PENSAMENTO DE UM LOUCO
(ART07)
Tolerância zero! – Questão intragável essa de explicar e explicar tudo o que já disse e o que não disse. Sabe também que isso vai piorar ainda mais. A lista de analistas e psiquiatras está formada, no BlackBerry, para possíveis surtos de indigestão ineficiente adicionada a loucura das horas intermináveis de um dia após outro, ociosos formando um quadro de perplexidade absoluta com uma cumplicidade explícita e involuntária inseridos em um quadrado disforme em que o pensamento vaga para qualquer lugar e sem rumo sem se dar conta que o ciclo da vida anda na contagem regressiva.
O louco prega o que sente e o que vê nos seus delírios de louco, sentindo-se feliz, puro, aceitável e seu cérebro vaga, pleno, no espaço sideral ao deserto neurastênico. Dança sob a luz do luar de vestes iluminadas na cor de néon e prega, com o seu cajado em volta da montanha sangrando seus joelhos, o Apocalipse sem apologias, dentro do seu apostolado de louco, e nem pensa na apoteose, se alguma já tivera. Chora na noite recolhido no seu canto inglório, inerente à vida, e acompanha a fumaça, ao nada. Nem tenta reivindicar o que já foi e o que está sendo. Sabe que seu legado é intenso e adormece hipnotizado pela fumaça de seu cachimbo, e da tocha que queima alaranjado e vermelho, feita de trapo envolto a um ferro, embebido em querosene e têm sonhos lúdicos e que os apregoará no dia seguinte, pelas ruelas, becos e calçadas na sua trajetória de louco.
O momento é escuro e a chuva, também, cai silenciosa e mansa, lá fora, sobre a Baía de Guanabara isenta dos gritos das crianças que andam pela calçada nas suas idas e vindas para o Colégio Militar no do Forte São João, que, cotidianamente a histeria parece tomar conta delas antes e após se livrarem da guarita do Forte, ora quietas e ou taciturnas; agora, está ainda mais escuro. Da janela, pode inda ver um filete da linha do horizonte da baía e a inconfundível Concha Acústica, na orla, a caminho de Niterói. As luzes da plataforma da BR acenam longínquas à calada da noite, e, como um cartão postal as suas retinas podem vislumbrar e enquadrar, ainda, um belo cenário sendo cortado por uma fragata cinzenta esverdeada, da marinha, em direção a Copacabana e pouco a pouco as montanhas parecem mais verde-grafite cujo céu assinala à um amanhã claro, onde as cores possibilitam ao louco pensar na Via-Láctea sem luar, no amanhecer. No vidro da janela Charles Chaplin, tridimensional no quadro, refletido posa ao centro, triste apoiado em sua bengala, à direita imensamente infeliz, atento, segurando sua bengala e a direita Ele e o Garoto, sentado junto à porta pensam no guarda em suas roupas de classe, rotas.
Escureceu e uma aeronave sobe aos céus sobre o Forte de São João no bairro da Urca em direção ao Sul do país.
(ART07)
Tolerância zero! – Questão intragável essa de explicar e explicar tudo o que já disse e o que não disse. Sabe também que isso vai piorar ainda mais. A lista de analistas e psiquiatras está formada, no BlackBerry, para possíveis surtos de indigestão ineficiente adicionada a loucura das horas intermináveis de um dia após outro, ociosos formando um quadro de perplexidade absoluta com uma cumplicidade explícita e involuntária inseridos em um quadrado disforme em que o pensamento vaga para qualquer lugar e sem rumo sem se dar conta que o ciclo da vida anda na contagem regressiva.
O louco prega o que sente e o que vê nos seus delírios de louco, sentindo-se feliz, puro, aceitável e seu cérebro vaga, pleno, no espaço sideral ao deserto neurastênico. Dança sob a luz do luar de vestes iluminadas na cor de néon e prega, com o seu cajado em volta da montanha sangrando seus joelhos, o Apocalipse sem apologias, dentro do seu apostolado de louco, e nem pensa na apoteose, se alguma já tivera. Chora na noite recolhido no seu canto inglório, inerente à vida, e acompanha a fumaça, ao nada. Nem tenta reivindicar o que já foi e o que está sendo. Sabe que seu legado é intenso e adormece hipnotizado pela fumaça de seu cachimbo, e da tocha que queima alaranjado e vermelho, feita de trapo envolto a um ferro, embebido em querosene e têm sonhos lúdicos e que os apregoará no dia seguinte, pelas ruelas, becos e calçadas na sua trajetória de louco.
O momento é escuro e a chuva, também, cai silenciosa e mansa, lá fora, sobre a Baía de Guanabara isenta dos gritos das crianças que andam pela calçada nas suas idas e vindas para o Colégio Militar no do Forte São João, que, cotidianamente a histeria parece tomar conta delas antes e após se livrarem da guarita do Forte, ora quietas e ou taciturnas; agora, está ainda mais escuro. Da janela, pode inda ver um filete da linha do horizonte da baía e a inconfundível Concha Acústica, na orla, a caminho de Niterói. As luzes da plataforma da BR acenam longínquas à calada da noite, e, como um cartão postal as suas retinas podem vislumbrar e enquadrar, ainda, um belo cenário sendo cortado por uma fragata cinzenta esverdeada, da marinha, em direção a Copacabana e pouco a pouco as montanhas parecem mais verde-grafite cujo céu assinala à um amanhã claro, onde as cores possibilitam ao louco pensar na Via-Láctea sem luar, no amanhecer. No vidro da janela Charles Chaplin, tridimensional no quadro, refletido posa ao centro, triste apoiado em sua bengala, à direita imensamente infeliz, atento, segurando sua bengala e a direita Ele e o Garoto, sentado junto à porta pensam no guarda em suas roupas de classe, rotas.
Escureceu e uma aeronave sobe aos céus sobre o Forte de São João no bairro da Urca em direção ao Sul do país.