Cau Muniz

Miscelânea das mídias sinergicamente conectadas e atualizadas no imaginário do inconsciente coletivo popular de algumas décadas atrás que se perpetua... Linguagens artísticas em profusão a serviço da dimensão pop... Personalidades de imenso carisma cuja presença – ausência-presente – os torna personagens perenes ao longo do século XX e que permanecem em voga... Verdades do cult, do mid-cult e do erudito em consonância com o pop, sem meias-palavras e com absoluta honestidade artística... Tudo isso e muito mais encontramos no trabalho de Cau Muniz.
Lembro-me de Roy Lichtenstein e suas inserções dos quadrinhos em pinturas autorais impregnadas, indefectivelmente, do universo pop. Lembro-me também das latas de sopa de Andy Warhol. Lembro-me ainda – embora o contexto seja outro – das ilustrações clássicas de Norman Rockwell e seus personagens tão bem retratados. Mas logo volto ao presente e à contemporaneidade para me reportar ao mundo das Escolas de Samba e à tradição da Porto da Pedra em São Gonçalo, cujas apresentações carnavalescas já foram realizadas com a participação de Cau Muniz como cenógrafo e na parte de indumentária. Não só isso... O artista é professor e articulador pedagógico – ou cultural – tendo atuado na rede pública do estado fluminense. O presente a que me refiro, aliás, é inclusive, herdeiro de todas as disputas, de todas as lutas e de todas as conquistas dos movimentos sociais e que foram responsáveis pela colocação em pauta das discussões de ordem sexual, política, econômica e comportamental, dentre outras, ao longo da história. Nesse sentido, as personalidades retratadas pelo artista, da TV (Chico Anysio), do cinema (Carmem Miranda), dos programas de auditório (Chacrinha), do circo (Carequinha) e até da academia científica (Einstein), são ícones que representam mais do que grandes nomes. São o registro cultural de uma época que moldou tudo o que veio após em matéria de mainstream e de cena alternativa ao mesmo tempo.
Digo isso, não por acaso, mas porque muitos deles, senão todos, denunciaram a sociedade de consumo, mesmo sendo agenciados por ela, denunciaram as contradições do capitalismo, mesmo estando no interior do sistema, denunciaram a crueldade do status quo, mesmo estando inseridos nele. Ou talvez, por causa disto mesmo... E o espectador piscava o olho em cumplicidade ao vislumbrar tamanha grandeza... Todo este manancial o artista aborda...
Muniz é provocador e com sua verve artística já alcançou excelência reconhecida por Moção da Câmara Municipal de São Gonçalo. Além disso, obteve o título legislativo de personalidade gonçalense na OAB do município. A Galeria Villa Real, também em território gonçalense, abrigou sua exposição Universo Pop.
Por essas razões, é importante dizer ainda que o artista nos mostra em que medida estamos sendo engolidos pelas manipulações ideológicas midiáticas e em que medida temos condições de re(in)sistência com a reflexão e a crítica. Cau Muniz trabalha pelas artes plásticas sem concessões e “a sociedade do espetáculo” ou a sociedade do consumo deve, contraditoriamente, a sua perpetuação e as suas crises aos artistas do quilate dele, cujo posicionamento sempre é sinônimo de provocação e de saber apaixonado pela arte.

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E-mail: causeven7@gmail.com
Tel.: (21) 9 6538-4849 (TIM) ZAP
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Cau Muniz
Maurício Duarte
[04/07/2017]

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Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 13/07/2017
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