada personagem tem uma voz, um objetivo, uma personalidade e isso tem que ser trabalhado dentro da sua história, caso contrário todos os personagens terão a mesma voz e a história pode ficar entediante.

Quer saber mais sobre construção de personagem? Neste artigo escrevemos sobre história pregressa.

Técnicas para escrever diálogos

Existem alguns exercícios que nos ajudam para saber desenvolver a voz de cada personagem e verificar se os seus diálogos estão verossímeis e condizentes com a história. Um deles é ler os diálogos em voz alta (e até gravar, se possível). Você não precisa ser um ator (mas se for, isso ajuda bastante), mas ao ouvir os próprios diálogos você começa a perceber as diferenças nas falas de cada personagem e assim consegue começar a dar uma voz própria para cada um deles.

Ler e reler várias vezes pensando na troca de valores é outra técnica indispensável para que seus diálogos não se tornem monótonos. Pense que a ação de um personagem gera reação de outro e se as ações e reações carregarem sempre o mesmo valor, o público fica entediado. Imagine um diálogo onde um patrão grita com um funcionário. Se seu objetivo aqui é fazer com que o funcionário se sinta menosprezado, você não precisa repetir esse valor diversas vezes em sua fala. Uma ou duas frases podem dar conta do seu diálogo e podem até mesmo enriquecer sua história.

O que nos leva a outra máxima dos roteiristas “menos é mais”. Em diálogo isso também funciona e funciona muito bem. Então aqui vai outra dica: não se apegue a diálogos. Você pode ter frases muito bonitas, mas talvez você tenha que cortar para a história avançar. O que move o filme e torna seus diálogos mais poderoso é como eles fazem a história avançar sem o público perceber.

Então...tudo começa por uma IDEIA:

Um roteiro se inicia, de uma faísca, uma idéia, um fato, um evento, um personagem, que provoca o escritor.

LOGLINE

A sua idéia começa a ganhar forma e você já pode definir seu protagonista e qual o conflito central. Apresenta o protagonista, seu objetivo e seu obstáculo. Aqui o personagem ainda não tem ( e não deve ter nome), ele deve ser definido apenas por suas características essenciais. Logline é a essência dramática de forma sucinta, um resumo de toda a história em uma única frase. A Logline é tão essencial, que é comum voltarmos a ela ao longo do processo de escrita, para lembrarmos e mantermos o foco em o que realmente importa de nossa história.

Exemplos:

Se beber, não case

Logline: Três padrinhos de casamento perdem o amigo noivo durante a despedida de solteiro em Las Vegas e sem memórias da noite anterior precisam refazer seus passos a fim de encontrá-lo.

Rocky- Um Lutador

Logline: Fracassado lutador de boxe da Filadélfia recebe oportunidade de lutar pelo título mundial contra o campeão do cinturão, em comemoração ao bicententário de independência dos EUA.

STORYLINE/SINOPSE

O Storyline se aprofunda na descrição do personagem e do conflito. Em geral, tem até 5 linhas. Na storyline você deve apresentar o conflito, desenvolve-lo e expor sua resolução.

Existe uma linha de profissionais e escritores, que considera que existe diferença entre a sinopse e a storyline. Para estes, a sinopse, é uma versão mais longa do storyline, intermediária entre esse e o argumento. Não confunda, com a sinopse de venda, que conta o conflito, sem expor sua resolução e tem como finalidade despertar a curiosidade sobre como a trama irá se desenrolar e assim vender a história ou o filme.

ARGUMENTO

O Argumento pode ter diversas páginas. Cada página do seu argumento, pode render de 5 a 10 páginas de roteiro literário. É a base para o desenvolvimento do roteiro, deve conter as ações e pode ter indicações de falas, desde que elas sejam essenciais. A história deve ser escrita de forma corrida, sem divisão das cenas. Os americanos usam o termos TREATMENT para a escrita do argumento. Em português de Portugal, por uma tradução literal do inglês, você pode encontrar em diversas fontes o termo Tratamento se referindo ao que nós chamamos de argumento. No Brasil, isso geraria uma confusão, já que para nós tratamento, é um equivalemnte ao DRAFT americano e que veremos abaixo.Para a lógica, um argumento é um conjunto de premissas seguidas de uma conclusão. Então, em português fica claro entendermos, que o Argumento (Do Latim ARGUMENTUM, de ARGUERE, “tornar claro, demonstrar”) é uma etapa de provar e refutar uma tese ligada a nossa história através de situações. Se no storyline nós esclarecemos qual o conflito, no argumento deve ficar claro através das ações e do desenrolar da trama, qual mensagem se quer passar qual a história contada.

