Sex Education: a família tradicional brasileira deveria assistir
Sexo ainda é um tabu para a nossa sociedade? Mais uma aposta da rede de streaming Netflix lançada nesse ano, é o maior sucesso na rede, prova disso é que a série acaba de ganhar um fôlego e terá uma segunda temporada. A série, que é dividida em 8 episódios de quase 1 hora cada, irá tratar no decorrer de cada episódio sobre alguns tabus vividos por jovens e adultos quando o assunto é sexo.
Otis, personagem vivido pelo ator Asa Butterfield, é um adolescente socialmente inapto que vive com sua mãe, Jean (Gillian Anderson) uma terapeuta sexual. Apesar de não ter perdido a virgindade ainda, ele é uma espécie de especialista em sexo. Junto com Maeve (Emma Mackey), uma colega de classe rebelde, ele resolve montar sua própria clínica de saúde sexual para ajudar outros estudantes da escola. Por aí já pode se perceber que se trata de uma série dramática criada por Laurie Nunn.
Alguns pontos precisam ser destacados. Principalmente quando se trata dos assuntos pertinentes tratados na série. Otis é um personagem que se encontra com algumas dificuldades relacionadas ao seu corpo, principalmente por que ele não consegue se tocar sexualmente, neste caso, há uma repulsa sexual.
No começo nos parece muito estranho, todavia, ao longo dos episódios vamos descobrindo o porquê da repulsa, e por isso, deixo os leitores à vontade para descobrir assistindo a cada cena. Otis tem a companhia de seu melhor amigo Eric (Ncuti Gtwa), que vivem várias aventuras a cada episódio. É de se destacar que Eric é gay assumido, mas passa por um momento de confusão, que eu posso dizer que é mental, em relação a sua sexualidade ser aceita por se mesmo e ele vai de encontro tentando a aceitação dos outros. A meu ver, de forma pontual e belíssima esse aspecto foi bem trabalhado durante as cenas do personagem.
Outro personagem muito bem tratado na série é o Adam, protagonizado pelo ator Connor Swinldells, que no primeiro episódio tem certo destaque e que depois vai ganhando um ar mais dramático, e aqueles que assistem já iram percebendo algumas atitudes estranhas, que acabam por ser confirmadas apenas no último ep, neste caso mais uma vez convido a você a descobrir e quem sabe, se apaixonar por esse personagem.
Pode se pensar que a série teria certo aspecto romanesco ou muito dramático das séries dos EUA. Todavia, os pontos crucias de homofobia, sexo, drogas, fantasias, repressão da sexualidade, pressão para se fazer sexo o quanto antes e dentre outros assuntos, foram bem espalhados nos 8 episódios da série, que tem cenas picantes e irreverentes. É bom lembrar que a série é apenas recomendável para maiores de 16 anos de idade.
Adiante sobre alguns momentos importantes na série, e que cabe aqui um destaque, é a representação de um casal de lésbicas. Durante toda a série se observará certa representação da comunidade LGBTQI+ que tem suma importância quando o assunto é representatividade.
Outros personagens tem suma importância durante o drama da série, aqui não destacarei cada um, todavia um olhar mais apurado durante a cada cena será muito importante. O desenvolvimento de cada personagem tem certa importância para o engendramento da história.
A série no sentido de ser um direcionamento sobre educação sexual não falhou em nenhum momento a meu ver, principalmente quando se pontua que existem coisas no sexo que não se aprende nos livros e que necessariamente ninguém precisa saber de tudo, muito menos serem obrigadas a serem experts na hora do sexo. Isso tudo tem a ver com prática e consenso com a pessoa que se quer estar sozinho na hora da intimidade.
É de se salientar que em todos os episódios os assinantes são convidados a se ater a cada detalhe, cada fala dos personagens, pois é uma aprendizagem atrás da outra. As histórias contadas são muito bem colocadas para que não se perda a audiência e que sempre fique um gostinho de quero mais para a próxima história.
Por fim, uma série didática, dramática, cômica, irreverente, excitante, com pitadas de representatividade LGBTQI+. Se deliciem sem moderação com esta produção da Netflix chamada Sex Education.