Quem escreve o argumento é o argumentista e se este for um profissional diferente do roteirista deve haver crédito para o criador da história/argumento.

ESCALETA

Após colocar toda a ideia do roteiro no papel através do argumento. Chega a hora de estruturar como o roteiro será desenvolvido. A escaleta é esta estrutura, o esqueleto de todo o roteiro. A escaleta deve ter as indicações e separações cenas, as situações e ações do personagem. Se no argumento a escrita ainda pode ser mais literária, aqui tudo já deve estar transformado em ação.

ROTEIRO

O roteiro de cinema, ou script, lista todos os elementos (áudio, vídeo, ações, comportamento e diálogo) que são necessários para contar a história. Ele deve estar dividido em cenas e conter as indicações de ações e os diálogos.

Agora, vamos por partes:

O Cabeçalho : O cabeçalho de cena antecede cada nova cena ( se você não sabe o que é uma cena, olha em nosso glossário aqui). O cabeçalho informa: o número da cena, onde se passa e a luz do ambiente.

Cabeçalho:

Número da Cena

Não importa se a cena é um flashback ou um flashfoward,isto é , se ela está fora da ordem linear temporal da história. O número deve ser sequencial e não se repete. Você pode começar seu filme com a mesma cena que termina, mas no seu cabeçalho, se ele for a primeira cena, ela deve estra numerada como cena 1. A numeração da cena não é importante na hora da escrita, mas será ao enviar o seu roteiro para uma consultoria, ou quando se começar a produzir o roteiro.

Onde

Indicar se a cena se passa dentro ou fora do espaço descrito através da indicação INT. ( interior) ou EXT. (exterior). E a localidade da cena.

Exemplo:

EXT. SHOPPING – DIA

INT. SHOPPING – DIA

Quando

Utilizar os termos DIA ou NOITE.

A Transição

A transição serve para indicar um corte especifico de uma cena para outra. Você pode usar os termos CORTA PARA, FUSÃO PARA, MATCH PARA. As transições entre todas as cenas caiu em desuso, por isso, só utilize quando necessário por questões conceituais ou de linguagem.

A Ação

A cada vez que um personagem aparece pela primeira vez devem-se descrever suas características físicas e psíquicas e ser nomeado com letras MAIUSCULAS. Se for importante descreva o local, se ele estiver aparecendo no texto pela primeira vez. Então, basicamente descreva o que ocorre na cena. Pense a melhor forma de transformar e expressar o texto visualmente.

Por exemplo: Evite dizer que o personagem chega em casa cheio de raiva. Como o diretor iria mostrar isso? Transforme isso em uma ação. Ele pode entrar e bater a porta com força. O importante é que a ação seja algo físico, que transmita a idéia, ao invés de algo abstrato e subjetivo. Não faça descrições de uso de câmera!! A decupagem é função do diretor, ele deve fazer estas escolhas e elas estarão presentes em um roteiro técnico. Caso seja importante descrever um plano , descreva-o de forma implícita. Exemplo:

INT. SALA DE CARLOS- DIA

A sala está revirada com vários objetos jogados por vários cantos. Carlos termina de colocar suas roupas. Um imponente relógio de pulso está em cima da mesa. Carlos se aproxima, pega o relógio e coloca-o no bolso. Carlos sai.

Veja que no exemplo não foi preciso dizer que deveria haver um PLANO DETALHE do relógio, mas a forma que a descrição está feita, já indica o destaque que deve ser dado ao objeto.

Os Diálogos

Os diálogos em roteiro não precisam ser anunciados ( Exemplo: Você não precisa colocar “ O personagem fala: ... e então começar o dialogo). O nome personagem deve anteceder o dialogo para sabermos quem fala. Se você tiver uma observação ou intenção sobre como a fala deve ser dada , coloque-a abaixo do nome do personagem entre parêntesis.

Voice Over ( VO)

É uma fala de uma narrador ou um personagem que não está na cena.

In Off

É o personagem que fala em cena, mas está fora da tela, fora do enquadramento.

FINAL

Ao final de seu roteiro, escreva a palavra FIM.

O QUE É UM TRATAMENTO?

Quando você terminar sua história, não quer dizer que ela esteja pronta ou finalizada. Muitas vezes queremos rever alguns pontos que ficaram soltos pelo caminho, incluir cenas ( ou retirá-las), redimensionar a importância de um personagem, refinar diálogos, etc. O tratamento, nada mais é do que esta reescrita e revisão narrativa do roteiro. Um mesmo roteiro pode passar por vários tratamentos.

DICA: Todo iniciante comete um erro básico e salva os novos tratamento em cima de versão anteriores. Sempre salve seu projeto com um título novo adicionando a versão do tratamento ao nome do arquivo. Exemplo: Girassol_3tratamento

Isso permite, que você possa reler cenas que apagou, compare a evolução do roteiro e até reutilize elementos já retirados em novos tratamentos que você queira reinserir.

FORMATANDO

Existe a opção de você abrir um documento em um Editor de Texto e fazer a formatação de cada uma das margens padronizadas para cada item, mas nos dias de hoje, não vale a pena você gastar o seu tempo com isto, se pode investi-lo em melhorar a sua história e seus personagens.

INT. QUARTO DE HOTEL DE CHARLOTTE - NOITE Cabeçalho de Cena

De costas, Charlotte olha a grande janela. Ação

John chega e lhe dá um beijo. Mais Ação

CHARLOTTE Personagem que faz o diálogo

Como foi hoje? Diálogo

JOHN

Bom...Eu estou cansado. Ele a abraça por um momento, inclinando-se. JOHN (CONT)

Eu tenho que encontrar Kelly para um drinque lá embaixo. Ela quer conversar sobre algo de foto.

CHARLOTTE Ok. Talvez eu desça com você. JOHN Você quer vir?

CHARLOTTE Claro.

JOHN (não quer que ela vá)Parenthetical Ok. CUT TO:Transição

Então, nossa sugestão, é que você utilize um software de escrita de roteiro, onde não precisará se preocupar com a formatação, já que ela estará sendo realizada ao longo do próprio processo de escrita. Existem várias opções de software no mercado, recomendamos abaixo alguns programas e sites gratuitos para escrever roteiros de cinema.

Celtx

Amazon Studios

Trelby

Adobe Story

Writers Duet

O que fazer quando o roteiro é finalizado

O trabalho do roteirista pode ser um trabalha bastante solitário. É frequentemente importante para roteiristas iniciantes encontrar pessoas com pensamento parecido para trocar ideias e obter conselhos e críticas sobre o seu trabalho. Quando você encontra pessoas que compartilhem de seus sonhos e objetivos, pode também usa-los para construir uma rede de contatos, que é uma das coisas mais importantes a considerar que quiser vender o seu trabalho e eventualmente vê-lo na tela. Ninguém irá olhar o seu roteiro sem ao menos uma carta e muitos apenas olharão se for recomendado por um cliente atual. É importante entender as regras do jogo quando for mostrar seu roteiro para o mundo. Descubra os vários festivais com competições de roteiros e competições especificas para roteiristas, que são uma maneira de fazer seu roteiro ser notado. Se você tiver bastante sorte para encontrar um agente que esteja procurando por roteiristas iniciantes, aprenda tudo que você precise saber sobre a escrita de cartas de apresentação, páginas de sinopse e longlines, de maneira que você possa convence-los a dar uma olhada em seu roteiro. Finalmente, entenda como proteger você mesmo e o seu roteiro através do registro de seu trabalho assim como trabalhar com a WGA para proteção adicional. Uma vez que entenda isso, esteja preparado para trabalhar com um agente, por serem essas pessoas que irão alavancar a sua carreira. A escrita do roteiro sempre acaba sendo a parte fácil – vender ele é um grande passo a ser tomado.

• Online Screenwriting Group

• Fazendo seu roteiro ser notado

• 10 concursos de roteiros para submeter seu trabalho

• Preparando uma página de apresentação para seu roteiro

• Como escrever a longline de seu roteiros

• Proteção dos direitos de autor do roteiro

• O registro na The Writers Guild of America (WGA)

• Como escrever a sinopse do roteiros para um agente

• Dicas apra lidar com agentes

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atente-se para o fato de que um roteiro corretamente formatado é uma exigência de mercado. Obviamente, o que mais importa em seu roteiro é a qualidade de sua história, mas apresentá-lo corretamente demonstra conhecimento e profissionalismo, tornando-o um produto mais vendável. O formato é apenas a embalagem de seu conteúdo, mas nós sabemos que boas embalagens vendem melhor seus produtos, então capriche nela.

REFERÊNCIAS

SILVA, Marina Cabral da. "Narração: Tipos de Narrador"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/narracao-tipos-narrador.htm. Acesso em 29 de agosto de 2019

http://sensibilidadedeescrever.blogspot.com/2010/06/vantagens-e-desvantagens-das-narrativas.html

http://escritormestre.blogspot.com/2014/04/como-descrever-cenarios.html

http://lucasfdesousa.blogspot.com/2007/10/como-descrever-personagens-locais-e.html

https://www.tertulianarrativa.com/comoeroteirodecinema

https://originaconteudo.com.br/2014/07/16/tecnicas-de-roteiro-e-o-processo-criativo/

Patrick Sousa
Enviado por Patrick Sousa em 29/08/2019
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